Livre concorrência é muito bom, mas não quando vai de encontro às regras definidas pela legislação. No caso dos ônibus rodoviários, a ultrapassagem é irregular. Quem passa são os aplicativos de ônibus como o Buser. Funciona da seguinte maneira: o consumidor compra um bilhete pelo app e fica feliz porque o preço anunciado é até 50% menor ante a passagem por empresa convencional. Contudo, o ônibus a ser utilizado não pertence à Buser. Ela freta um veículo. A viagem acontece se é vendido o mínimo de assentos estimado para compensar o trecho. Seriam 70%.

O presidente da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati), Paulo Porto Lima, é direto quanto ao Buser: "O aplicativo engana o consumidor no momento em que ele, ao adquirir um bilhete, acha que vai viajar pela empresa Buser, quando não é. Após a Buser fechar um grupo, ela contrata uma empresa que o consumidor não sabe nem qual é". Ele marca duas questões não respondidas ao cliente: se o motorista está treinado e qual a idade do veículo. "Isto é o mínimo que nós, empresas regulares, nos submetemos à regulação do Poder Público". Paulo conversou com o redator da Coluna ontem no programa O POVO no Rádio, na rádio O POVO CBN

Afora as exigência em edital, como a oferta de assentos para passageiros com direito a benefícios sociais, como gratuidade em dois assentos por trecho para idosos e pessoas com deficiência física, por exemplo, ainda não há também, aponta Paulo, recolhimento de ICMS para os estados. Isto seria a garantia de estar segurado, ter direito a reclamação e reembolso. No Ceará, as empresas pagam a outorga ao vencer edital e taxa de fiscalização.

No Ceará, a decisão da Justiça estadual de proibir a operação de Buser, com multa estipulada de até R$ 500 mil, em caso de descumprimento repetido, é uma esperança das empresas de ônibus. E uma temeridade a mais para quem comprar bilhete. A empresa vai recorrer.

SEM TERRA E SEM AR

Itapemirim em colapso

A situação da Itapemirim, em terra (porque no ar já parou de voar) é de absoluta temeridade. Há uma semana está com movimento de greve em diversos estados, sem conseguir cumprir horários e abandonando os passageiros nas rodoviárias. Outras empresas estão socorrendo os incautos. Guanabara, Progresso, Gontijo e Real Expresso estão atendendo grande parte da demanda. Um ônibus da Itapemirim parou em Salgueiro (PE) porque o motorista abandonou os 35 passageiros que estavam vindo de São Paulo para Fortaleza. Convenhamos, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) já deveria ter cassado a licença operacional da empresa. Afinal, mesmo sem ter a garantia da operação, continua vendendo passagens.

CIMENTO

Apodi agora tem 10 CDs

A Cimento Apodi começa a operar na segunda-feira um Centro de Distribuição na cidade de Picos, no Piauí, a pouco mais de 300 km da capital, Teresina. O CD Apodi em Picos é o décimo da companhia e o segundo inaugurado neste mês. Antes abriu em Feira de Santana (BA), no último dia 7. A cimento Apodi é uma joint venture formada pela família Dias Branco (não confundir com o Grupo M. Dias Branco, pois está fora do guarda-chuva e do grupo grego Titan, com 110 anos de mercado.

Horizontais

Boa ação - A marca carioca de biscoitos e snacks Piraquê, pertencente à cearense M. Dias Branco, fez a primeira a doação emergencial de alimentos às vítimas das enchentes em Petrópolis (RJ). Enviou 1,3 tonelada de alimentos para a Comissão das Vítimas das Tragédias da Região Serrana do Rio de Janeiro.

Lançamento - O Tiggo 5x recebe nova atualização e passa a ser comercializado exclusivamente na versão PRO. Com isso, o utilitário promete mais tecnologia e mudanças no design. Desde que chegou às concessionárias, há três anos, o Tiggo 5x soma quase 30 mil unidades vendidas no Brasil. Custa R$ 154.990.

Pesquisa- O Dataleal, o instituto empírico da Coluna, mostra que a simpatia pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) nos condomínios caros da Beira Mar de Fortaleza, é da altura dos prédios. Um habitante divergente confidenciou: "Não entendo, pois esta turma nunca ganhou tanto dinheiro como na Era petista". O Brasil não é mesmo para amadores. O único Amador que deu certo foi o fundador do Bradesco.