Bolsonaro preso: quais os próximos passos de PL e PT?
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João Paulo Biage é jornalista há 13 anos e especialista em Comunicação Pública. De Brasília, acompanha, todos os dias, os passos dos parlamentares no Congresso Nacional e a movimentação no Palácio do Planalto, local de trabalho do presidente. É repórter e comentarista do programa O POVO News e colunista do O POVO Mais
Bolsonaro preso: quais os próximos passos de PL e PT?
Repercutimos a decisão do ministro Alexandre de Moraes com deputados dos dois partidos: enquanto um quer anistiar o ex-presidente, o outro quer prisões de Eduardo e Nikolas
Foto: Samuel Setubal
EX-PRESIDENTE Jair Bolsonaro (PL)
O ministro Alexandre de Moraes decidiu pela prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira. Agora, ele fica proibido de usar o celular, não pode receber visitas, está impedido de usar as redes sociais dele ou de terceiros (de novo) e não poderá sair de casa em momento nenhum, já que está preso.
A decisão ocorreu depois de descumprimento de medida cautelar. Jair Bolsonaro protagonizou fotos, áudios e vídeos nas redes sociais dos três filhos e de Nikolas Ferreira durante os atos a favor do ex-presidente. Ele já havia sido proibido de usar as mídias de terceiros para descredibilizar o Supremo Tribunal Federal ou coagir o judiciário brasileiro.
E agora?
Agora, a base governista vai para cima do Bolsonarismo. Segundo Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara, a decisão de Moraes ainda foi branda. O que eles querem é a prisão em em um presídio. “Nós temos uma organização criminosa que trabalha contra o Brasil. O que nós, brasileiros que defendem a democracia queremos, é o julgamento definitivo de Bolsonaro. E, depois do julgamento, por todo o plano golpista, que ele seja julgado, condenado e pague a pena na cadeia”, afirmou.
O deputado Rogério Correia quer mais. Para ele, outros parlamentares cometeram crimes durante os atos deste domingo. Nikolas Ferreira, por exemplo, foi o responsável por levar áudios e vídeos de Bolsonaro às ruas. “Nós queremos punição ao Nikolas, também. O que ele fez foi agitação social. Saiu de Minas Gerais, veio para São Paulo, colocou Bolsonaro na cena do golpe e atacou o Supremo Tribunal Federal. Esses insultos servem para inflamar e tentar evitar o julgamento”, disse.
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) se posicionou a favor da prisão de Bolsonaro. Segundo o parlamentar, o ex-presidente “fez de tudo para que fosse preso”. "Ele não está acima da lei. Vamos continuar investigando e todos os que cometeram crimes contra a democracia vão pagar pelos crimes cometidos”, disse em suas redes sociais.
PL quer, mais do que nunca, anistia
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, vai pressionar o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, para que ele pauta o PL da Anistia. “Vamos para o tudo ou nada”, garantiu o deputado. Sóstenes Cavalcante falou sobre “vingança política", ao afirmar que as medidas tomadas não fazem parte de uma democracia. “Hoje, a história registrou: acabou a democracia no Brasil. Não há mais instituições, há tiranos com toga”, afirmou.
Já o vice-líder do partido, Cabo Gilberto Silva, vai além. Ele quer articular, junto ao Senado Federal, o impeachment do ministro Alexandre de Moraes. “Não tem mais o que fazer. Estamos vivendo uma ditadura e precisamos responder a isso. Moraes precisa ser afastado do STF”, disse.
O senador e ex-ministro de Bolsonaro, Ciro Nogueira, criticou a decisão e afirmou ser um dia triste e disse acreditar em justiça. “A prisão domiciliar do presidente Bolsonaro é um fato com que ninguém pode concordar”, afirmou o presidente do PP em suas redes sociais. (Colaborou Maria Luiza Santos)
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