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Guimarães: "Tem líder melhor que eu aqui na Câmara?"
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João Paulo Biage é jornalista há 13 anos e especialista em Comunicação Pública. De Brasília, acompanha, todos os dias, os passos dos parlamentares no Congresso Nacional e a movimentação no Palácio do Planalto, local de trabalho do presidente. É repórter e comentarista do programa O POVO News e colunista do O POVO Mais

Guimarães: "Tem líder melhor que eu aqui na Câmara?"

O deputado cearense consegue ser aliado do presidente Lula e de Arthur Lira ao mesmo tempo
Tipo Opinião
 José Guimarães, 
líder do PT na Câmara  (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)
Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados  José Guimarães, líder do PT na Câmara

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), convocou entrevista coletiva esta semana para fazer balanço dos primeiros 6 meses de mandato. Na ocasião, o deputado, que consegue ser aliado do presidente Lula e de Arthur Lira ao mesmo tempo, listou as conquistas do governo na Câmara e afastou as críticas por falta de articulação na Casa.

O governo propôs 87 matérias e teve apenas duas grandes derrotas: quando da votação do Marco do Saneamento e do Marco Temporal das Terras Indígenas. “Mas o pior momento foi na véspera da votação da Medida Provisória da reorganização da Esplanada dos Ministérios. Eu senti que essa Câmara ia cair na minha cabeça”, contou o líder.

Apesar disso, a aprovação foi tranquila. O governo liberou R$900 milhões em emendas e recebeu votos até do PL, partido de Bolsonaro. Zé Guimarães agradeceu aos opositores, mas aproveitou para se vangloriar: “Você, João, que tá aqui todo dia sabe o tanto que eu trabalho. Me responde aqui: tem líder melhor que eu aqui na Câmara?”. A resposta, eu deixo pra vocês.

Yury do Paredão pede licença e pode voltar como deputado governista

Um desses votos do PL para o governo na MP da reestruturação administrativa foi dado por Yury do Paredão (PL-CE). E não foi só na MP: o deputado, quase ex-bolsonarista, também votou com o governo no Arcabouço Fiscal e começou a ser cortejado por José Guimarães e pelo ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Os governistas poderiam oferecer até cargos para Yury para contar com os votos do deputado, que até foto com Lula postou nas redes sociais.

As conversas começaram a fluir, mas esbarraram no pedido de licença do deputado, que ficará fora da Câmara dos Deputados por 4 meses. Ele vai ficar mais tempo com a família, ainda abalada pela morte da irmã de Yury, Yanny Brena - vereadora de Juazeiro do Norte que foi vítima de feminicídio em março deste ano.

No lugar de Yury, entrou Priscila Costa (PL-CE), conservadora e bolsonarista. Mais próxima do ex-presidente, a nova deputada postou nas redes sociais mensagem de apoio a Bolsonaro após o Tribunal Superior Eleitoral decidir pela inelegibilidade dele. “Um sistema apodrecido não vai parar aqueles que querem um Brasil livre”, escreveu a deputada. Um voto a menos pro governo nos próximos 120 dias.

Kajuru perde a paciência com Eduardo Girão

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) não perde uma sessão do Senado. De segunda à sexta-feira, ele vai ao parlatório e aproveita a oportunidade para proferir críticas ao atual governo. Esta semana, Girão criticou o combate à fome proposto pelo governo Lula, mas foi prontamente respondido pelo também senador Jorge Kajuru (PSB-GO). “Sou amigo pessoal dele (Girão), irmão, devo gratidão e gosto dele demais, mas é difícil! Tem hora que eu fico, eu juro por Deus, eu fico passando mal aqui”, disse Kajuru sobre o discurso do senador cearense.

Jorge Kajuru questionou, inclusive, a independência de Eduardo Girão. “Girão, querido, por que que no governo Bolsonaro você nunca subiu na tribuna para falar que tinha gente passando fome e comendo osso de galinha? O Jair Bolsonaro está canonizado por ti e o Lula todo dia é criticado. E agora você fala que tem gente passando fome. Pelo contrário: tem muita gente que está voltando a comer, que está voltando a ter direito à alimentação. E no governo do seu presidente as pessoas iam para o açougue comer osso de galinha”, concluiu.

Semana passada, Eduardo Girão me procurou no Congresso Nacional e me pediu para mandar um recado para o colunista do O POVO, Carlos Mazza. "João, o Mazza me chamou de bolsonarista radical. Avisa pra ele que não há ninguém mais independente que eu neste Senado". Eu avisei, Girão. Agora, vou procurar o Kajuru, mas está difícil de eles acreditarem.

Foto do João Paulo Biage

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