
Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará
Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará
Faculdades de jornalismo nunca conseguiram ensinar ética profissional para quem não tem ética enquanto cidadão. Claudio Abramo (1923-1987) já falava sobre a ética do marceneiro em "A regra do jogo", publicado depois de sua morte, em 1988. Era uma menção a um hobby dele, fazer móveis. "Sou jornalista, mas gosto mesmo é de marcenaria. Gosto de fazer móveis, cadeiras, e minha ética como marceneiro é igual à minha ética como jornalista. (...) Não existe uma ética específica do jornalista: sua ética é a mesma do cidadão. (...) O cidadão não pode trair a palavra dada, não pode abusar da confiança do outro, não pode mentir. (...) É preciso ter opinião para poder fazer opções e olhar o mundo da maneira que escolhemos. Se nos eximimos disso, perdemos o senso crítico para julgar qualquer outra coisa. (...) O que é ruim para o cidadão é ruim para o jornalista."
E esta ética, por assim dizer, única deve ser a baliza de quem produz notícias e opinião - uma distinção, a propósito, elementar, embora não compreendida por leigos. Ter a capacidade de farejar o que vem a ser do interesse público é o critério primeiro na hora de decidir o que será publicado, postado ou deletado. Isto explica por qual razão os embates familiares íntimos dos irmãos Ferreira Gomes não interessam. Apenas os efeitos disso no jogo político, com direito a implosão de um partido. Ou ainda. Justifica a razão de pouco importar a vida conjugal de um gestor, mas o possível impacto do plano privado dele na vida pública. E, para não sair do mesmo campo partidário, não convém tratar da vida pessoal de uma gestora que renuncia alegando razões familiares, mas o cenário político do município onde era prefeita.
Contudo, nesta fase de ainda deslumbramento com o poder de uma câmera na mão, há descomedimentos na caça por visualizações. Em se tratando de profissionais, o critério é a audiência. Fora, é pelo encantamento com o púlpito ou por grana. Vive-se do ramo. Na lógica do algoritmo, a propagação é indômita e os efeitos idem. Quando nefastos, devastadores. Mas ler o que acontece no mercado das redes sociais exige mirar também quem consome. Ao tempo em que se massacram reputações, os algozes não são apenas aqueles que veiculam.
Amadurecimento e teatro
Em virtuosa fase de amadurecimento da sociedade para temas como racismo, homofobia, machismo e capacitismo, dentre outros, é natural que, em larga medida, o distinto público esteja ávido por batalhas a serem vencidas. A qualquer hora ou lugar. Movida por essa avidez, acontece uma espécie de dramaturgia na vida real. Naturalmente, precisa-se de um conflito. Tem um enredo, protagonistas, personagens secundárias e figurantes, o clímax e o desfecho. A assistir, o público escolhe a sua verdade, nem sempre a mais honesta, no relativismo moral dele próprio.
O atropelo pelas manadas
Vejamos o caso daquela operadora de caixa da Riachuelo em Feira de Santana (BA). Jairta Lima, mãe e com marido desempregado, foi demitida após uma cliente gravar um vídeo no qual a acusava de ter chamado o filho dela, com Transtorno do Espectro Autista (TEA) , de "bomba". A caixa explicou depois em vídeo que se dirigira a uma colega que encaminhara a cliente. "Bomba" é como internamente elas chamam a operação com cliente sem o cartão da loja, porque têm metas a cumprir. Repare: a loja agiu rápido para dar uma resposta ESG bacana à plateia e mitigar desgastes, mas acabou cometendo uma provável injustiça e, de quebra, exposta pelas metas que impõe ao time.
Tentativas de linchamentos contra marcas e pessoas há aos borbotões. São acusações ora procedentes, ora não. A saudável intolerância com os comportamentos repugnantes não podem se sobrepor à prudência. Em suma, fazer as perguntas devidas, conferir as respostas e nunca entrar em manadas. Vale para jornalistas, marceneiros e todo mundo.
ÚLTIMA DO ANO
A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis - Ceará (ABIH-CE), com o apoio do contribuinte, via Secretaria do Turismo do Estado (Setur) e da Secretaria do Turismo de Fortaleza (Setfor), fará a última ação comercial do ano, com o tema: Juntos, fazemos um dos melhores destinos do Brasil. Será de 20 a 24 (segunda a sexta-feira) a percorrer Natal, João Pessoa, Recife, Maceió, Aracaju e Salvador. Participam os hotéis Carmel Cumbuco Resort, Coliseum Beach Resort, Crocobeach Hotel, Holiday Inn Fortaleza, Hotel Coimbra, Hotel Diogo, Hotel Gran Marquise, Hotel Parque das Fontes, Hotel Sonata de Iracema, Hotel Varandas Beach, Hotel Villa Mayor Charm Fortaleza, iu-á Hotel (em Juazeiro do Norte), Magna Praia Hotel, Oásis Atlântico Hotels & Resorts, Pauli Boutique Hotel, The Coral Beach Resort by Atlântico e Vila Galé Fortaleza.
