Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará
Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará
O diretor-fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, disse ontem ao redator da Coluna e à jornalista Rachel Gomes, na rádio O POVO CBN, acreditar no risco de o Brasil praticar o chamado corte de carga neste segundo semestre. Para ele, racionamento, como ocorrido em 2001-2002, é possível, mas menos provável.
O impacto no bolso das pessoas já começou. A tarifa bandeira vermelha 2 da conta de luz - em vigor - paga a energia térmica, mais cara, e tem a função de conter o consumo. O impacto da nova tarifa de bandeira vermelha patamar 2, a adicionar R$ 9,492 a cada 100 kW/h consumidos, representa acréscimo de pelo menos 5% na conta de energia elétrica, como aponta estudo realizado pelo Núcleo de Energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e revelado pelo O POVO ontem com exclusividade.
O corte de carga consiste na interrupção de suprimento de energia elétrica por meio do desligamento de linhas de transmissão ou de circuitos de distribuição. Esta medida, diz Adriano, poderia ser adotada por até duas horas, em horários de pico. "A gente tem que ser realista".
Como o consumo não é linear, há picos, os corte de cargas poderiam ser aplicados em horários específicos. Na crise de 2001-2002 os vilões do consumo eram os chuveiros e as lâmpadas. Agora, diz Adriano, é o ar condicionado. "O horário de pico era às 6 horas, agora é às 3 da tarde".
Ao contrário de 2002, quando o País dependia de modo quase exclusivo das usinas hidrelétricas, Adriano lembra que agora o Brasil tem as usinas termelétricas para acionar. "O Governo está ligando todas as térmicas e a tarifa está subindo". No passado também, analisa, não havia linhas de transmissão tão robustas como hoje.
Adriano cita outra crise vivida pelo Brasil no setor, no biênio 2014-2015. Naquele momento, não houve racionamento ("bateu na trave") porque as térmicas foram ligadas. Ademais, destaca, houve o devido gerenciamento dos reservatórios das hidrelétricas. Um exemplo: a hidrovia Tietê-Paraná ficou sem funcionar para dar prioridade ao acúmulo de água para a geração de energia.
Hoje o Brasil lida com níveis baixos de armazenamento, em torno de 29%. O drama é ainda maior porque a escassez de chuvas é mais relevante na Bacia do Paraná, donde sai cerca de 70% da energia produzida no País. O Operador Nacional do Sistema (ONS) já antevê níveis abaixo de 20% em breve. Para o final do ano, a perspectiva é ainda mais árida: 10%, o que seria inédito.
Na hipótese de a economia ganhar mesmo fôlego, com crescimento de até 5%, como leem os bancos a partir dos efeitos das vacinas, mais problemas, pondera Adriano. "Caso falte energia, isso vai ser comprometido". Ele adverte que o trimestre de agosto a outubro é o mais crítico historicamente. "Em novembro costuma dar uma chuvinha". De todo modo, ele também lista, o regime de chuvas tem piorado nos últimos 10 anos, por conta das mudanças climáticas.
O cenário preocupante é mundial. "Em Nova York, os clientes têm recebido mensagens de Whatsaspp com pedidos para que economizem energia", cita.
Sobre a agenda do Ceará com o hidrogênio verde, Adriano vê com uma boa ideia diversificar a matriz, mas pondera: como tudo em se tratando de energia, nada é no curto prazo. Para ele, coisa para 20 anos.
FIEC
A manutenção de Ricardo Cavalcante na presidência da Federação das Indústrias do Estado (Fiec) tem um sentido simbólico muito importante para o presidente e para a instituição. Outrora diretor e nome muito ligado a Beto Studart, Ricardo demarcou um primeiro mandato em busca de personalidade ante a anterior. Ele montou um novo time. O voto de confiança do Conselho de Representantes, o órgão máximo da Fiec, chancelou a gestão. Superada a pandemia, o que se espera até o próximo ano, terá tempo de tocar o novo mandato sem o peso da Covid-19.
Voos- A Gol Linhas Aéreas definiu para julho 417 voos diários, podendo chegar a 481 decolagens por dia. A ampliação da oferta é de 55% ante junho. A malha segue a expectativa de alta temporada neste mês, apesar da pandemia. Entre os destaques, estão Fortaleza, Juazeiro e Jericoacoara.
De segunda a sábado, de 9h às 11 da manhã, tem O POVO no Rádio, na rádio O POVO CBN (95.5 FM).
Informe-se sobre a economia do Ceará aqui. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.