Quem acompanha o Congresso Nacional sabe que terças e quintas de manhã ocorrem as reuniões da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Esse, aliás, vem sendo o principal assunto desses dois dias: a imprensa toda se mobiliza, deputados e senadores ficam por 10, 12 horas no plenário sabatinando os investigados. Mas uma ausência foi fortemente sentida: a do primeiro vice-presidente da comissão, Cid Gomes (PDT-CE). Entre os titulares, o senador é o que mais se ausentou das discussões: só foi a duas das 8 reuniões.

O motivo, segundo ele, era a crise no PDT. "Minha cabeça não está nela. No momento que nós decidimos que iríamos convocar o diretório, isso requer um trabalho pessoal e intransferível. Pra mim, é uma demonstração de respeito você falar com a pessoa cara a cara. É por isso que eu não estou indo para a CPMI", apontou Cid.

O líder do partido no senado perdeu momentos importantes, como as oitivas de George Washington, coronel Jorge Eduardo Naime e o silêncio do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. Cid, o Gomes, aliás, não teve a oportunidade de sabatinar nenhum dos convocados. Não fez, sequer, uma pergunta para qualquer um dos envolvidos. Com o problema resolvido no Estado, os parlamentares esperam a volta do senador à mesa em agosto. "Não dá pra um vice-presidente faltar a todas as reuniões assim, né?", disse um parlamentar da oposição.

Articulação de Danilo Forte foi fundamental para recriação da Funasa

Na última sexta-feira, o deputado Danilo Forte (União-CE) foi ao Palácio do Planalto acertar com o Governo Federal os últimos termos para a recriação da Fundação Nacional da Saúde (Funasa). "A Funasa renasceu hoje!", comemorou o deputado após reunião com o ministro de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha.

No mesmo dia, o Governo Federal publicou no Diário Oficial da União a portaria com a criação da comissão que vai reestruturar o órgão, mas uma coisa é certa: a fundação vai estar ligada ao Ministério da Saúde, de Nísia Trindade e alvo do Centrão. Essa comissão vai escolher o presidente interino da Funasa, cargo este que Danilo rejeitou. "E eu vou largar meu mandato? O povo do Ceará me elegeu para ser deputado", disse.

Mauro Benevides Filho foi o '03' da Reforma Tributária

Quando se pergunta sobre projetos econômicos na Câmara dos Deputados, um nome é unânime: Mauro Benevides Filho (PDT-CE).

"Quem vai te explicar melhor isso é o Mauro", respondeu Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), relator da reforma tributária. E o Mauro explicou. Não só para mim e para quase toda a imprensa, mas também para os governadores que estavam em Brasília. Enquanto Aguinaldo Ribeiro e Reginaldo Lemos (PT-MG) faziam articulações internas, receber os governadores ficou a cargo de Mauro Benevides Filho, que também fazia parte do Grupo de Trabalho da Reforma Tributária na Câmara. "Ele sabe o que está falando e fazendo. Fiquei impressionado", elogiou o governador do Piauí, Rafael Fonteles.

Mauro gosta dos louros e ama o assunto, além de ser muito acessível nos corredores da Câmara. "Biage, quando o assunto for economia, é só me ligar". Eu sempre ligo