SEGURO
Lançado em 2021, o seguro 'Vida Viva', da Bradesco Vida e Previdência deu um salto e, segundo a empresa, registrou aumentos de 94% no número de vidas e de 88% no faturamento no terceiro trimestre de 2023 - ante mesmo período do ano passado. Somente em 2023, o Vida Viva pagou declarados R$ 49 milhões em indenizações por sinistros. Hoje, o Nordeste é o segundo maior mercado da companhia para o produto, concentrando mais de 23% da carteira. O Ceará é o maior mercado no Nordeste - representando 6% da carteira nacional.
ITA
Matheus Leitão, diretor do Colégio Master, considera uma boa ideia o ITA ter aulas no futuro campus local apenas depois de dois anos de aulas em São José dos Campos - como revelou a Coluna semana passada. "Os dois primeiros anos na sede do ITA em SJC garantem também tempo de amadurecimento da estrutura local. E o convívio com a cultura do ITA de origem". Mas ele tem ponderações. "Garantiu o êxito em SJC trazer capital intelectual de fora nos primeiros anos de fundação do ITA. Isso foi definitivo para estabelecer um padrão alto". Ele tem dúvidas se a abertura de concurso público teria o mesmo efeito.
MINAS
O presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) voltou a bater no Regime de Recuperação Fiscal (RRF) proposto pelo governador de Minas, Romeu Zema (Novo). Pacheco definiu o quadro como a "mais grave situação fiscal da história de Minas Gerais". A fala foi a propósito de pedido de socorro enviado por Zema a Pacheco, pedindo ajuda na negociação do RRF com o Governo Federal. Em suma: sem Brasília nenhum estado sobrevive? A pergunta foi feita ao deputado federal Mauro Filho (PDT-CE). E ele respondeu: "Só o Ceará". Nem São Paulo, "porque já entrou no STF várias vezes para não pagar dívida".
OLHO NA BASE
A decisão política do Governo Lula de dificultar para as empresas o trabalho de suas equipes nos feridos foi coerente com tudo o que a gestão petista representa. O viés é, em sua gênese, afim dos interesses da base de Lula. Não há espanto com o freio estabelecido pelo ministro Luiz Marinho, do Trabalho e Emprego, cuja portaria recente exige aval de convenção coletiva - ou seja, acerto entre empresas e sindicatos laborais. Importante: em nenhum momento, a permissão para escalar o pessoal prescindia da legislação. Ou seja, a portaria foi parida para dar força aos sindicatos. O Congresso poderá derrubar.
Equilibrista mesmo - Terça, 21, será a entrega do Prêmio Equilibrista a Roberto Nogueira, CEO da Brisanet, e o de Empresa Padrão, a Alvoar, cujo CEO é Bruno Girão, que foi finalista do prêmio. No Gran Marquise, a partir das 18h30min.
Micro - Nesta segunda-feira, 20, o Banco do Nordeste e a Maraponga Mart Moda celebram acordo de cooperação para oferecer microcrédito via Crediamigo. Foca nos lojistas.
Comida - O Festival Gastronômico Delícias do Mundo acontece em 1°, 2 e 3 dezembro (sexta-feira a domingo), na Praça Verde do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Espera reunir cerca de 12 mil pessoas. Terá cerca de 80 chefs representando cardápios de mais de 20 países. As entradas (no caso, os ingressos) serão grátis.
Facelift geral - Com mais de três anos no mercado da estética em Fortaleza, a Faceclass, no Shopping Varanda Mall, declara ter aplicado mais de R$ 1 milhão em um facelift. A harmonização incluiu trocar também sua marca. Antes era Facelin.
Engenharia financeira - A área do Clube de Engenharia do Ceará, entre Praia do Futuro e Vicente Pinzón, vendida por R$ 10,4 milhões à Tenda Negócios Imobiliários, é mais um exemplo de clube que decidiu se mover para pagar o que deve em tributos. O mesmo fez o Clube do Médico, ao vender metade da área para o hotel Mareiro. A Tenda fará 720 apartamentos em quatro torres. Já o Náutico vai tentando fazer negócios, mas esbarra nas resistências naturais. O prédio é tombado.
100 milhões - A gestora cearense Grifo Asset declara ter ultrapassado a marca de R$ 100 milhões em ativos sob sua administração. Este miaeiro está distribuído entre fundos próprios e outras estratégias da empresa. O fundador é Victor Ary. Além de Renda Fixa, está em processo de estruturação de novos fundos nas categorias de ações, imobiliário e fundos previdenciários.
Fortim - Até 2026 opera em Fortim, no litoral Leste do Ceará, um novo resort. O Grupo Alba Imóveis assina. Serão investidos divulgados R$ 40 milhões. No total, 7,5 hectares. À frente, as sócias-proprietárias Albana Karakushi, Alida Karakushi e Blerina Karakushi Luga.
Circulando - Entre os dias 23 e 25 (quinta a sábado), Salvador terá o Fórum Nordeste de Economia Circular (FNEC). Seria a primeira iniciativa de Economia Circular na região. Terá encontros e painéis.
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