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Eleições: a verdade mora fora da propaganda
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Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará

Eleições: a verdade mora fora da propaganda

O real mais cedo ou mais tarde aparece. Pode ser em um microfone aberto, numa fala captada por parabólica ou uma rápida edição biográfica em vídeo. Não há choro ou sorriso capazes de fazer a contenção quando a essência floresce; o jornalismo é determinante para exibir aquilo que não queriam que fosse visto
Tipo Opinião
Lula e Bolsonaro disputam as eleições presidenciais de 2022 (Foto: EVARISTO SA / AFP)
Foto: EVARISTO SA / AFP Lula e Bolsonaro disputam as eleições presidenciais de 2022

O melhor das campanhas eleitorais é o melhor de qualquer relação, aquilo que é real. Seja por trás da maquiagem, da cinta modeladora ou dos falsos bons modos. Seja fora do texto lido - com o que melhor deve ser dito - e dos melhores ângulos na TV. O real mais cedo ou mais tarde aparece. Pode ser em um microfone aberto, numa fala captada por parabólica ou uma rápida edição biográfica em vídeo. Não há choro ou sorriso capazes de fazer a contenção quando a essência floresce.

Quando o País passou a profissionalizar mais as campanhas, em meados dos anos 1980, o real não deixou de ser o mais importante, mas acabou sobreposto pelas cortinas esfumaçadas do chamado marketing político. Havia o encantamento com cores, imagens e jingles. Foi assim com Maria Luiza em 1985, eleita prefeita de Fortaleza pelo PT; e também com Tasso governador em 1986, pelo então PMDB. Ou ainda o Collor de 1989, o FHC de 1994, o Lula Lá finalmente vencedor de 2002 (quase levando o Zé Airton Cá) e tantos outros.

Destes, Maria foi um caso especial. Afora a propaganda eficiente, tinha uma autenticidade dela como trunfo contra Paes de Andrade (PMDB), quem detinha muito mais volume de campanha.

A ressaca veio

Mas uma certa ressaca foi crescendo. As propagandas políticas, assim como a publicidade, passaram a causar um certo enfado e o planejamento farejou formas de vender uma vida real. Aparentemente real, pelo menos. E vieram os storytellings (historinhas bem contadas) para vender sabão em pó, máquina de lavar, lava-jato e biografias. Como sempre fora, porém, com peso mais acentuado, o jornalismo compõe o combo.

O valor do que não é propaganda

Como na venda de qualquer produto ou candidato, a fala jornalística - ou pretensa - tem um valor imenso. Os anunciantes, a propósito, compram espaço nos veículos para morder a atenção do público. O público não adquire anúncios. Compra conteúdo e associa à publicidade a confiança no veículo. Conforme o sarrafo da credibilidade, maior a influência e mais valiosa ela é. Uma influência construída e mais indelével que os grupos políticos. Governos mudam.

Em verdade, sempre haverá hordas de insatisfeitos a demonizar os incômodos e a celebrar o que querem ouvir. À direita e à esquerda. Até criou-se um falso mito (?!) da relevância absoluta das redes sociais. As tais bolhas sendo infladas ao tempo em que deixam o ar mais rarefeito para o debate. As redes balançam as massas. Mas o volume e a constância de conteúdos amplificou a importância da checagem, o que já era da essência dos melhores veículos.

Tudo isto explica por qual razão as entrevistas, as falas públicas e, em alguma medida, os debates entre Bolsonaro e Lula, a começar esta noite na TV, são mais reveladores do que a propaganda eleitoral. Ou alguém acredita em choro de candidato truculento, em juras de amor pela pátria de quem não respeita a liturgia do cargo e expõe o País ao mundo? E ainda: em promessa de blindagem contra corrupção quando sabemos como o sistema impõe as nomeações? A audiência mais exigente vai além da propaganda.

AGENDA POSITIVA

Tem mais cachaça no Brasil

O número de registros de Cachaças (produtos) no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) aumentou 40% entre 2020 (3.533 produtos) e 2021 (4.969 produtos). Ao comparar 2021 com 2019 (período pré-pandemia), o crescimento é de 67%. Os dados estão no Anuário da Cachaça (dados 2021), divulgado pelo Mapa. O Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), entidade representativa do setor, com o apoio do Mapa e parceria com a GS1 Brasil, assina. Outro dado: em 2021, o setor fechou o ano com 936 produtores, uma pequena diminuição de 2% ante 2020. Em 2021, foram registrados 98 novos estabelecimentos produtores. Outros 117 cancelaram seus registros, o que corresponde a uma redução líquida (?!) de 19 em relação ao ano anterior. Minas lidera com 353 estabelecimentos), seguido de São Paulo (143). Em número de registro de produtos, Minas Gerais também lidera, com 1.778 produtos registrados. Importante: o Anuário não retrata volume de produção e, sim, número de estabelecimentos produtores.

