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Os enxames das abelhas sem ferrão são bem-vindos
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Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará

Os enxames das abelhas sem ferrão são bem-vindos

A ONG Associação Caatinga dissemina a espécie em 40 comunidades do Ceará e Piauí com suporte financeiro do projeto Petrobras Sociambiental
Moacir Lima, é agricultor e mora em Santana, comunidade rural de Crateús (CE). Animado e com o apoio do projeto, o agricultor iniciou sua jornada como meliponicultor e, até hoje, colhe os frutos da criação de abelhas (Foto: DIVULGAÇÃO - ASSOCIAÇÃO CAATINGA)
Foto: DIVULGAÇÃO - ASSOCIAÇÃO CAATINGA Moacir Lima, é agricultor e mora em Santana, comunidade rural de Crateús (CE). Animado e com o apoio do projeto, o agricultor iniciou sua jornada como meliponicultor e, até hoje, colhe os frutos da criação de abelhas

A Associação Caatinga dissemina a meliponicultura, criação de abelhas nativas da Caatinga de ferrâo atrofiado, embora conhecidas popularmente como abelhas sem ferrão.  Atua em 40 comunidades rurais dos arredores da Reserva Natural Serra das Almas, entre Crateús (CE) e Buriti dos Montes (PI). A ação integra o projeto No Clima da Caatinga, patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental.

“Desde 2011, foram distribuídos mais de 310 enxames de abelhas nativas, mais de 350 pessoas foram capacitadas e construímos 12 meliponários, que é a estrutura física própria para a criação de abelhas”, destaca Daniel Fernandes, coordenador geral da Associação Caatinga.

Carlito Lima, agente de mobilização do No Clima da Caatinga, explica que é uma atividade agrícola sustentável e legalizada que gera renda ao mesmo tempo em que incentiva a polinização de plantas nativas do semiárido.

São feitas capacitações sobre meliponicultura, visitas às comunidades rurais para oferecer assistência técnica às famílias e distribuição das ferramentas necessárias para o manejo da abelha Jandaíra. Também elabora cartilhas sobre o tema, disponíveis para download no site.

Moacir Lima, 41 anos, é agricultor e mora em Santana, comunidade rural de Crateús (CE), e festeja: "A gente não está só preservando as abelhas, mas preservando o meio ambiente. E ainda por cima conseguindo gerar um dinheiro extra.

A meliponicultura como potencializadora da preservação ambiental

Além da geração de renda complementar, a meliponicultura traz outra vantagem, a conservação das florestas. Por meio do processo natural de polinização, as abelhas “sem ferrão” contribuem para a preservação das florestas ao ampliar e garantir a variabilidade de espécies nativas do semiárido. No Nordeste, a Jandaíra (Melipona subnitida) é uma das abelhas mais utilizadas para a meliponicultura, porém, trata-se de um animal ameaçado de extinção.

Projeto No Clima da Caatinga

O projeto é realizado pela Associação Caatinga e patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, atua no semiárido brasileiro desde 2011 e hoje está em sua quarta fase. Prertende diminuir os efeitos potencializadores do aquecimento global por meio da conservação do semiárido, a partir do desenvolvimento de um modelo integrado de conservação da Caatinga.

Ademais, o projeto No Clima da Caatinga também integra o Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Insetos Polinizadores (PAN Insetos Polinizadores), iniciativa coordenada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO). O PAN contempla mais de 60 espécies ameaçadas de extinção e reconhecidas como polinizadoras, dentre elas, a abelha Jandaíra.

Sobre a Associação Caatinga

A Associação Caatinga é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, cuja missão é conservar a Caatinga, difundir suas riquezas e inspirar as pessoas a cuidar da natureza. Desde 1998, atua na proteção da Caatinga e no fomento ao desenvolvimento local sustentável, incrementando a resiliência de comunidades rurais à semiaridez e aos efeitos do aquecimento global.

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