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Análise: Circunstâncias definem reabertura e fim do lockdown
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Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará

Análise: Circunstâncias definem reabertura e fim do lockdown

Segunda-feira já seria tempo para abrir comércio e outras atividades ditas não-essenciais? Talvez não, a considerar os índices de ocupação dos leitos e a velocidade de propagação do vírus. Mas a decisão a ser anunciada hoje pelo governador Camilo Santana (PT) leva em consideração as circunstâncias. Aquele pronunciamento de pré-abertura, na semana passada, soou como uma forma de aplacar os ânimos do comércio, sobretudo. Um novo adiamento seria difícil de digerir
Tipo Opinião
Em anúncio de prorrogação do lockdown, governador Camilo Santana e secretário dr. Cabeto apresentam indicadores da Covid-19 do Estado  (Foto: (Foto: Facebook/reprodução))
Foto: (Foto: Facebook/reprodução) Em anúncio de prorrogação do lockdown, governador Camilo Santana e secretário dr. Cabeto apresentam indicadores da Covid-19 do Estado

Segunda-feira já seria tempo para abrir comércio e outras atividades ditas não-essenciais? Talvez não, a considerar os índices de ocupação dos leitos e a velocidade de propagação do vírus. Mas a decisão a ser anunciada hoje pelo governador Camilo Santana (PT) leva em consideração as circunstâncias. Aquele pronunciamento de pré-abertura, na semana passada, soou como uma forma de aplacar os ânimos do comércio, sobretudo. Um novo adiamento seria difícil de digerir.

Houve até agora boa vontade da parte dos líderes do setor, a despeito da pressão da base. Desde o ano passado, quando das primeiras medidas de isolamento social, quando a ignorância sobre a doença era ainda maior, embora hoje também tenha crescido a mortalidade, o Governo do Ceará vem conseguindo aplicar o soft power de maneira exemplar. Decretou medidas duras sem maiores reações entre as lideranças.

Afora a habitual habilidade de Camilo - não se imagina o governador dando gritos, mas agindo com fala mansa - há outro trunfo, o secretário da Saúde, Dr Cabeto. Ele tem histórico de respeitabilidade. É médico cardiologista de boa parte da elite empresarial cearense. O que ele diz é ouvido, de coração. Mas agora, a despeito de tudo, o adiamento da abertura teria pela frente o cansaço dos empresários.

A interlocutores do meio empresarial, como o presidente da Fecomércio, Maurício Filizola (um ex-paciente grave de Covid-19), Camilo vem dizendo que aguarde o veredicto de hoje, após escutar seus conselheiros científicos, mas que fique à vontade para falar sobre as propostas do comércio. Aliás, os comerciantes sabem que abrir implica mais risco. Não nutrem a ilusão de que as pessoas terão a disciplina que nunca exibiram. Todavia, são as circunstâncias. Elas definem a provável reabertura.

PRAGMATISMO

Empresários com o presidente

Teve sabor de desagravo o jantar com empresários, ministros e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na noite de anteontem, em São Paulo. O evento fechado aconteceu não muito tempo depois da carta assinada por economistas e alguns banqueiros com críticas ao trato da pandemia pelo Governo. Segundo relato de um dos convivas à Coluna, logo depois do evento, Claudio Lottenberg, presidente do Conselho da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, não houve nenhum momento de tensão com Bolsonaro. Cândido Pinheiro Jr, vice-presidente do Sistema Hapvida, também participou.

IMPORTADORA

Crasa segue com a Ford

Ricardo Rolim (Crasa) já trabalha em um horizonte solitário com a marca Ford em Fortaleza, sem a concorrência de Jangada e Jaysa. Ricardo topou o que muitos concessionários da Ford não quiseram: seguir com a montadora norte-americana no segmento premium, sem modelos populares no pátio. Com a anunciada desistência de produzir no Brasil (Adeus, São Paulo; tchau, Bahia; até, Ceará), a Ford passa a ser apenas uma importadora. A Crasa, porém, vai racionalizar a estrutura. Ricardo disse à Coluna que manterá apenas a loja da Washington Soares, encerrando a operação ali na Duque de Caxias com José Jatahy, a primeira loja. Em tempo: um dos modelos trazidos pela Ford será o Bronco, veículo que entre outras curiosidades foi o primeiro a ser chamado oficialmente de utilitário esportivo e se tornou um clássico cult nos Estados Unidos.

horizontais

ESG - A Arco Educação, a cearense listada na Nasdaq, anunciou a criação de uma área de ESG (Ambiental, Social e Governança) e o lançamento do Arco Instituto. Será o braço de apoio a projetos sociais. Fala em empoderar jovens por meio da educação. Falam em impactar 100 mil pessoas este ano.

Cestas - A Planet Smart City anunciou a doação de 1,7 toneladas de alimentos para 100 famílias da região de Croatá, localidade onde fica o projeto Smart City Laguna, no Ceará. A entrega das cestas básicas teve à frente a CEO da Planet no Brasil, Susanna Marchionni.

Antenas - O Ceará ganhou mais um biosite da TIM. A italiana chama de plano de expansão da cobertura sustentável. O equipamento foi instalado em Juazeiro do Norte, chegando ao 107 antenas sustentáveis em oito municípios do Estado. Até dezembro terá mais dois biosites (Caucaia e Maracanaú). Em linhas gerais, são torres metálicas mais compactas.

Patrimônio - O professor Romeu Duarte, do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFC, agora é presidente do Comitê de Patrimônio Cultural da UFC. O nome foi escolhido em lista tríplice pelo reitor Cândido Albuquerque.

Escombros - Em tempo: Romeu lamenta pelos escombros de mais uma edificação emblemática, a Residência Antônio Diogo, na rua Nunes Valente, 300, Meireles. Era projeto de Acácio Gil Borsói. "Para mim, era uma de suas mais belas obras residenciais". O carioca Borsói é um dos arquitetos mais emblemáticos da arquitetura cearense.

 

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