TURCO

Jato apreendido com cocaína em Fortaleza deve ir para a PRF

Deve ser cedido para a Polícia Rodoviária Federal (PRF) a aeronave turca apreendida pela Polícia Federal (PF) com 1,3 tonelada de cocaína em Fortaleza em agosto do ano passado, no Aeroporto Pinto Martins. Desde então, o jatinho está retido. A rigor, deveria haver o perdimento do jato para a União. Mas há um imbróglio envolvendo a matrícula. A Turquia não quer liberar. A empresa turca detentora do jato particular é ACM Havayollari Sanayi Ticaret Limited Sirketi (ACM Air) e o piloto turco Veli Demir negam qualquer relação com a carga. O avião tinha como destino Bruxelas (Bélgica) quando foi vistoriado pela PF e nele encontradas 24 malas com a droga.

ROL DA ANS

Há boa fé por toda parte, também nas operadoras

São sempre simpáticas as decisões proferidas por juízes de primeira instância a favor de clientes de operadoras de planos de saúde. A polêmica recente quanto ao rol taxativo da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), pelo qual as coberturas ficariam limitadas ao rol, reacendeu um debate recorrente. E nesta contenda, pacientes agem de boa fé, advogados e defensores públicos agem de boa fé na defesa de seus clientes, ANS age de boa fé ao defender o rol como mínimo a ser garantido e juízes idem. Mas, não se esqueça, as operadoras também. São empresas, precisam de previsibilidade. Sentem a dor de arcar com custos não imaginados e dividem a cólica com os clientes. Nessa enfermaria, quem age por má fé são os lobbies da indústria da saúde (fabricantes de medicamentos de eficácia discutível, por exemplo).

- 15,9%

Queda de bicicleta em 2022

A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) pedalou para baixo, pela segunda vez no ano, a sua estimativa de produção de bicicletas. A nova perspectiva é fechar 2022 com 630 mil unidades fabricadas. Isto corresponde a retração de 15,9%, versus as 749.320 bicicletas que saíram das linhas de montagem no ano passado. A procura pelos modelos de entrada registrou forte queda. Muitas pessoas postergaram ou simplesmente desistiram de adquirir uma bicicleta. As fabricantes tiveram também reviram o mix de produção para atender à demanda do mercado, hoje mais ávido por modelos de médio e alto valor agregado.

ATÉ DEZEMBRO

BNB abre miaeiro do FNE para microcrédito

As eleições amolecem mesmo os corações banqueiros. Os clientes do programa Crediamigo do Banco do Nordeste (BNB) com histórico de bom relacionamento poderão acessar o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) com juros a partir de 0,7% ao mês. O BNB está disponibilizando R$ 960 milhões para toda a sua área de atuação a serem contratados até o dia 30 de dezembro. No Ceará, a expectativa é alcançar R$ 295 milhões em empréstimos. O presidente do BNB, José Gomes da Costa, diz que o crédito é destinado a investimento fixo, capacitação empresarial e capital de giro para reforçar as atividades no período em que há um maior aquecimento da economia.

horizontais

Ovos - Amanhã (segunda, 17), as lojas do Supermercado Pinheiro na Antônio Sales e Rogaciano Leite venderão apenas ovos "cage-free"(galinhas livres de gaiolas) durante todo o dia. Pinheiro comprou a ideia da ONG Mercy For Animals (MFA), focada na proteção e defesa dos animais explorados para consumo. Haverá ações de educação e disseminação de práticas e consumo de produtos que prezam pelo bem estar animal. Junta Pinheiro, Tijuca e SL.

Por falar em ovos - A Bunge, no Brasil, uma das principais exportadoras de produtos agrícolas e alimentícios, assumiu em 2017 o compromisso público de utilizar em seus produtos apenas ovos de galinhas 100% livres de gaiolas, com prazo de transição total até 2025. A evolução do compromisso é acompanhada por instituições de proteção animal no País, como o Instituto Certified Humane e o Fórum Animal.

Há vagas - As inscrições para concorrer a vagas e formação de cadastro de reserva para área de TI do Banco do Nordeste (BNB) podem ser feitas até 18h (horário de Brasília) da próxima quarta-feira (19).

Porta de loja - A atividade física do comércio brasileiro teve crescimento de 6,4% nos dias que antecedem o feriado de Dia da Criança, na comparação com o mesmo período do ano anterior (5 a 11/10/21 x 5 a 11/10/22). Esse foi o melhor desempenho desde 2012, quando o índice marcou expansão de 7,7%.

Cerveja - A cerveja Eisenbahn Pilsen Unfiltered, lançada este ano, durante a celebração dos 20 anos de história da marca, foi eleita a melhor do Brasil em sua categoria no World Beer Awards, um concurso cervejeiro.A marca também ganhou duas medalhas de prata, nível mundial, na categoria design Bottle Range.

Chama - A Avon lança o Divas na Liderança, programa exclusivo para as funcionárias que são mulheres negras atuando na empresa. Mira no desenvolvimento das carreira das profissionais para que alcancem posições de liderança na companhia.

Bernardo - A Turma da Mônica ganhou um novo personagem. Bernardo é inspirado na história real de um menino de Caxias do Sul (RS). O garoto tem acondroplasia, a forma mais comum de nanismo. A doença genética afeta o crescimento normal dos ossos, resultando em um indivíduo cuja altura é muito menor que a média de toda a população. O livro, intitulado 'Nosso amigo com nanismo', conta a história de Bernardo no seu primeiro dia de aula.


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