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Inteligência militar e PMs
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Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará

Inteligência militar e PMs

Casos recorrentes de violência policial nestes dias dificultam chamar os atos de isolados. Demonstram que a formação é deformada
Tipo Análise
 O caso de violência da PM paulista aconteceu na Zona Sul da cidade de São Paulo. A ação foi registrada por vídeo
 (Foto: Reprodução)
Foto: Reprodução O caso de violência da PM paulista aconteceu na Zona Sul da cidade de São Paulo. A ação foi registrada por vídeo

"Inteligência militar é uma contradição em termos". A provocação é atribuída aos comediantes norte-americanos Groucho Marx e George Carlin, embora haja a versão de que seja do militar britânico John Charteris. A despeito da autoria, naturalmente, por provocação que era, deve ser lida apenas como tal. Mas em se tratando de polícias militares, ante a natureza do trabalho, mais rude, carregam a pecha da truculência. E os casos recorrentes destes dias dificultam chamar os atos de isolados. Demonstram que a formação é deformada.

Ao passo em que a imagem de virulência se cristaliza, iniciativas de caráter comunitário, de reconhecida pertinência como fator de prevenção, acabam desidratadas. São os casos do programa Ronda do Quarteirão e Copac no Ceará. Ou ainda a resistência ao uso de câmeras corporais, uma posição endossada por governadores pré-candidatos à Presidência, como Ronaldo Caiado e Tarcísio de Freitas - este último em recuo na posição forçado pelas circunstâncias. O tripé preventivo, ostensivo e repressivo acaba sendo apenas um binômio. 

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Uniformes têm pouco efeito

São Paulo está no foco, mas também Pernambuco, Ceará, Rio de Janeiro… A marca não é apenas brasileira ou de países igualmente menos desenvolvidos. George Floyd morreu nas mãos da polícia norte-americana de Minneapolis, que não é militar, mas é ostensiva.

E enquanto maus PMs geram cenas abjetas contra cidadãos, o crime organizado se espraia. Em verdade, não é papel da PM resolver esta pauta. Cabe à chamada inteligência, missão, sobretudo, para a Polícia Judiciária - Civil e Federal - com o Ministério Público. Os uniformes camuflados nesse caso têm pouco efeito. 

Matança motivou facção

Há ainda um pensamento tacanho médio no País a defender a truculência policial. Quem assim pensa só olha para si e se considera imune aos riscos. Também olha para Carandiru como algo positivo, afinal eram todos presos. Esquece que a violência policial alimentou ali e alimenta até hoje o espírito de corpo das facções criminosas.

O massacre de 111 presos em 1992 na Casa de Detenção de São Paulo - o Carandiru - foi um motor para a fundação da facção criminosa que começou a atuar dentro e fora do sistema prisional paulista e hoje está muito além.

Plantação de açaí no Ceará é feita pela Agropar em Paracuru
Plantação de açaí no Ceará é feita pela Agropar em Paracuru Crédito: DIVULGAÇÃO

ZUM DE BESOURO, UM IMÃ

Agropar trabalha para lançar açaí em pó

Alberto Félix um dia decidiu dar um impulso à fazenda da família em Paracuru, naquele momento em fase de inércia. E a vitamina para erguer ele buscou no açaí. Em vez de investir em coco, como era mais comum na região, buscou as pesquisas da Embrapa no Pará, principal referência na produção do fruto no País. Lá, os técnicos pesquisavam como vencer as entressafras.

Ajudaram fornecendo as mudas e depois dando assistência técnica para todo o processo produtivo. Alberto superou o ceticismo de quem não acreditava em açaí no Ceará, e hoje a Agropar planta cinco hectares e vende para redes de açaí do estado. São 200 mil kg em 12 safras por ano. Mas é só um começo. Na ExpoCariri, neste fim de semana em Barbalha, ele exibia o chamado açaí liofilizado (em pó). Trabalha para lançar em breve.

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PRECEDENTE

Holding com imunidade

Uma decisão da Vara das Fazendas Públicas de Turvânia, em Goiás, reforçou a imunidade tributária na integralização de imóveis ao patrimônio de holdings. O advogado Amadeu Mendonça, de Recife, especialista em negócios imobiliários, avalia ser a medida uma oportunidade para empresas organizarem seus ativos sem terem que arcar com o ITBI. "Se o entendimento for replicado nos demais estados será uma chance para empresários consolidarem patrimônios em holdings", afirma. A decisão da juíza Cibelle Karoline Pacheco tomou por base o artigo 156 da Constituição.

