De tornozeleira, Jair Bolsonaro se contradisse duas vezes
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João Paulo Biage é jornalista há 13 anos e especialista em Comunicação Pública. De Brasília, acompanha, todos os dias, os passos dos parlamentares no Congresso Nacional e a movimentação no Palácio do Planalto, local de trabalho do presidente. É repórter e comentarista do programa O POVO News e colunista do O POVO Mais
De tornozeleira, Jair Bolsonaro se contradisse duas vezes
Após colocar tornozeleira eletrônica, o ex-presidente disse que não pensa em fugir, mas confessou que se reuniria com embaixadores nos próximos dias
Foto: Evaristo Sa/AFP
Jair Bolsonaro foi alvo de operação da Polícia Federal (PF)
Não como de costume, com o toc toc toc às 6 horas da manhã, mas a Polícia Federal pegou todo mundo de surpresa ao fazer busca e apreensão na casa de Jair Bolsonaro e na sede do Partido Liberal, onde ele dá expediente. Nas incursões, os agentes encontraram US$ 14 mil em espécie, R$ 7 mil em dinheiro e um pen drive escondido no banheiro da casa do ex-presidente.
Aqui, surge a primeira contradição de Jair Bolsonaro. Primeiro, o ex-presidente disse desconhecer o objeto. “Pediram para ir ao banheiro e voltaram com ele. Eu nunca abri um pen drive na minha vida. Nem tenho notebook para abrir pen drive”. Ao ser questionado se os agentes plantaram o objeto no local, ele voltou atrás. “Vou perguntar para a minha esposa se o pen drive era dela”, afirmou.
Bolsonaro seguiu para o Centro Integrado de Monitoração Eletrônica para colocar a tornozeleira que vai acompanhar cada passo do ex-presidente. Segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), Bolsonaro queria fugir do Brasil. Ele negou a fuga. “Nunca pensei em sair do Brasil, nunca pensei em ir para embaixadas”.
Depois, porém, Jair confessou que conversava com representações internacionais no Brasil. “Recebi convites de alguns embaixadores, almoços, mas não vou mais”, apontou. Ao ser perguntado se era só almoço, já que, na última vez, ele passou duas noites na Embaixada da Hungria, Bolsonaro se mostrou insatisfeito. “Procura saber se a Hungria tem algo de extradição ou não”, esbravejou.
Em coletiva do PL, Deputado Chrisóstomo defende intervenção militar
Os líderes da oposição se posicionaram, nesta sexta-feira, sobre as medidas cautelares impostas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes contra Jair Bolsonaro. Durante a entrevista, o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RD) citou orgulho do golpe de 1964 e falou da necessidade de intervenção militar no cenário atual. “Está na hora de defender o Brasil. Que as forças armadas se juntem ao povo brasileiro”, disse.
Crisóstomo foi questionado sobre a apologia ao golpe, mas preferiu não responder. O vice-líder do Partido Liberal no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), falou que o deputado tinha direito individual de opinião e que havia uma preocupação maior com a defesa do país. Segundo ele e os outros parlamentares presentes, o cenário é de censura, perseguição política e ausência de democracia.
Depois, Portinho confessou que o deputado tropeçou nas palavras e reafirmou que jamais seria a favor do que ele disse. “Eu, porém, não posso censurar um deputado. Que fique claro que foi uma opinião pessoal”, disse à coluna.
De acordo com o grupo, o Partido Liberal se reuniu de forma virtual para discussão das sanções e pretende dialogar com o presidente Hugo Motta para tratar da questão. Os líderes citaram também a necessidade do fim do recesso branco para lidar com a situação de maneira adequada. Os presidentes do Senado e da Câmara, Davi Alcolumbre e Hugo Motta, porém, já negaram a possibilidade e confirmaram o retorno do recesso só no dia 4 de agosto.
Colaborou Maria Luiza Santos
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