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Associação das empresas de ônibus apoia redução do percentual de biodiesel para baixar tarifas
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Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará

Associação das empresas de ônibus apoia redução do percentual de biodiesel para baixar tarifas

A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) apoia a imediata redução do percentual de biodiesel misturado no óleo diesel comercializado no Brasil, conforme proposta na Nota Técnica elaborada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT)
Tipo Notícia
Ônibus na avenida Aguanambi, em Fortaleza: hoje, o diesel no Brasil tem 13% de biodiesel adicionado. É bem mais do que fazem outros países. No Japão, 5% . Na Comunidade Europeia, a taxa é de 7%. No Canadá, de 2% a 4% na mistura (Foto: MAURI MELO/O POVO)
Foto: MAURI MELO/O POVO Ônibus na avenida Aguanambi, em Fortaleza: hoje, o diesel no Brasil tem 13% de biodiesel adicionado. É bem mais do que fazem outros países. No Japão, 5% . Na Comunidade Europeia, a taxa é de 7%. No Canadá, de 2% a 4% na mistura

Brasília - A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) apoia a imediata redução do percentual de biodiesel misturado no óleo diesel comercializado no Brasil, conforme proposta na Nota Técnica elaborada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).

A nota saiu na sexta-feira (5). No texto, a CNT propõe a redução de 50% ou mais do biodiesel na composição do combustível, para alívio imediato no preço do diesel, podendo zerar o nível do insumo por um período limitado.

Hoje, o diesel no Brasil tem 13% de biodiesel adicionado. É bem mais do que fazem outros países. No Japão, 5% . Na Comunidade Europeia, a taxa é de 7%. No Canadá, de 2% a 4% na mistura.

A Nota destaca ainda desvantagens do uso excessivo do biodiesel pela frota brasileira, como, por exemplo, o comprometimento da mecânica e do desempenho dos veículos, em especial os mais antigos.

Aponta a característica do combustível de absorver água, elevando os riscos de contaminação do diesel e proliferação de microorganismos, com poder de degradar o combustível e causar danos nos tanques de armazenamento e componentes automotivos.

Segundo a Nota Técnica, reduzir o nível de biodiesel na composição do diesel não eleva a emissão de gases poluentes.

Esclarece que o Brasil está adequado à fase P8 do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), cuja recomendação é de de 6% a 7% de biodiesel puro (B100) na mistura.

Também menciona estudos recentes segundo os quais níveis há danos à saúde e ao meio ambiente. O alegado uso excessivo de biocombustível no diesel comercial poderiam elevar os níveis de emissão de dióxido de nitrogênio.

Ônibus urbano
A NTU aponta também outras alternativas para amainar os impactos dos reajustes do diesel.

Ofício enviado ao Planalto sustenta a necessidade de implantação de soluções definitivas para o preço do diesel. Dentre as medidas, sugere a reformulação da estrutura tributária incidente sobre o produto e a adoção de políticas de preços especiais para setores essenciais como o de transporte público, por meio de subsídios aprovados pelo Congresso Nacional.

Em levantamento recente, a NTU destaca que, de 1999 a 2020, os aumentos do diesel geraram uma variação de 511,12% no preço desse insumo, com impacto de 23% nos custos do setor. No mesmo período, os reajustes acumulados da gasolina só impactaram em 308,7% o preço do litro.

Noutros termos, vantagem para o transporte individual, em detrimento do coletivo.

Ainda de acordo com a NTU, somente os sucessivos reajustes no preço do diesel nas distribuidoras registrados nos últimos 12 meses, se aplicados às tarifas de ônibus, podem gerar uma correção de 5,6% no valor médio da passagem de ônibus no Brasil, o equivalente a mais 22 centavos.

Para superar a crise do transporte público, que enfrenta queda sem precedentes no número de passageiros e agora tem que lidar também com o aumento dos custos operacionais causados pelos sucessivos reajustes do diesel, a NTU defende ainda mudanças estruturais para resolver os principais problemas da área, como a adoção de um novo marco legal para o transporte público urbano e de caráter urbano, que inclua a segurança jurídica e a transparência nas relações contratuais das empresas operadoras.

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