EVENTOS

O pop do agro no Cariri

A realização da ExpoCariri, de sexta a ontem, em Barbalha, semeia uma concorrência com a Expocrato, a mega feira realizada em julho com muitos negócios, mas também vasta agenda de shows. O presidente da Federação da Agricultura (Faec), Amílcar Silveira, afirmou na rádio O POVO CBN Cariri que eventos do gênero nem festa deveriam fazer.

Para ele, a Expocrato precisa se renovar, pois a "prioridade tem sido a festa". O prefeito eleito do Crato e atual vice-prefeito, André Barreto, dá de ombros. Ele destaca o peso do evento no agro e o impacto no turismo da região, com hotéis lotados até em Pernambuco. O Cariri tem agora dois eventos do setor.

Novo vice-presidente do Setor Privado do CAF, Antonio H. Pinheiro Silveira, é ex-presidente do Conselho de Administração do BNB (Foto: DIVULGAÇÃO)
Foto: DIVULGAÇÃO Novo vice-presidente do Setor Privado do CAF, Antonio H. Pinheiro Silveira, é ex-presidente do Conselho de Administração do BNB

BANCOS

Novo vice-presidente do CAF já presidiu Conselho do BNB

O novo vice-presidente do Setor Privado do CAF, Antonio Henrique Pinheiro Silveira, é ex-presidente do Conselho de Administração do Banco do Nordeste (BNB). Ele ocupava até então o cargo de gerente de Infraestrutura Física e Transformação Digital no CAF.

Antonio possui doutorado em Economia pela UFRJ e vasta experiência no setor público e em organizações internacionais. Chegou a ocupar o cargo de ministro da Secretaria de Portos. Em sua posição anterior no CAF, liderou iniciativas relacionadas à infraestrutura física e à transformação digital na América Latina, uma área crucial para o desenvolvimento regional.

Bruno Girão CEO da Alvoar Lácteos
Bruno Girão CEO da Alvoar Lácteos Crédito: DIVULGAÇÃO

LEITE EM PÓ

Camponesa amplia portfólio e faz reposicionamento

A Camponesa, dona do 3º lugar em vendas de leite em pó do Brasil, quer dobrar o faturamento na categoria de queijos, até 2029. Nesse rumo, amplia o portfólio e está em pleno reposicionamento, com investimento declarado de R$ 10 milhões em rebranding.

O lugar no balcão é o de marca premium da Alvoar Lácteos, a cearense dona da Betânia. A companhia já é a quinta maior de laticínios do País, com faturamento bruto de R$ 4,8 bilhões em 2023, sete fábricas e 20 centros de distribuição. Tem ainda as marcas Yobem e Caramelos Embaré. São mais de 4,5 mil funcionários e opera com 12 cooperativas no Nordeste e em Minas Gerais.

Horizontais

Do Trabalho - Na próxima sexta-feira, 13, a partir das 17h, o Tribunal Regional do Trabalho do Ceará (TRT-CE) fará a Sessão Solene de Posse dos novos dirigentes eleitos para o biênio 2025-2026. Fernanda Maria Uchoa de Albuquerque assumirá a Presidência. Francisco José Gomes da Silva será empossado como vice-presidente e João Carlos de Oliveira Uchoa será corregedor regional.

Ceará em terceiro - Dados do Indicador de Nascimento de Empresas da Serasa Experian mostram que, em agosto, o Nordeste registrou 60.951 novas empresas. A Bahia teve a maioria das aberturas (17.129). Pernambuco ficou em segundo, com 10.912, e o Ceará em terceiro, com 10.620. 

Feito de futuro - O Itaú Unibanco está contratando Juliana Cury como sua "nova liderança de Marketing". Na sexta-feira da semana passada havia demitido o diretor de marketing, Eduardo Tracanella.

Roleta - O Senado adiou a votação do projeto de lei que autoriza o funcionamento de cassinos e bingos no Brasil, legaliza o jogo do bicho e permite apostas em corridas de cavalos, entre outros jogos de azar. Ficou para o próximo ano.

Remédio - O Senado também aprovou o projeto de lei que permite ao Ministério da Fazenda zerar as alíquotas do imposto de importação para medicamentos no Regime de Tributação Simplificada (RTS). O limite para a isenção é de US$ 10 mil (cerca de R$ 60 mil), para importação por pessoa física para uso próprio ou individual. A matéria vai à sanção.

 

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