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Lula sobre provável rejeição de MP: "Pobreza de espírito extraordinária"
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João Paulo Biage é jornalista há 13 anos e especialista em Comunicação Pública. De Brasília, acompanha, todos os dias, os passos dos parlamentares no Congresso Nacional e a movimentação no Palácio do Planalto, local de trabalho do presidente. É repórter e comentarista do programa O POVO News e colunista do O POVO Mais

Lula sobre provável rejeição de MP: "Pobreza de espírito extraordinária"

Presidente comentou possível derrota na Câmara dos Deputados da Medida Provisória alternativa ao IOF. Para ele, quem está politizando a discussão é pobre de espírito
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, tenta aprovar MP  (Foto: Ricardo Stuckert)
Foto: Ricardo Stuckert Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, tenta aprovar MP

O presidente Lula entrou de cabeça na negociação pela aprovação da Medida Provisória que aumenta a taxação das Bets de 12% para 15% e tributa Fintechs em 15%. Durante o almoço, ele se reuniu com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann para traçar estratégias de aprovação. Depois, a reunião foi com os líderes do Governo no Congresso - José Guimarães, Randolfe Rodrigues e Jaques Wagner. Mesmo assim, a derrota é iminente.

Ao sair de evento no Palácio do Planalto, Lula falou rapidamente com a imprensa. Ele quer a aprovação da matéria, que vai render R$ 17 bilhões aos cofres públicos e ajudar no fechamento positivo das contas do governo. Mesmo com a possível rejeição por parte da Câmara, ele evitou criticar o Parlamento, mas pediu maturidade a deputados e senadores. Ele voltou a classificar a taxação como justiça tributária.

“Quando você manda uma MP para o Congresso, o desejo é que ela seja aprovada. Se ela não for aprovada, vamos ver o que vamos fazer. Eu sinceramente acho que o Congresso Nacional, que tem me ajudado muito, eu posso me queixar do Congresso Nacional porque muitas das coisas que nós tivemos, eles têm votado, têm conseguido aprovar muitas coisas. Essa medida é muito importante porque ela dá um passo adiante para fazer com que os ricos paguem aquilo que o pobre paga. Então se um trabalhador recebe o seu salário no final do mês e ele paga 27% de imposto de renda, você, jornalista, paga 27% de imposto de renda, não é normal os banqueiros não querem pagar nem 18%. Mas eu espero que o Congresso dê uma demonstração de maturidade.”

No Congresso, deputados governistas reclamam que a discussão política tomou conta do debate técnico. O líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara, deputado Lindbergh Farias, alega que as bancadas de centro e direita trabalham contra o Governo Federal. “É clara a movimentação de certos políticos antecipando a eleição de 2026. O governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, Ciro Nogueira, presidente do PP, Antônio de Rueda, presidente do União. Eles estão claramente articulando contra o país. A disputa eleitoral precisa ser feita com debates, propostas, e não dessa forma”, afirmou Lindbergh.

Já o líder de Lula na Câmara, José Guimarães, vê no movimento a tentativa da oposição em asfixiar o governo. Já o presidente foi taxativo: não se mistura orçamento com eleição. “Se alguém quer misturar isso com eleição, eu sinceramente só posso dizer que é uma pobreza de espírito extraordinária. Na verdade eles não estão me prejudicando em nada. Se eles não quiserem votar agora, eles estão votando contra os interesses do povo brasileiro e não contra o Lula”, concluiu Lula.

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