João Paulo Biage é jornalista há 13 anos e especialista em Comunicação Pública. De Brasília, acompanha, todos os dias, os passos dos parlamentares no Congresso Nacional e a movimentação no Palácio do Planalto, local de trabalho do presidente. É repórter e comentarista do programa O POVO News e colunista do O POVO Mais
Por que Motta escolheu Derrite como relator do PL Antifacção?
Presidente da Câmara dos Deputados ouviu pedido feito por Arthur Lira, mas também cumpriu promessa feita a Tarcísio. Ideia é dar protagonismo a Derrite e blindar Ciro Nogueira
Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados
HUGO Motta com Derrite, relator do projeto antifacção
O Governo Federal ficou sem entender porque Hugo Motta escolheu o deputado Guilherme Derrite (PP-SP) para relatar o PL Antifacção. Não por ser um opositor, mas um nome específico: Derrite é secretário de Segurança Pública de São Paulo, estado de Tarcísio de Freitas - possível rival de Lula em 2026. Além disso, o deputado estava licenciado da Câmara e voltou com o objetivo específico de trabalhar o texto. Engana-se quem acha que o motivo é puramente eleitoral.
A escolha começa com um pedido feito pelo deputado, ex-presidente e ainda nome forte da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A ideia de Lira era uma só: tentar blindar Ciro Nogueira (PP-PI), que teve aliados envolvidos com nomes vinculados ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
Vale lembrar que essa não é a primeira manobra de Lira nesse sentido: a PEC da Blindagem tentou dificultar investigações contra presidentes de partido, cargo que Ciro Nogueira ocupa no Progressistas.
Motta, que já tinha prometido a Tarcísio dar mais protagonismo a Derrite - o governador quer que o deputado-secretário seja candidato ao Senado -, acatou a ordem do padrinho político e logo nomeou Derrite relator do projeto de lei. É aí que a situação começa a degringolar.
A primeira tentativa foi um desastre: o texto previa que a Polícia Federal só poderia atuar contra o crime organizado se fosse procurada pelos governos estaduais. Depois disso, cada correção era acompanhada de algo que feria a PF.
Mais uma vez, o 'dono' da Câmara, Arthur Lira, ignorou a população para tentar blindar os seus. Hugo Motta, cada vez mais, vai se mostrando o laranja que Lira queria para manter o status de manda-chuva e ter, no presidente figurativo, alguém para receber as críticas.
MP cita Junior Mano ao pedir ilegalidade das emendas pix
Em documento enviado ao Tribunal de Contas da União, o Ministério Público pediu que o TCU reconheça e declare a ilegalidade das Emendas de Transferências Especiais - as chamadas Emendas Pix. Segundo o subprocurador Lucas Rocha Furtado, que assina a representação, esse tipo de repasse facilita desvios de finalidade e dificultam a fiscalização.
No documento, o MP cita casos de possíveis desvios de emendas parlamentares ocorridos nos últimos anos, como a denúncias contra Davi Alcolumbre (União-AP), que teria repassado emendas sem transparência para ONGs do Amapá, Arthur Lira (PP-AL), acusado de comprar kits de robótica a preços superfaturados, e Junior Mano, citado no texto como investigado por exigir contrapartidas financeiras para repassar emendas.
AJ Albuquerque e Augusta Brito assumem titularidade na CPMI do INSS
No dia em que a Polícia Federal batia a porta de mais de 70 investigados pelas fraudes no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), houve dança das cadeiras na Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga os desvios irregulares, a CPMI do INSS. AJ Albuquerque (PP-CE) e Augusta Brito (PT-CE) assumiram vagas de titulares. Eles se somam a Eduardo Girão (Novo-CE), que também faz parte do colegiado.
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