
Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará
Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará
Na falta de agenda positiva na economia para começar o ano e o mandato, o presidente Lula mirou nos juros. Pôs na mira a Taxa Selic e o presidente do Bacen, Roberto Campos Neto juntos. Como se uma decisão arbitrada fosse, Lula atacou a manutenção da taxa básica e encontrou ali um discurso para atravessar a fase inicial. Uma casamata capaz de abrigar até o fim do ano, se preciso.
Ao contrário de outrora, Lula foi eleito de maneira muito apertada e tensa. E, ademais, sem conforto no Congresso. Os apontados calafrios entre os investidores havia (e ainda há) quanto ao risco fiscal. Governos de esquerda enfrentam este ceticismo. Ainda mais depois da Era Dilma - não se esquece a recessão de 2016.
Mas o tempo passa, o tempo voa, e após o gesto da agência de classificação de risco Fitch, ao elevar a nota de crédito do Brasil - no primeiro movimento para cima desde a perda do grau de investimento em 2018 - vem agora a redução da Selic. Um corte até maior do que o esperado - de 13,75% para 13,25%. Somem-se ainda o arcabouço fiscal - bem ou mal uma proposta com freios instalados - e (bem ou mal) uma reforma tributária a avançar.
Fatores extra-Governo ajudaram - vide as exportações de grãos puxadas pelo confronto após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Mas teve mais. O desenho de momento mina o discurso lulista de atacar a Autoridade Monetária, a ponto de pressionar por uma renúncia de Campos Neto e pôr em xeque a autonomia do Bacen. Inflação menor e leituras de futuro mais generosas, como fazem investidores internacionais - mostra The Economist (ver matéria na página 12 desta edição) - não podem ser dissociados de um conjunto, do qual faz parte a prudência do Bacen.
Não há razões isoladas para os problemas, tampouco para as soluções.
ELÉTRICO DA CHINA
A aposta de grupos fortes do setor automotivo nos carros elétricos e híbridos - vide Newland (GWM) e Carmais (BYD) - são um indicador positivo para os consumidores. As pessoas veem os investimentos e inferem: eles não entrariam nessa se não fosse para valer. Na quarta-feira, o Grupo Carmais reuniu convidados e o gerente de marketing e comunicação da BYD, Pablo Toledo, o sócio-diretor Rodrigo Ventura, e o diretor comercial Leonardo Dall Olio, para conectar a marca com a Cidade. A BYD Carmais tem lojas no Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte.
SOL
O Grupo Comerc Energia concluiu a aquisição e integração da cearense Soma Energia. Compõem os planos de expansão no Nordeste. Mira a abertura do mercado livre de energia no Brasil para o Grupo A (alta tensão) a partir de janeiro de 2024. Paulo Siqueira toca a operação. Ele vê cenário ensolarado. Lê a estimativa oficial de 106 mil novas unidades consumidoras a migrar para o mercado livre no próximo ano. Dessas, 27 mil unidades no Nordeste e 1.791 apenas no Ceará.
Horizontais
Jogo Rápido - A manifestação de entregadores de moto contra a aplicação de multas pela AMC obrigava a mais multas - pela AMC: poluição sonora e estacionamento proibido. Aconteceu na Praça Portugal.
Antes do prazo - A Victa Engenharia, do Grupo Diagonal Engenharia, fez a entrega de mais um empreendimento em Fortaleza, o Alta Vista Passaré. A entrega estava prevista para dezembro. São apartamentos de 43,90m² e 46,70m².
Bom, mas se durar - E por falar em mercado imobiliário, a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) gostou muito da redução em 0,50% na Selic. Contudo, avisou em nota: "Esperamos que esse seja um movimento contínuo de redução e que a Selic possa se estabilizar em um patamar baixo de forma sustentável no longo prazo".
Marina? - O presidente Lula voltou a cogitar a prospecção e exploração de petróleo na região da Foz do Amazonas. Em recado direto à ministra Marina Silva, afirmou que a decisão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) não é definitiva.
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