
Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará
Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará
A curadora da Festa Literária de Paraty (Flip), de 30 de julho a 3 de agosto, Ana Lima Cecílio, diz que a Amazon é uma "destruidora da fauna e da flora do mercado editorial". Segundo ela, a empresa não gosta dos livros, não incentiva o mercado livreiro, fagocita livrarias e pequenas editoras. "Não é uma política, é uma coisa de destruição mesmo".
Ela diz que ao tempo em que a Amazon destruiu as grandes cadeias, como Cultura, Fnac e Saraiva, existe ao mesmo tempo o aumento de pequenas livrarias que vão descobrindo maneiras de sobreviver em meio ao cenário causado pela Amazon. Para grandes, pouca chance. Para pequenas, caminhos há.
"Pela curadoria, pelo trabalho dos livreiros, por clubes de leitura, por eventos. Hoje são mais sustentáveis pela criação de comunidades de leitores do que a Cultura, que não tem como nem pensar concorrer". A pequena, pondera, tem o relacionamento.
Ana afirma que a perda de leitores no Brasil é preocupante. Uma sangria. Ela citou pesquisa do Instituto do Livro, do ano passado, que revelou haver mais não leitores do que leitores (alguém que leu parte de um livro pelo menos).
O autor homenageado este ano da Flip é o poeta curitibano Paulo Leminski. Ana destaca que o Brasil é um País para quem a poesia é importante, não necessariamente para leitores, mas na música popular também. Leminski teve poemas musicados, como na canção "Dor Elegante", com melodia de Itamar Assumpção.
"A comunidade de não leitores é imensa e esse é o ponto central. Os motivos são inúmeros, mas há uma concorrência desleal com as redes sociais. As tecnologias, em vez de serem usadas para divulgar, roubam a nossa atenção. Tenho a sensação de que as redes estão ensinando nosso cérebro a pensar de modo diferente, mais veloz, com déficit de atenção e pessoas menos aprofundadas nos assuntos e, sobretudo, a perda da leitura e da literatura".
Desesperar jamais. Mas parece que aprendemos poucos nesses anos. No horizonte Brasil afora não há nada relevante a indicar disposição para ir além do mais do mesmo. E assim vamos construindo hospitais sem atacar as causas pelas quais as pessoas precisam de um. Em larga medida, vão por acidentes com motocicletas. No Interior do Ceará mesmo a ortopedia é o drama a doer mais.
Contudo, ninguém vê nenhuma prefeitura Ceará afora agir de maneira cabal para educar e cobrar o uso do capacete. Tampouco o Estado. A explicação está na dificuldade dos governantes de fazer o que tem de ser feito, mesmo que a princípio soe antipático. Nos laboratórios da política, queimam-se neurônios para pensar estratégias de como reduzir acidentes sem perder voto.
E haja entrega de leito e ambulância. Com as emendas pix, aquele dinheiro federal que os parlamentares mandam direto para o prefeito, chovem recursos para erguer e comprar. Para prevenir não.
O ano é 2025 e a pauta é a possibilidade de reduzir o tempo de faixa exclusiva para ônibus e táxis na quarta maior cidade do País em população. O presidente do Sindicato das Empresas de Ônibus (Sindiônibus), Dimas Barreira, diz que há corredores onde as borracharias ocupam o espaço. A faixa fica ocupada por automóveis em atendimento.
Em tempo: o apoio da norte-americana Fundação Bloomberg segue firme. Houve projeto de cinco anos com foco na redução de vítimas no trânsito, abarcando a mobilidade como um todo. Hoje roda o programa Bici. É focada na política cicloviária e vai até o começo de 2026. Por ora, a Cidade não perdeu nada ainda do que foi implantado sob consultoria de Bloomberg, mas vez por outra aparece alguma proposta como essa da restrição das faixas.
HOSPITAL
Nestes dias em que o capitão Wagner, ex-candidato ao Governo, ex-candidato à Prefeitura de Fortaleza, ex-secretário da Saúde de Maracanaú, ex-secretário de Finanças de Pacajus e marido da deputada do União Brasil Dayany Bittencourt (ex-Dayany do Capitão) centra fogo na infraestrutura da PM no Interior - ele gravou vídeo em unidade da corporação em Pacoti, com direito a resposta do comandante geral Sinval Sampaio - o Governo do Estado trabalha para entregar o hospital José Martiniano de Alencar para a PM.
A meta é o próximo mês. O governador Elmano de Freitas (PT) sabe que o hospital é um ínfimo diante do tamanho da rede estadual - tem cerca de 40 leitos apenas - mas tem a clara compreensão de que o ato é simbólico. Militares são territorialistas. Ademais, ele prometeu na campanha. A propósito, o Estado ia mesmo transferir todo o hospital César Cals do Centro para o novo hospital universitário, da Uece, no Itaperi. Mas ante a grita, deixará a maternidade.
