
Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará
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O Banco Central emitiu um alerta nesta terça-feira sobre a identificação de um incidente na instituição Monetaire SCD, resultando na subtração indevida de valores financeiros. A quantia não foi revelada. É o segundo ciberataque ocorrido em pouco mais de 72 horas após o ataque a outra instituição, a Sinqia. A empresa que conecta bancos ao sistema PIX informou que hackers invadiram seus sistemas na sexta-feira, 29, e desviaram cerca de R$ 710 milhões, em transações não autorizadas. Dois meses antes, a atacada foi a C&M, com o desvio de cerca de R$ 1 bilhão.
Crime mira nas brechas do sistema financeiro
As empresas atacadas são Provedores de Serviços de Tecnologia da Informação (PSTI). Há uma série de empresas de tecnologia (PSTIs) cuja tarefa é permitir que bancos pequenos e fintechs se conectem ao Bacen, em especial ao Sistema Pix.
Estes provedores são cruciais para o funcionamento dos sistemas. Os pequenos bancos e fintechs os contratam e esses provedores, que possuem a custódia dos certificados digitais das instituições, fazem a ponte para autorizar pagamentos junto ao Bacen.
Diante do ocorrido, o Bacen recomendou ao sistema financeiro as seguintes ações de forma imediata:
- Reforçar o monitoramento contínuo de todas as transações financeiras, mesmo em transações de book transfer;
-Elevar os níveis de autenticação e vigilância em todos os sistemas de pagamento, incluindo múltiplos fatores de verificação;
- Bloquear e reportar imediatamente valores recebidos da Monetaire SCD no dia de hoje;
- Solicitar imediatamente MED para valores que eventualmente já tenham saído através do SPI;
- Integrar e manter em alerta as equipes de segurança operacional e de prevenção a fraudes, garantindo avaliação contínua do risco durante os próximos dias;
A Autoridade monetária afirmou no comunicado que as instruções têm caráter preventivo e emergencial, visando mitigar riscos, evitar novos prejuízos e preservar a integridade do sistema financeiro nacional.
"Contamos com a colaboração imediata de todos", encerra o comunicado.
Não há invasão das contas dos clientes finais dos bancos. Os ladrões entram em contas-reserva dos bancos no Bacen e disparam transações pix não-autorizadas. No caso da C&M, foram afetadas instituições como BMP, Banco Paulista, Credsystem e Banco Carrefour.
As contas-reserva são mantidas pelos bancos no Bacen, e são o alvo dos bandidos. O dinheiro do Pix no dia-a-dia sai de lá. Ao acessarem o dinheiro transferido por Pix, convertem em criptomoedas. Ao crime é muito mais atraente mirar um PSTI do que um banco, cuja infraestrutura de cibersegurança é muito mais robusta e difícil de ser invadida.
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