Logo O POVO+
Hissa e a liberdade inapropriada no Abolição
Foto de Jocélio Leal
clique para exibir bio do colunista

Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará

Hissa e a liberdade inapropriada no Abolição

Arquiteto José Hissa critica a decisão de instalar imenso letreiro no conjunto arquitetônico tombado de Sergio Bernardes, no Palácio da Abolição, sede do Governo do Ceará
Tipo Opinião
Letreiro desrespeita conjunto arquitetônico desenhado por Sergio Bernardes (Foto: JOSÉ HISSA)
Foto: JOSÉ HISSA Letreiro desrespeita conjunto arquitetônico desenhado por Sergio Bernardes

A decisão do governador Elmano de Freitas (PT) de remover o mausoléu Castelo Branco, em homenagem ao primeiro presidente da ditadura militar, e criar uma "galeria da liberdade" no complexo arquitetônico do Palácio da Abolição, sede do Governo Estadual, é um ato simbólico. Foi anunciado em 2023. Mas no campo dos símbolos, há outros a serem respeitados.

Houve respeito quando da edificação do Museu da Imagem do Som, erigido bem em frente ao Palácio. Já na tal galeria não. E quem faz o lamento é um dos cabeças - ao lado do irmão Francisco Hissa -, de um dos escritórios mais importantes do Ceará, o Nasser Hissa, além de uma referência acadêmica. O professor aposentado do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFC, José Hissa, ficou decepcionado com o que viu. Em seu habitual tom respeitoso, ele escreveu sobre o desrespeito:

"A relação do objeto arquitetônico com o entorno deve ser sempre harmoniosa, até mesmo respeitosa, quando se trata de proximidade com monumentos, edifícios de relevância histórica, catedrais, conjuntos tombados, etc. 

Certamente foi com esse rigor que o arquiteto Carvalho Araújo adotou um partido arquitetônico minimalista para o projeto do Museu da Imagem e Som, confrontado com o Palácio da Abolição e o Mausoléu Castelo Branco, situados do outro lado da avenida.

A face do museu voltada para o palácio é uma fachada cega de concreto aparente que confere ao edifício um diálogo sereno com o conjunto Palácio/Mausoléu.

Lamentavelmente faltou esse cuidado aos gestores do Governo quando pretenderam enfatizar a mudança do nome Mausoléu Castello Branco para Memorial da Liberdade. A inserção do imenso vocábulo "LIBERDADE" colado na fachada do mausoléu agride, de forma desastrosa, o arrojado balanço da obra do arquiteto Sergio Bernardes.

O logotipo "LIBERDADE" poderia ser implantado com a mesma tipologia e dimensões, em qualquer ponto dos jardins adjacentes, espelhos d’água ou qualquer outro local, preservando a integridade arquitetônica do Mausoléu".

HORIZONTAIS

Riscos de patinetes - O médico Rafael Lara, da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico (SBTO), alertou na rádio O POVO CBN para os riscos do uso de patinetes elétricos em vias urbanas sem proteção adequada. Em Fortaleza, a JET Brasil começou a espalhar seus patinetes, mas sem nenhuma campanha pesada de conscientização quanto ao uso.

É hoje - A Receita Federal libera hoje a consulta ao primeiro dos cinco lotes de restituição de 2025. Ao todo, 6.257.108 contribuintes receberão R$ 11 bilhões. Todo o valor, segundo o Leão, irá para contribuintes com prioridade no reembolso.

 

Foto do Jocélio Leal

Informe-se sobre a economia do Ceará aqui. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?