
Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará
Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará
Londres - Vivo agora, enquanto escrevo este artigo, o maior de todos os conflitos internos dos últimos anos.
Após reencontrar alguma liberdade com o relaxamento do lockdown aqui na Inglaterra, sinto-me uma prisioneira.
Sinto-me acorrentada a um sentimento inexplicável de compaixão, angústia, tristeza e revolta diante da criticidade do cenário que o Brasil enfrenta.
Sinto-me incomodada ao comemorar qualquer avanço alcançado pelo Governo Britânico, por ver o meu país viver o momento mais crítico desde o início da pandemia.
Ninguém, além de mim e de muitos outros brasileiros espalhados por diversos países do mundo, é capaz de entender a complexidade desse sentimento que hoje massacra nossos corações.
Enganam-se aqueles que pensam que o fato de morar em outro país anula ou diminui o amor que sentimos pelo nosso Brasil e pelos nossos conterrâneos.
Enganam-se aqueles que pensam que o nosso sofrimento, por estarmos no Exterior, é menor.
Hoje, do outro lado do oceano, sinto o meu coração dilacerado.
Sinto uma dor imensurável ao ver tantas vidas perdidas, tantas famílias destruídas.
Sofro ao ver a que ponto o nosso Brasil chegou.
Sofro todos os dias, sem exceção, quando peço a Deus que proteja os meus pais, irmãos, familiares e amigos.
Sofro ao ver vidas serem transformadas em cruzes, em estatísticas, em um sofrimento interminável.
Nós, brasileiros no Exterior, sofremos ao ver as decisões tomadas por aqueles que “lideram” a nossa nação.
Sofremos ao ver tanta omissão e corrupção.
Sofremos com a monstruosidade que tem contaminado grande parte dos nossos “representantes”.
Sofremos ao ver que interesses políticos têm vencido os interesses de um povo sofrido, cansado, carente....
Sofremos ao ver que o egoísmo, as escolhas e os comportamentos individuais têm vencido aqueles que, com coerência e responsabilidade, têm lutado incansavelmente para viver !
São quase 270 mil vidas perdidas, interrompidas, capítulos de histórias que não puderam ser concluídos, lágrimas derramadas precocemente...
Eu, independentemente de onde moro hoje, sou brasileira e vivo esse luto.
Mais do que nunca, o meu coração chora.
Mais do que nunca, rezo incansavelmente, pedindo a Deus que proteja todos aqueles que desejam e merecem viver !
Juliana Lobo, jornalista
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