Whisky e traição: Hugo Motta viveu semana de Neymar
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João Paulo Biage é jornalista há 13 anos e especialista em Comunicação Pública. De Brasília, acompanha, todos os dias, os passos dos parlamentares no Congresso Nacional e a movimentação no Palácio do Planalto, local de trabalho do presidente. É repórter e comentarista do programa O POVO News e colunista do O POVO Mais
Whisky e traição: Hugo Motta viveu semana de Neymar
Entre a golada (tímida) na bebida alcóolica e o fim da sessão que derrubou um decreto do presidente Lula, Hugo Motta foi usado, se mostrou inseguro, foi exposto e acabou como o vilão congressista. Não valeu traquejo político e articulação: a pouca experiência pesou
Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
HUGO Motta (Republicanos/AL), presidente da Câmara dos Deputados
Holofotes nele. Pouco mais de 30 anos, cabelos ralos, semblante jovem, aventureiro. Um gole direto no gargalo de uma garrafa de whisky viraliza nas redes sociais. Logo depois, um tuíte vai parar nas capas dos jornais. No dia seguinte, foi acusado de traição. Parece mais uma semana comum na vida de Neymar Jr, mas estamos falando do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta.
Entre a golada (tímida) na bebida alcóolica e o fim da sessão que derrubou um decreto do presidente Lula, Hugo Motta foi usado, se mostrou inseguro, foi exposto e acabou como o vilão congressista. Não valeu traquejo político e articulação: a pouca experiência pesou.
A cronologia…
Na terça-feira, Hugo Motta se reuniu com o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre. O senador estava possesso de raiva com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Os dois se detestam e Alcolumbre faz de tudo para tirar o mineiro do governo Lula. O motivo da ira ocorreu na semana anterior. Assim que o Congresso derrubou o veto presidencial das Eólicas, o ministério soltou a informação do impacto na conta de luz.
É verdade que a decisão de deputados e senadores pode pesar no bolso dos brasileiros, mas o número disparado pelo MME era inflado (perda de R$ 545 bilhões em 40 anos). Alcolumbre entendeu que o movimento era de Silveira, para miná-lo, e devolveu. Para ele, a derrubada do decreto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) seria a chave para que Lula demitisse Silveira.
Alcolumbre pressionou Hugo, fez líderes do Centrão ligar para o presidente da Câmara e o deixou pensativo. Motta telefonou para um 'parça'. Se aconselhou com Isnaldo Bulhões (MDB-AL). Às 23h30, veio a tuitada que mexeu com a República: a derrubada do IOF viria no dia seguinte, surpreendendo a todos - do PT ao PL.
A decisão fez o governo torcer o nariz. A ministra Gleisi Hoffmann reclamou. O marido dela e líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, colocou em Hugo a pecha de traidor. O senador Jaques Wagner poupou Alcolumbre e apontou a artilharia apenas para Hugo Motta, dizendo que o presidente não cumpre acordos.
Hugo trouxe para ele e para a Câmara uma crise que vai impactar na credibilidade da Casa, que ficou ainda mais arranhada após aumentar o número de cadeiras de 513 para 531.
Dayany apresenta PL, mas texto é prejudicado por decreto de Lula
A deputada Dayany Bittencourt apresentou projeto de lei (PL) que obriga o governo a pagar as despesas geradas por sepultamento e translado de cidadãos brasileiros falecidos em países estrangeiros. O texto foi motivado pela morte de Juliana Marins, falecida após cair do vulcão Rinjani, na Indonésia.
O PL 3085, porém, ficou prejudicado após decisão do presidente Lula, que publicou novo decreto na sexta-feira. A medida do governo permite que o governo custeie translados de corpos de brasileiros mortos no exterior. Com isso, o executivo ficou autorizado a trazer para o Brasil o corpo de Juliana Marins sem custos para a família.
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