Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará
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Fortaleza- A decisão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de obrigar as operadoras de planos de saúde a arcar com os custos de testes de Covid-19 dos clientes terá impacto financeiro a ser medido. Como não existe almoço e nem exame grátis, alguém vai pagar por essa conta.
Explica-se. Este procedimento - para detectar a presença dos anticorpos IgA, IgG ou IgM no sangue do paciente, produzidos pelo organismo após exposição ao vírus - não estava incluso no rol de serviços a serem prestados.
Portanto, não estavam contemplados na precificação dos planos. Ou seja, se as operadoras agora vão passar a cobrir, será um custo novo. Das duas, uma: ou a conta será transferida para a precificação ou será absorvido pelas operadoras.
Assim, as empresas poderão um pequeno prejuízo (uma gripezinha, digamos) ou um grande prejuízo. A depender do porte ou da saúde da operadora a ponto de inviabilizar a sustentabilidade econômico-financeira.
Naturalmente, isto vai depender da demanda. Caso seja todo mundo resolva fazer o exame - e há quem o faça a cada 10 dias - muitas operadoras terão uma despesa importante. A propósito, quando uma operadora fecha, há maior concentração em menos empresas, o que, a rigor, é ruim para os clientes e para toda a cadeia do negócio.
E quando um setor perde o equilíbrio, a massa de clientes potencialmente é transferida para o Sistema Único de Saúde (SUS), já com dificuldade para dar conta da demanda hoje atendida pela saúde suplementar.
Um importante executivo do setor pondera. "Se o sistema fosse racional, com protocolos estabelecidos, etc, isso não deveria impactar porque diluiria dentro dos milhares e milhares de procedimentos que são cobertos no Rol da ANS".
No entanto, ele adverte: "O risco aí é o pedido indiscriminado do teste que possa aumentar custo das operadoras e isso repassar para preço apenando o próprio beneficiário". Ademais, lembra que vários tipos de testes acabam dando falso negativo.
O presidente da Unimed Fortaleza, Elias Leite, se preocupa com o risco de pedidos de exame em excesso. Para ele, é necessário que haja diretriz clara para a realização. "As operadoras são sempre tratadas como a vilã da história", lamenta.
Como ele diz, a operadoras têm sempre dar um jeito: "atender inadimplente, não poder reajustar, ter de fazer exame, mas efetivamente ajuda mesmo a gente não tem, de ninguém".
Em junho, foi a ANS quem derrubou na Justiça decisão liminar que obrigava as operadoras a oferecer os testes sorológicos para Covid-19. A agência recorreu contra a medida e o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), no Recife, acatou o pedido. Lembre clicando aqui
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