Logo O POVO+
Inelegibilidade de Bolsonaro evidencia relação problemática entre ele e o PL
Foto de João Paulo Biage
clique para exibir bio do colunista

João Paulo Biage é jornalista há 13 anos e especialista em Comunicação Pública. De Brasília, acompanha, todos os dias, os passos dos parlamentares no Congresso Nacional e a movimentação no Palácio do Planalto, local de trabalho do presidente. É repórter e comentarista do programa O POVO News e colunista do O POVO Mais

Inelegibilidade de Bolsonaro evidencia relação problemática entre ele e o PL

O PL quer que Bolsonaro pense e trabalhe pelo partido, principalmente nas eleições de 2024. Já o ex-presidente quer continuar vivo politicamente, até para passar esse capital para alguém da família
Tipo Opinião
Ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil Ex-presidente da República, Jair Bolsonaro

Desde que o julgamento foi marcado, Bolsonaro e PL não falam a mesma língua. Projeto de lei para anistiar Bolsonaro tem resistência de parlamentares na Câmara e no Senado.

O Partido Liberal sinalizou ontem que Bolsonaro estaria na sede do PL para acompanhar o julgamento, mas, a pedido da família, o ex-presidente embarcou para o Rio de Janeiro ainda pela manhã, quando o julgamento estava prestes a começar. Esse foi só mais um dos desencontros entre o partido e Jair Bolsonaro durante o julgamento do processo que vai definir, nesta sexta-feira, a inelegibilidade do ex-presidente.

O desentendimento começou um dia antes do início do julgamento, quando Bolsonaro foi ao Senado para dar entrevista coletiva sobre a ação judicial. Lá, o ex-presidente fez piada com o nome de Benedito Gonçalves, ministro relator do processo, implorou para Raul Araújo Filho pedir vistas e fez mais acusações contra Cármen Lúcia e a Alexandre de Moraes. A estratégia foi reprovada pelo PL, que julgou a entrevista como suicida.

Bolsonaro, então, passou a fazer reuniões com os parlamentares para construir a narrativa de ‘perseguição política’ e foi atendido por parte da bancada, que até articulou um Projeto de Lei para conceder anistia a crimes eleitorais cometidos em 2022. O projeto de lei proposto pelo deputado Sanderson e apoiado por Bolsonaro encontra resistência na ala menos radical do partido. O senador Rogério Marinho, líder da oposição no Senado, por exemplo, não gostou nada da ideia. Marcos Rogério, também do partido, é outro opositor. É sabido que o texto não vai andar no Congresso, mas a possibilidade gera perda de capital político.

O PL quer que Bolsonaro pense e trabalhe pelo partido, principalmente nas eleições de 2024. Já o ex-presidente quer continuar vivo politicamente, até para passar esse capital para alguém da família. A relação está longe da paz.

Foto do João Paulo Biage

Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?