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Bastidores: por quê Guimarães não foi escolhido ministro?
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João Paulo Biage é jornalista há 13 anos e especialista em Comunicação Pública. De Brasília, acompanha, todos os dias, os passos dos parlamentares no Congresso Nacional e a movimentação no Palácio do Planalto, local de trabalho do presidente. É repórter e comentarista do programa O POVO News e colunista do O POVO Mais

Bastidores: por quê Guimarães não foi escolhido ministro?

Centrão reclamou com Lula e Padilha da articulação do Governo no fim de 2025 e Lula apostou em nome que já passou por Senado e Câmara dos Deputados. Gleisi toma posse hoje
DEPUTADO federal 
José Guimarães (PT)  (Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados)
Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados DEPUTADO federal José Guimarães (PT)

A posse de Gleisi Hoffmann como ministra de Relações Institucionais do governo Lula 3 será nesta segunda-feira e, por muito pouco, o escolhido não foi José Guimarães. O bate-cabeça no Palácio do Planalto fez Lula preterir dois deputados e escolher a fiel escudeira um dia antes do anúncio. Mas o que está por trás de tudo isso?

Duas reviravoltas garantiram a escolha pela deputada paranaense. Durante o almoço que definiu a substituição de Nísia Trindade por Alexandre Padilha, no Ministério da Saúde, o ministro levou dois nomes para substituí-lo: Isnaldo Bulhões, do MDB, e do próprio Guimarães.

A preferência de Padilha era por Isnaldo, mas PSD e União Brasil atuaram contra a escolha. Por mais que Isnaldo fosse o nome do Centrão, a escolha dele acabaria com a paridade entre os partidos, já que cada um tem três ministérios na Esplanada. Lula também bateu o pé: o fator Temer-Dilma fez o presidente exigir um nome do PT na articulação política

Sobrou o nome de Guimarães, que foi bem referendado por Padilha e aceito por Lula, que levantou o nome de Gleisi como uma possível opção. Começaram, então, contatos com deputados e senadores da base, além de ministros do STF, para referendar o nome. Guimarães sofreu resistência por parte da base e também por técnicos que operam emendas parlamentares. O ministério é o responsável pela distribuição dos recursos e Gleisi tem mais perfil que Guimarães.


Presidência do PT com Humberto passa pela escolha de Gleisi ministra

A pasta, então, caiu no colo de Gleisi Hoffmann, que promoveu reunião pela própria sucessão à presidência do Partido dos Trabalhadores. Como ministra, ela não pode acumular o comando do partido e, por isso, a sigla teve que escolher o substituto. Entre os 5 vices, o senador Humberto Costa e o deputado José Guimarães alçaram seus nomes.

A cúpula do partido escolheu Humberto Costa, também por dois motivos: como houve negativa de Isnaldo à liderança do Governo, Lula teria que se indispor, novamente, com o Congresso para indicar o substituto de Guimarães. O segundo motivo é a pré-candidatura de Guimarães ao Senado Federal. O fato enfraqueceria o deputado na disputa pela eleição nacional do partido, a ser disputada em julho

PDT quer liderança, mas André não vai disputar com Guimarães

No meio das discussões sobre quem assumiria a liderança do governo, Mário Heringer, líder do PDT na Câmara, pleiteou o cargo. O partido quer mais espaço no governo Lula e a liderança seria um reconhecimento à fidelidade do partido ao presidente. Mário lançou o nome de André Figueiredo para a função. Experiente no Colégio de Líderes, Figueiredo é respeitado pelos outros partidos e seria uma opção considerada positiva pelos governistas. Ele, porém, não quer se indispor com o atual líder. "Não irei disputar caso o deputado Guimarães queira permanecer", afirmou à coluna

 


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