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As rotas de fuga na segurança pública
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Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará

As rotas de fuga na segurança pública

A fuga de Mossoró pronunciou o vácuo de políticas públicas na área. Um ano foi tempo bastante para Dino deixar ao menos indícios de uma marca. Não deixou, assim como o Governo anterior. A Esquerda tem dificuldade de encarar a pauta e deixa o flanco aberto para os discursos fáceis da oposição, igualmente inócua quando esteve no Poder. Nas ruas, trabalhadores assustados na parada do ônibus e empresários inseguros investindo fortunas em segurança privada
Tipo Opinião
Rio de Janeiro monitora possível chegada de fugitivos de Mossoró (Foto: )
Foto: Rio de Janeiro monitora possível chegada de fugitivos de Mossoró

O escandaloso caso da fuga de dois presos de uma penitenciária federal de segurança máxima só não é pior para o Governo Lula porque Flavio Dino não é mais ministro. Tivesse acontecido ainda em sua gestão no Ministério da Justiça e Segurança Pública, o impacto seria ampliado, por conta da conotação política do agora ministro do STF. O novo titular da pasta, ex-integrante da Corte, Ricardo Lewandowski, por sua vez anunciou uma série de medidas clássicas: fazer muralhas, ampliar efetivo, apertar os controles. O distinto cidadão pagador de impostos pesados se pergunta: ué, por que raios nunca fizeram antes? Ou ainda: por que nunca houve fugas mesmo com a infraestrutura atual?

Em verdade, nenhuma sentença sobre o caso pode ser cravada por ora. Mas opiniões ninguém prende. Uma das mais incidentes nos tribunais virtuais é a facilitação movida à corrupção. A fuga é uma agenda pronta para as pregações fáceis dos opositores. Tal qual fariam os governistas de hoje mudando de papel.

Saindo do panfleto e indo do micro ao macro, o caso pronunciou o vácuo de políticas públicas na área. Um ano foi tempo bastante para Dino deixar ao menos indícios de uma marca. Não deixou.

Nos estertores de sua gestão, o ex-ministro entregou 700 viaturas para estados e municípios pelo Plano de Ação na Segurança (PAS) e o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci 2). Para o Ceará, 34. Traduzindo: mais do mesmo. Mesmíssimo. É como entregar ambulância. Importante, mas não significa política de saúde.

Convenhamos, o Governo anterior também não deixou marcas. O ímpeto nos discursos nunca foi além de bravatas. Sob o argumento do direito à defesa pessoal, difundiu o porte de armas. Contra as facções criminosas, um caso federal, nada muito efetivo. Contra os enclaves no Rio de Janeiro, tampouco.

Em suma, a Esquerda enfrenta imensa dificuldades com a pauta da segurança. As falas de Lula não carregam energia no tema. A histórica defesa dos direitos humanos acaba mal compreendida e os resultados têm sido pífios. Bahia e Ceará que o digam. Assim, abre flanco para o discurso fácil da chamada direita brasileira, um tanto tosca, pouco técnica, baseada em medidas energéticas, porém, igualmente inócuas quando no poder. Vide o ex-Governo Federal.

Na vida real, estão trabalhadores assustados na parada do ônibus e empresários inseguros investindo fortunas em segurança privada.

HOJE

Haddad vai à Banca

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) recebe hoje o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário de Reformas Econômicas, Marcos Pinto. O ministro e o secretário farão uma apresentação aos membros do Conselho Diretor da Febraban, integrado por CEOs de bancos, e a outros dirigentes do setor sobre a agenda microeconômica do Governo para a melhoria do ambiente de crédito no País. O presidente da Febraban, Isaac Sidney, vai abrir a agenda de interesses da banca.

Carnaval pernambucano na capa do NYT(Foto: REPRODUÇÃO)
Foto: REPRODUÇÃO Carnaval pernambucano na capa do NYT

PERNAMBUCO

Carnaval na capa do New York Times

O destaque obtido por Pernambuco na mídia internacional chamou a atenção do ex-secretário do Turismo do Ceará, Arialdo Pinho. Em modelito soft power, ele comentou em grupo de whatsapp: "Parabéns a Recife e Pernambuco pela divulgação de seu carnaval na capa do The New York Times". Ao Ceará, restou, em larga medida, fluxo local. O carnaval de Fortaleza é pontual. No litoral, tem mela-mela e paredão de som. Afora Aracati, com posicionamento antigo de carnaval de rua com trio elétrico para atrair demanda sobretudo estadual, prefeituras investindo milhões em atrações musicais e impacto econômico discutível. Fim.

CEARÁ EM TERCEIRO

O placar das tentativas de fraude

Em novembro de 2023, segundo o Indicador de Tentativas de Fraude da Serasa Experian, houve 26.798 ocorrências fraudulentas por dia, totalizando 830.740 no mês - uma queda de 0,8% em relação a outubro. Com uma investida criminosa a cada 3,1 segundos, focadas em roubos de identidade. Do total de estados, 17 registraram queda nas ocorrências golpistas na comparação com o mês anterior. O Ceará foi um. Ficou em décimo nas tentativas, mas com queda de 2%. Ao todo, 25.562. No Nordeste, ocorreram 146.869 tentativas de fraude. A Bahia em primeiro, 39.366. Na região, Pernambuco ficou em segundo e Ceará ficou em terceiro.

Horizontais

48 horas - O prazo para inscrição no concurso para o cargo de analista bancário de nível médio no Banco do Nordeste (BNB) foi prorrogado até às 16 horas do dia 11 de março. São dois dias a mais. As inscrições devem ser feitas pela página da Fundação Cesgranrio. O certame tem 410 vagas imediatas, além de 300 vagas para cadastro de reserva. A data provável de realização das provas é 28 de abril. Provável.

Deserto - A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) será parceira de tribunais de contas dos estados para monitorar a implantação de ações locais para combater o avanço da desertificação no semiárido. O Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE) está na ação. Também Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.

 

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