Bastidores e cena de humor entre Moraes e Bolsonaro
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João Paulo Biage é jornalista há 13 anos e especialista em Comunicação Pública. De Brasília, acompanha, todos os dias, os passos dos parlamentares no Congresso Nacional e a movimentação no Palácio do Planalto, local de trabalho do presidente. É repórter e comentarista do programa O POVO News e colunista do O POVO Mais
Bastidores e cena de humor entre Moraes e Bolsonaro
"Posso fazer uma brincadeira?", perguntou o ex-presidente antes de lançar o convite para que o ministro seja vice na chapa de 2026. Moraes entrou no clima, sorriu, mas declinou
Foto: Evaristo Sá / AFP
Jair Bolsonaro em interrogatórios no STF
Já imaginou Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes juntos governando o país? Bolsonaro já. Em tom de brincadeira, o ex-presidente convidou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) para ser candidato a vice na chapa dele. Moraes, por óbvio, declinou, mas aceitou o clima amistoso e sorriu antes de responder.
O clima entre os dois até começou belicoso, com o ministro desfazendo, uma a uma, as notícias falsas divulgadas por Jair Bolsonaro nos últimos anos. Moraes fez Bolsonaro confessar que não tem provas sobre vulnerabilidade nas urnas e parcialidade dos ministros. "Não tenho indícios, peço desculpas", disse Jair.
Depois, Moraes deu o primeiro passo na quebra do gelo. Bolsonaro disse que queria mandar para ele videos de como é recebido quando viaja. “Eu declino”, afirmou Moraes sorrindo. Bolsonaro viu a abertura e soltou: “Posso fazer uma brincadeira?”. Os advogados concordaram e Jair emendou: “Quer ser meu vice em 2026?”. Moraes rejeitou. “Eu declino novamente”.
O diálogo causou risos na sala, lotada de jornalistas, convidados e estudantes de direito. Bolsonaro ainda soltou outras brincadeiras. Disse que sofreu muito quando foi presidente e que preferia ter sido eleito para viver na praia. “É um inferno aquela vida (de presidente)”, reclamou Bolsonaro.
“É sempre uma fila de deputados pedindo presidência disso e daquilo. Aí, na transição, eles te abandonam. Você fica chupando um bagaço de cana”, concluiu o momento humorístico do interrogatório.
Momentos sérios
Entre os momentos importantes, Bolsonaro confessou ter discutido o documento, conhecido como minuta do golpe, com os comandantes das Forças Armadas. Segundo ele, isso só ocorreu por causa da multa de R$ 22 milhões imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao PL. Bolsonaro queria ter o direito de recorrer mais vezes da decisão da corte sobre as urnas eleitorais,
Bolsonaro também confirmou que não tinha provas das denúncias feitas contra as urnas eletrônicas. O ex-presidente acusou ministros do STF de receber R$ 30 milhões e R$ 50 milhões para mudar o resultado das eleições. Mesmo assim, Bolsonaro apelou: “Não gostaria de ser condenado pois acho que não fiz nada para isso”, disse.
Bastidores
Assim que terminou o depoimento do general Augusto Heleno, Moraes deu intervalo de duas horas. Bolsonaro saiu da sala nervoso, andando rápido e sem dar declarações. Ao voltar, o ex-presidente parou na porta. Ele perdera as folhas com as instruções da defesa. "Se não estiver no carro, eu to lascado", disse com um sorriso amarelo.
O calhamaço de folhas chegou. Estava no carro e Bolsonaro usou os papeis para responder, por mais de duas horas, às perguntas feitas. Mesmo assim, não dá para cravar que ele não está lascado.
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