João Paulo Biage é jornalista há 13 anos e especialista em Comunicação Pública. De Brasília, acompanha, todos os dias, os passos dos parlamentares no Congresso Nacional e a movimentação no Palácio do Planalto, local de trabalho do presidente. É repórter e comentarista do programa O POVO News e colunista do O POVO Mais
Senador foi a voz mais forte do plenário do Senado contra o aumento de deputados federais. Líder do Novo mobilizou parlamentares e inflou votação contra vontade de Davi Alcolumbre
Foto: Roque de Sá/Agência Senado
Plenário do Senado Federal durante sessão não deliberativa. Em discurso, à tribuna, senador Eduardo Girão (Novo-CE).
O presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre, esperava um dia mais tranquilo na votação pelo aumento no número de deputados federais. Não foi o que ocorreu. A aprovação no plenário do Senado Federal só ocorreu por um voto — dado, inclusive, por Alcolumbre, que teve que registrar o voto. É incomum que presidentes das duas Casas e das Comissões votem em matérias de plenário.
Davi Alcolumbre telefonou para todos os senadores pedindo voto, contabilizou quem votaria a favor e contra, mas, na hora da sessão, encontrou um adversário duro na queda: Eduardo Girão. O líder do Novo no Senado foi aguerrido e colocou o regulamento embaixo do braço. Pediu o adiamento de pauta, que foi negado. Logo depois, cobrou a verificação dos votos. A estratégia era para saber quantos votos contrários ao projeto estavam em jogo. “Vai ser voto a voto”, me confidenciou Girão.
Ao ver que o ponto de partida era 30 votos, Girão foi atrás dos 6 necessários para rejeitar a matéria. Reclamou da sessão ser virtual, limitando a discussão entre os senadores. Apelou para as contas do governo — que vão aumentar por causa dos novos 18 deputados. Pediu ajuda de governistas e opositores e foi ganhando campo. No fim, conseguiu mais 3 contra e fez Alcolumbre descer da presidência para votar.
“Foi uma sessão apressada, excluindo o debate da sociedade e que pode gerar impacto de R$ 1 bilhão nas contas públicas”, reprovou Girão. Ele lembrou que tem um projeto para reduzir o número de deputados federais. “Pouca gente sabe, mas se você tiver todos os 513 deputados no plenário - nunca tem - eles não conseguem ficar sentados no plenário da Câmara. Eu quero reduzir o número de deputados para 300”, afirmou.
Por fim, os senadores aprovaram o texto com redução no impacto fiscal. Nas contas do Senado, o aumento de deputados vai custar R$ 95 milhões.
Como votaram os senadores do Ceará
Os três senadores cearenses participaram da votação, mesmo com dois deles no Ceará. Como a sessão foi semipresencial, Cid Gomes e Augusta Brito votaram online. Ambos foram favoráveis ao aumento de 513 para 531 deputados federais. Apenas Girão votou contra.
No caso do Ceará, nada mudaria. O estado vai ganhar um deputado qualquer que fosse a decisão de Senado e Câmara. A partir de 2027, o Ceará vai contar com 23 deputados federais.
Guimarães fará cirurgia no coração
O deputado José Guimarães (PT-CE) anunciou que começará hoje, em São Paulo, um preparatório para procedimento cirúrgico no coração. Guimarães afirmou que se encontra sob cuidado e acompanhamento desde as últimas semanas. Ao falar sobre o procedimento, disse que não há grandes preocupações. "Hoje, são os exames para avaliação. Os médicos dizem que a cirurgia é tranquila", afirmou à coluna.
Guimarães confirmou que fica em São Paulo para dar início aos procedimentos, que estão agendados para o início de julho. O prazo de seu afastamento ainda não foi determinado e a decisão para um substituto na liderança do governo ficou para a próxima semana.
Colaborou Maria Luíza Santos, especial para O POVO
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