FEVEREIRO
Em fevereiro, as empresas de oito dos nove estados da região Nordeste apresentaram crescimento na busca por recursos financeiros. O Ceará ficou em oitavo dentre os nove estados da região, com 5,1 pontos percentuais. O Maranhão teve o maior avanço, com alta de 22 pontos percentuais, seguido por Rio Grande do Norte (18,6 p.p.) e Sergipe (12,3 p.p.). Em contrapartida, Alagoas foi o único estado a registrar queda, com recuo de 4,3 p.p. Os dados são do Indicador de Demanda das Empresas por Crédito da Serasa Experian.
MARÇO
A taxa de inadimplência de aluguel no Ceará teve queda em março. Passou de 5,14% em fevereiro para 4,44%, com variação de 0,7 ponto percentual. No comparativo com o mesmo mês em 2024 (6,73%), a taxa de inadimplência apresentou retração de 2,29 ponto porcentual.
O índice no Ceará ficou ainda acima da média nacional - de 3,09% em março. Os dados são do Índice de Inadimplência Locatícia da Superlógica, plataforma de soluções tecnológicas e financeiras para os mercados condominial e imobiliário. Entre as regiões,o Norte teve a maior taxa de inadimplência locatícia (4,90%) no período, seguida pelo Nordeste (4,51%), Centro-Oeste (3,23%), Sudeste (2,88%) e Sul (2,43%).
60 ANOS
O Banco Central fez um post no Instagram em forma de suspense. Um teaser. Anunciou que o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou o lançamento de uma moeda comemorativa dos 60 anos da autoridade monetária. A moeda terá valor de face de R$1,00 e circulará normalmente na economia. Mais informações serão divulgadas entre o fim de julho e o início de agosto. "Fique de olho nos canais do BC para acompanhar tudo!", diz o texto. Mas a imagem escolhida gerou comentários bem humorados. É que a imagem escolhida parece mesmo uma preservativo.
JUSTIÇA
O Superior Tribunal Militar (STM) e a Universidade de Brasília (UnB) querem desenvolver um projeto com uso da Inteligência Artificial Generativa (IAG). A ideia é criar um Modelo de Linguagem Amplo (LLM), treinado com o acervo de documentos e processos históricos do STM.
A iniciativa junta STM, UnB e o Instituto de Inteligência Artificial Generativa (IAGen). Serviria para aprimorar a preservação do patrimônio documental da Justiça Militar da União. O tema foi discutido nesta semana em uma reunião entre a presidente do STM, Elizabeth Rocha, e a coordenadora de pesquisa da Faculdade de Direito da UnB, Fernanda Lage.
Horizontais
Collor em Alagoas - Durante audiência de custódia realizada na sexta-feira, 25, o ex-presidente Fernando Collor de Mello foi perguntado sobre em qual estado prefere cumprir a pena. Ele descartou Brasília e escolheu Alagoas, seu estado natal. A pergunta causou alguma reação popular. Mas, sim, a lei entende que o condenado, por crime sem violência contra a pessoa, deve indicar onde terá a assistência da família.
Três letras - A TAP passou a oferecer a seus clientes na Europa a possibilidade de parcelar, em até três vezes sem juros, o valor dos bilhetes. Coisas do Brasil.
Nubank - A possibilidade de o Banco Central barrar o uso de "banco" ou "bank" na marca de fintechs lembra o que acontece na educação. Centros universitários, que universidades não são, usam o prefixo "Uni". Mas o MEC não vai mexer nisso.
TRF5 libera R$ 606 mil - O Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) vai liberar, a partir da próxima quarta-feira, 30, R$ 606.278.740,45 em Requisições de Pequeno Valor (RPVs). O Ceará tem 10.286 favorecidos a receber juntos R$ 135.971.546,83. É o segundo estado no ranking de recebimentos.
Stellantis sobe- Entre janeiro e março, a Stellantis produziu 191.307 veículos no Brasil, um crescimento de 21% em relação às 158.233 unidades registradas no mesmo período de 2024.
Pouco, mas tem - O saldo total da carteira de crédito deve mostrar crescimento de 1,1% em março, com destaque aos recursos voltados às empresas, que devem apresentar alta de 1,5%, mostra a Pesquisa Especial de Crédito da Febraban. Apesar do avanço no mês, o ritmo de expansão anual da carteira deve desacelerar de 11,8% para 11,1%. A pesquisa é divulgada mensalmente como uma prévia da Nota de Política Monetária e Operações de Crédito do Banco Central, prevista para o dia 29.
Informe-se sobre a economia do Ceará aqui. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.