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Laudos apontam recuperação inviável do edifício São Pedro
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Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará

Laudos apontam recuperação inviável do edifício São Pedro

Philomeno Jr, um dos proprietários do Edifício São Pedro, na Praia de Iracema, está munido de uma série de laudos sobre a real situação do prédio. "Poderá colapsar a qualquer momento", diz ele. Dentre os laudos, um é assinado pelo Laboratório de Materiais de Construção Civil (LMCC) da Universidade Federal do Ceará (UFC). O laudo é categórico quanto aos riscos
Imagens mostram grau de deterioração dentro do Edifício São Pedro (Foto: DIVULGAÇÃO)
Foto: DIVULGAÇÃO Imagens mostram grau de deterioração dentro do Edifício São Pedro

Fortaleza - Philomeno Jr, um dos proprietários do Edifício São Pedro, na Praia de Iracema, está munido de uma série de laudos sobre a real situação do prédio. "Poderá colapsar a qualquer momento", diz ele. Dentre os laudos, um é assinado pelo Laboratório de Materiais de Construção Civil (LMCC) da Universidade Federal do Ceará (UFC). O laudo é categórico quanto ao risco.

Como conclusão, aponta: "Com o envelhecimento das estruturas de concreto armado, há a necessidade de reabilitação e recuperação de algumas estruturas, porém existem construções que apresentam manifestações patológicas em intensidade e incidência significativas, acarretando elevados custos para sua correção".

Prossegue: "Aliado a isto, em ambientes marinhos, localizados em áreas de forte taxa de agressividade, como o caso da cidade de Fortaleza, as estruturas de concreto estão sujeitas à situação de ataques agressivos de cloretos encontrados na maresia e na água do mar, culminando na aceleração do aparecimento de manifestações patológicas".

E mais: " Em adição, a estrutura de concreto armado perde sua estabilidade estrutural quando atinge níveis altos de degradação relacionados a um processo corrosivo. Após as vistorias e as análises in situ e em laboratório realizadas, constatou-se que a estrutura de concreto armado do Edifício São Pedro encontra-se em grande estado de deterioração, apresentando ataques severos as armaduras, devido principalmente a falta e/ou inexistência de cobrimentos adequados da armadura, carbonatação e ataque por íons cloreto, devido a qualidade do concreto que permitiu o acesso de elementos que atacaram a ferragem desencadeando o processo de oxidação."

Diz ainda o laudo, assinado pelos engenheiro Antonio Bezerra Cabral e José Ramalho Torres, "as manifestações patológicas identificadas na estrutura de concreto armado são tão acentuadas, que seria inviável economicamente recuperar totalmente a estrutura do Edifício São Pedro".

E afirma: " Neste mesmo sentido, Mehta e Monteiro (2014) salientam que quando as propriedades de um determinado material, sob determinadas condições de uso, deterioram de maneira que a continuação do uso deste material é considerada como insegura ou antieconômica, a sua vida útil tenha chegado ao fim".

Para o processo de recuperação da estrutura de concreto da edificação, diz ser necessário a demolição parcial de todas as alvenarias que estão em contato com esta estrutura. 

Dá um exemplo: "Exemplificando, quando for recuperar um pilar, tem-se que liberar as quatro faces do
mesmo, ou seja, deve-se demolir as alvenarias adjacentes a esse pilar em pelo menos 1,5m do mesmo. Após a demolição das alvenarias, dependendo do projeto de recuperação da estrutura, este pilar sofrerá alterações na sua geometria (seção transversal), aumentando-a, pois se deve garantir o cobrimento das novas barras de aço, bem como da vida útil deste novo pilar recuperado, que é de pelo menos 50 anos. O anteriormente descrito aplica-se também aos demais componentes da estrutura, tais como as vigas. Ao
final, a depender das peças estruturais que estiverem adjacentes às alvenarias estas terão partes importantes demolidos".

Conclui: "Ademais, após o processo de reabilitação do edifício São Pedro, as medidas adotadas devem garantir o desempenho mínimo da estrutura, devendo atingir uma vida útil de período igual ou superior a 50 anos, conforme estabelece a ABNT NBR 15575".

No laudo, diz-se que na vistoria preliminar foram detectadas as seguintes manifestações patológicas:

- Armaduras de aço expostas;
- Armaduras corroídas, com redução de seção e rompidas;
- Concreto apresentando poros visíveis a olho nu e vazios macroscópicos;
- Cobrimento insuficiente e/ou inexistente das armaduras em alguns locais;
- Concretos com alta porosidade e dosados com agregados de dimensão máxima de
31,5 mm;
- Crescimento de árvores na estrutura;
- Infiltração de água na estrutura

No dia 19 de agosto, o prefeito José Sarto (PDT) indeferiu o tombamento provisório do edifício São Pedro. Na prática, abriu caminho para a demolição. O decreto 15.096 alegava que o prédio possui inúmeras patologias de alto grau, especialmente na estrutura de concreto armado. Isto tornaria inviável economicamente a recuperação da estrutura. Lembre clicando aqui

Laudo da UFC diz: "Com o envelhecimento das estruturas de concreto armado, há a necessidade de reabilitação e recuperação de algumas estruturas, porém existem construções que apresentam manifestações patológicas em intensidade e incidência significativas, acarretando elevados custos para sua correção"
Laudo da UFC diz: "Com o envelhecimento das estruturas de concreto armado, há a necessidade de reabilitação e recuperação de algumas estruturas, porém existem construções que apresentam manifestações patológicas em intensidade e incidência significativas, acarretando elevados custos para sua correção" (Foto: DIVULGAÇÃO)

 

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