
Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará
Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará
O antivoto. O antivoto é movido pelo medo. E alimentado pelos algoritmos. Medo de ver eleito alguém que seria uma tragédia. Tem sido assim nos anos recentes de maniqueísmo exacerbado. Não só aqui, mas onde os pleitos convergem para disputas do bem contra o mal, sendo o bem o lado escolhido pelo eleitor. Este tipo de decisão é uma violência. Faz o distinto público se afastar do que acredita, em nome das circunstâncias. Agora mesmo em Fortaleza, este quadro não irá acontecer no primeiro turno, afinal o cardápio de possibilidades é vasto. No segundo turno - e é para isso que ele serve - será diferente. Vejamos de modo empírico alguns cenários com os quatro mais bem colocados nas principais pesquisas:
O anti bolsonarismo votaria no Boitatá, na Mula sem cabeça, no Vingador da Caverna do Dragão, no Darth Vader, no Voldemort, na Miranda Priestly ou na Carminha (embora no final ela tenha vivido uma redenção) para impedir André. Assim, a favor de Sarto o expressivo contingente de votos da esquerda (Evandro e os resíduos do Psol - o candidato Técio Nunes já disse q ue vota) e alguma lasca do time Wagner. Para André, a maior parte dos eleitores de Wagner, hoje um candidato white label (sem rótulo por ora) e resíduos de Luís Eduardo Girão.
Em reedição da dicotomia lulismo contra bolsonarismo, teríamos de modo ainda mais pronunciado o envolvimento dos dois líderes populistas, com presença física na capital cearense. Nesse cenário, Evandro tenderia a atrair partes menores do eleitorado de Wagner. Já André, pela lei da gravidade, teria a favor a base maciça de Wagner e a maior parte dos eleitores do pedetista Sarto, pelo grau de confronto com o petismo-camilismo.
O petista teria votos de apenas uma ínfima parte dos eleitores de Wagner, estes em sua maior proporção afins de Sarto, por ser contraponto ao petismo. Apenas por esta razão. Já Sarto tenderia a atrair a maioria dos eleitores de Wagner e os eleitores de André pelas mesmas razões, o antipetismo.
O petista teria um cenário um tanto diferente do confronto óbvio caso enfrentasse André, mas nessa hora Wagner encarnaria o contraponto bolsonarista, de modo natural. Wagner tenderia a atrair os votos de André no primeiro turno e ainda larga parcela dos sartistas, antipetistas. Já Evandro buscaria o discurso do bem contra o mal e buscaria os eleitores de Sarto mais ao centro.
Uma outra edição com fracasso do bolsonarismo e do petismo. Sarto iria procurar colar o bolsonarismo no ombro do capitão e captar o PT em nome da causa, contra o movimento por brancos e nulos no partido. Já Wagner, por óbvio, tenderia a se aproximar dos eleitores de André e Girão, sem entrar de cabeça no bolsonarismo, para garimpar os votos petistas. Ex-líder de trabalhadores, por assim dizer, ele já acena para o PT desde agora, quando elogia a ex-prefeita Luizianne Lins.
Nesse cenário improbabilíssimo, os petistas fariam valer o antibolsonarismo na veia, votando em Wagner embrulhados. Ademais, o capitão é integrante do União Brasil, da base do Governo em Brasília. Os sartistas seriam o pêndulo a ser conquistado por ambos.
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