Inelegibilidade de Bolsonaro evidencia relação problemática entre ele e o PL
João Paulo Biage é jornalista há 13 anos e especialista em Comunicação Pública. De Brasília, acompanha, todos os dias, os passos dos parlamentares no Congresso Nacional e a movimentação no Palácio do Planalto, local de trabalho do presidente. É repórter e comentarista do programa O POVO News e colunista do O POVO Mais
Inelegibilidade de Bolsonaro evidencia relação problemática entre ele e o PL
O PL quer que Bolsonaro pense e trabalhe pelo partido, principalmente nas eleições de 2024. Já o ex-presidente quer continuar vivo politicamente, até para passar esse capital para alguém da família
Desde que o julgamento foi marcado, Bolsonaro e PL não falam a mesma língua. Projeto de lei para anistiar Bolsonaro tem resistência de parlamentares na Câmara e no Senado.
O Partido Liberal sinalizou ontem que Bolsonaro estaria na sede do PL para acompanhar o julgamento, mas, a pedido da família, o ex-presidente embarcou para o Rio de Janeiro ainda pela manhã, quando o julgamento estava prestes a começar. Esse foi só mais um dos desencontros entre o partido e Jair Bolsonaro durante o julgamento do processo que vai definir, nesta sexta-feira, a inelegibilidade do ex-presidente.
O desentendimento começou um dia antes do início do julgamento, quando Bolsonaro foi ao Senado para dar entrevista coletiva sobre a ação judicial. Lá, o ex-presidente fez piada com o nome de Benedito Gonçalves, ministro relator do processo, implorou para Raul Araújo Filho pedir vistas e fez mais acusações contra Cármen Lúcia e a Alexandre de Moraes. A estratégia foi reprovada pelo PL, que julgou a entrevista como suicida.
Bolsonaro, então, passou a fazer reuniões com os parlamentares para construir a narrativa de ‘perseguição política’ e foi atendido por parte da bancada, que até articulou um Projeto de Lei para conceder anistia a crimes eleitorais cometidos em 2022. O projeto de lei proposto pelo deputado Sanderson e apoiado por Bolsonaro encontra resistência na ala menos radical do partido. O senador Rogério Marinho, líder da oposição no Senado, por exemplo, não gostou nada da ideia. Marcos Rogério, também do partido, é outro opositor. É sabido que o texto não vai andar no Congresso, mas a possibilidade gera perda de capital político.
O PL quer que Bolsonaro pense e trabalhe pelo partido, principalmente nas eleições de 2024. Já o ex-presidente quer continuar vivo politicamente, até para passar esse capital para alguém da família. A relação está longe da paz.
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