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Mercado escuta os sinais
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Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará

Mercado escuta os sinais

A tragédia sanitária enfrentada pelo País, a instabilidade na gestão federal - com direito a demissão de comandantes militares e orçamento mal resolvido - e ainda a anulação da condenação de Lula deixam o mercado inquieto
Tipo Opinião
Ministro da Economia, Paulo Guedes (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil Ministro da Economia, Paulo Guedes

A semana nada santa na política brasileira causou muita preocupação no mercado, este ente abstrato com muita influência nas eleições. No dizer de um grande empresário do setor de educação, uma tempestade perfeita.

A saber: pandemia descontrolada (com direito a troca de ministro da Saúde pela terceira vez), condenação de Lula anulada (o mercado tem reservas com mudanças ocorridas no âmbito legal e ao mesmo tempo não esqueceu da tragédia econômica nos estertores da Era petista); agenda de responsabilidade fiscal ameaçada por guinadas populistas aqui e acolá.

A pá de cal foi a instabilidade pintada nas árvores do próprio Governo, com queda de ministro da Defesa e de comandantes das três forças. Ademais, pressões por parte do Centrão e relações trêmulas com o Judiciário. O caldo ainda inclui um orçamento esdrúxulo (movido a dinheiro para emendas) e um impasse entre Governo e Congresso, a ser pacificado nesta Páscoa.

Aquela carta do final de março, elaborada por economistas, banqueiros, empresários e ex-ministros, a cobrar do Governo Federal medidas contra a pandemia, foi uma espécie de primeiro sinal. Mas havia muitos economistas e poucos banqueiros. Quando os banqueiros forem maioria, poderá ser tarde a reação.

Vitor Frota, CEO da Simpex/Dasart
Foto: Júlio Caesar
Vitor Frota, CEO da Simpex/Dasart

SIMPEX E DASART

7 terrenos para lançar

A Simpex Incorporações e Dasart Engenharia compraram pelo menos sete terrenos em Fortaleza para fazer lançamentos até o final do ano. Mira nos públicos de alto e médio padrão, além da linha econômica (também conhecida como popular). Nos terrenos adquiridos, as empresas presididas por Vítor Frota vislumbram vitrine de produtos de até R$ 1,2 bilhão. No segmento econômico, as duas empresas estão em fase de aprovação de projetos para 1.440 unidades.

PESQUISA

Queda no consumo C e D foi maior no Ceará

No Nordeste, o Ceará foi o estado com maior retração de consumo em fevereiro, ante janeiro, nas classes C e D. A Pesquisa de Hábitos de Consumo das Classes C e D da Superdigital, fintech do Santander, mostra isso. A queda foi de 43% em relação a janeiro. O levantamento, baseado nas transações feitas pelos clientes, é mensal. As maiores quedas no Ceará foram apontadas nas categorias Prestadores de Serviços (-70%), Serviços (-64%) e Rede Online (-60%). A retração no consumo no Brasil ficou em 28%. O maior recuo foi no Sudeste.

MAIS 15 DIAS

iFood morde menos

O iFood decidiu esticar por mais 15 dias as medidas de apoio aos restaurantes feitas no início de março e que acabariam junto com o mês. A empresa manterá a redução das taxas, de forma automática, para estabelecimentos parceiros - redução de 23% para 18% para os que operam via entrega iFood (logística da plataforma), e de 12% para 11% para os restaurantes que atuam no marketplace (entrega própria). O repasse dos recebíveis vai continuar em até sete dias após a venda, sem taxa adicional, até 30 de junho, para todos os restaurantes ativos há mais de 30 dias na plataforma.

NO CEARÁ, NOVE LOJAS

Assaí vai para o Mercado Livre de energia

O Assaí Atacadista migrará todas as suas lojas do Nordeste para o Mercado Livre de Energia até dezembro. A medida é parte da estratégia de eficiência energética e engloba as 49 unidades em funcionamento. No Ceará são nove lojas: Bezerra de Menezes, Washington Soares, Parangaba, Cidade dos Funcionários, Caucaia, Juazeiro do Norte, Sobral, Maracanaú e Iguatu.

JOGO RÁPIDO

Funcionário virou colaborador. Demissão virou desligamento. Encerrar dizem descontinuar. Morrer falam ir a óbito. O eufemismo não amaina dor.

Horizontais

Pratos limpos - A Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco (da Secult e gerida pelo IDM), deu aulas teóricas e práticas a 10 associações. Ao todo, 64 mil refeições foram distribuídas.

Pressão lá e cá - Enquanto São Paulo mantém a "fase emergencial" até pelo menos o dia 11, a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) diz que 84% dos empresários já demitiram e irão demitir mais se as medidas se prolongarem.

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