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Clínica reclama de exclusão pela Santa Casa de Fortaleza
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Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará

Clínica reclama de exclusão pela Santa Casa de Fortaleza

Clínica Prorim relama da rescisão antecipada de contrato e cobra multa equivalente a seis vezes o último faturamento, além da quitação integral dos débitos já reconhecidos pela Santa Casa, R$ 1,8 milhão, segundo uma das gestoras da Clínica, Sônia Holanda
Tipo Notícia
FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 07-07-2025: Situação de como está a fachada da Santa Casa da Misericórdia no Centro. (Foto: Samuel Setubal/ O Povo) (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 07-07-2025: Situação de como está a fachada da Santa Casa da Misericórdia no Centro. (Foto: Samuel Setubal/ O Povo)

A Clínica Prorim, prestadora de serviços de diálise da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza, reclama da interrupção do contrato com o hospital. Disse que a medida ocorreu sem qualquer negociação sobre dívidas acumuladas. O valor chegaria a R$1,8 milhão. Também cobra pagamento da multa rescisória.

Hoje, a Prorim declara atender cerca de 130 pacientes em diálise, tanto em regime ambulatorial quanto hospitalar. Em nota, a Clínica diz ter contrato desde 1986, com validade até outubro de 2026. A renovação seria automática por períodos de cinco anos. Alega que, por cláusula contratual, a rescisão antecipada implica pagamento de multa equivalente a seis vezes o último faturamento, além da quitação integral dos débitos já reconhecidos pela Santa Casa.

“Não há respeito nem consideração conosco. Estamos há dois anos sem receber honorários médicos pelos plantões de domingo a domingo , mantendo os serviços por resiliência e compromisso com os pacientes. Agora somos surpreendidos com a decisão de nos retirar sem qualquer acerto das dívidas e da multa contratual”, afirma na nota Sônia Holanda, uma das gestoras da Clínica Prorim.

Segundo ela, a Santa Casa começou as obras para instalar um novo serviço de diálise próprio, mas sem apresentar proposta para a transição. “Até o momento, não houve conversa para atenuar essa mudança. Estão construindo área física, sondando equipe, mas sem esclarecer como será feito o pagamento do que nos é devido. Exigem nossa saída até 31 de dezembro de 2025, o que nos obriga a demitir funcionários sem justa causa, arcando com altos custos trabalhistas sem termos recebido o que a Santa Casa nos deve".

No texto, Sônia diz não questionar a opção pelo serviço próprio, mas exige a quitação das dívidas e o pagamento da multa contratual. “Queremos apenas encerrar nossa história com dignidade, pagando nossos funcionários e cumprindo nossas obrigações. O que não aceitamos é sermos punidos como se fôssemos responsáveis pela grave crise que atingiu a gestão da Santa Casa. Resistimos até aqui para não deixar pacientes desassistidos, mas não podemos sair arcando pessoalmente com dívidas que são de responsabilidade da Santa Casa de Fortaleza , depois de várias décadas de serviços prestados”.

A informação foi veiculada na rádio O POVO CBN na manhã desta terça-feira, 23. A produção da rádio procurou a gestão da Santa Casa, sob intervenção da Secretaria da Saúde de Fortaleza. O espaço está aberto para a resposta do órgão.

A Prefeitura de Fortaleza começou a intervenção no dia 15 de julho, após o hospital paralisar os atendimentos por falta de insumos e por acúmulo de dívidas. A reestruturação conta com a colaboração do Governo Federal e do Governo do Estado.

Com apoio técnico e consultoria do Ministério da Saúde (MS), a ação foi anunciada como forma de assegurar a continuidade do atendimento aos pacientes já em tratamento, viabilizar novas admissões e garantir a manutenção da qualidade dos serviços prestados à população.

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