
Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará
Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará
A nota da Aerotrópolis Empreendimentos S.A, a empresa pernambucana parceira da alemã Fraport no desmatamento do entorno do Pinto Martins, na noite da sexta-feira, mencinou o ITA como vizinho. Valeu mais pelas entrelinhas. Ao incluir o ITA no texto, apontando-o como contíguo ao complexo logístico, acabou por incluir na sua fogueira a jóia da coroa do Ministério da Educação, do Governo do Estado e do Ministério da Defesa, pela ordem.
Foi um gesto político. E por lembrar da fauna, morta ou afugentada pela devastação, Aristóteles já dizia dos animais políticos. Tudo é política. A empresa quis dizer que Estado e União estão no mesmo barco. E, em verdade, o licenciamento para uma obra daquele tamanho decerto teve a anuência do campo político do Governo. Desenhando: a agenda da Fraport-Aerotrópolis compõe a agenda econômica do Estado porque a economia sustenta a política. Os números enchem a boca como indício de eficácia na atração de investimentos, geração de emprego, tal e coisa e coisa e tal.
Mas o aval político foi mal calculado. Mirou-se nos números e esqueceu-se de que o ano é 2025 e já não se considera natural derrubar 32 hectares de vegetação. Desde o princípio, a polêmica já estava no colo do Governo estadual, afinal de contas foi a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) que concedeu a licença para matar árvores e bichos em 2023. Justiça seja feita, a atual gestão da Semace herdou este abacaxi. O superintendente João Gabriel Rocha tomou posse em abril passado.
A menção ao ITA é sob o argumento de que o "empreendimento logístico" irá fortalecer "o ecossistema de inovação, formação técnica e geração de empregos de alta qualificação no Estado". A área do ITA fica localizada em campo aberto, com solo exposto e sem histórico de corte recente de árvores, na Base Aérea de Fortaleza.
O complexo logístico na área não é novidade. O mapa é público. O mercado conhece. O POVO já trouxe. São 590.000 m² de terreno com possibilidade de acesso ao lado ar (pista) do aeroporto; varejo (BR 116) - 90.000 m² de terreno com acesso à BR 116; hotel Aeroporto - 6.500 m² de terreno com acesso ao Terminal de Passageiros; hotel corporativo - 9.500 m² de terreno com acesso independente pela av. Senador Carlos Jereissati; shopping / Varejo / Big Box - 125.000 m² de terreno com acesso independente.
Em meados do ano passado, saiu a autorização da Aeronáutica para um complexo imobiliário que integra o projeto Aeroporto Cidade, próprio de um terminal inserido no no meio da Capital - aliás, melhor que nem estivesse. A ideia de realizar o Fortal, a micareta inoxidável de Fortaleza, no local compunha uma outra tentativa de devastar. Até começaram na época, mas o federal Ibama brecou os tratores.
Na sexta-feira passada, sob pressão, a Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema) e a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) suspenderam a licença ambiental concedida à empresa na área desmatada do Aeroporto de Fortaleza, após identificarem diversas irregularidades em vistoria técnica. Pois é, só agora.
A nota da Aerotrópolis preocupou-se com os volumes financeiros e com a geração de empregos. Citou uma série de números do empreendimento, com investimento total de R$ 1 bilhão, dividido em oito fases. Disse que o projeto já mobiliza mais de R$ 200 milhões. Menciona a previsão de 7.500 empregos diretos nas duas primeiras etapas e um total de 12 mil ao final. Mas nenhum pé de mea culpa. Não reconhece o processo desastrado, sem clareza e sem nenhuma demonstração de apreço pela fauna, flora e pelos cearenses.
Sorvete, couro e curativo médico. Da tilápia tudo dá. Hoje, o Paraná lidera a produção nacional, com um terço de toda tilápia cultivada no País e quer ampliar a posição. A expectativa é de que as 188 mil toneladas produzidas em 2021 saltem para 376 mil toneladas em 2027. O filé do pescado, a parte mais nobre (e uma delícia), tende a dividir o topo do interesse com outras partes hoje um tanto desprezadas. A pele é um exemplo e o Ceará é referência. Aqui a pele é utilizada no tratamento de queimaduras. A pele do peixe funciona como um curativo. "O Brasil nunca teve nenhuma pele animal registrada na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para tratamento de queimaduras. Temos quatro bancos de pele humana. Porém, a quantidade produzida por eles é insuficiente para os tratamentos. Tenho 44 anos de labuta na área de queimaduras e só utilizei pele humana duas vezes", diz o médico Edmar Maciel Lima Jr., coordenador geral da pesquisa com a pele de tilápia. A pesquisa hoje está em nove países, envolve 300 pesquisadores e já recebeu 19 prêmios.
Com a ajuda de um time de economistas formado por Marcelo Tsuji, Claudio Yokota e Carlos Manso, o diretor-executivo do Instituto Escolhas, Sérgio Leitão, desenhou um instrumento financeiro chamado Letra de Desenvolvimento do Nordeste (LDN). A ideia é que o BNB fique responsável pela seleção dos projetos a serem financiados e os bancos comerciais assumirão o risco comercial dos projetos e aportarão recursos adicionais. A ideia é impulsionar projetos de grande porte que tenham impacto social e econômico na região e projetos socioambientais. Tudo com prazos alongados e custos reduzidos. O instituto já apresentou a LDN para o Banco do Nordeste, que está analisando a proposta. Já houve reunião com a Febraban também.
Neste Setembro Amarelo, mês dedicado à conscientização sobre a prevenção do suicídio e à promoção da saúde mental, o especialista em experiência do consumidor e CEO da Aisiki Estratégia Empresarial, Bosco Nunes, sugere que as empresas não vendam sem pensar no amanhã. Ele defende campanhas sobre consumo responsável, políticas de crédito mais responsáveis e iniciativas de educação financeira. Para ele, ao mirar no equilíbrio emocional dos consumidores, reforçam a reputação da marca e a lealdade do público.
A Clínica Prorim, prestadora de serviços de diálise da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza, reclama da interrupção do contrato com o hospital. Disse que a medida ocorreu sem qualquer negociação sobre dívidas acumuladas. O valor chegaria a R$1,8 milhão. Também cobra pagamento da multa rescisória. Hoje, a Prorim declara atender cerca de 130 pacientes em diálise. Procurada, a Prefeitura enviou uma nota genérica, na qual nem menciona a Prorim. Limitou-se a dizer que reabriu 120 leitos e nove salas de cirurgia. "A revisão dos contratos com prestadores faz parte das medidas para garantir mais segurança e qualidade no atendimento, ao mesmo tempo em que mantém atenção especial à sustentabilidade financeira do hospital".
O Santander é o novo gestor da folha de pagamentos da Prefeitura de Caucaia, contrato conquistado em licitação. Vai começar a atender os 9,8 mil servidores municipais e aposentados para abertura de contas para recebimentos dos salários a partir de amanhã, 28. Para fazer o dinheiro dos servidores não sair tanto do caixa, vai dar isenção total da tarifa mensal dos pacotes de conta corrente durante os próximos cinco anos, afora descontos em produtos como seguro e cartão de crédito. Há um ano, o Santander conquistou a folha de pagamento dos servidores de Fortaleza. "Vamos ajudar os funcionários municipais na construção de um relacionamento de longo prazo e sermos parceiros para a concretização de seus objetivos pessoais, familiares e profissionais", diz o diretor do Santander Brasil e responsável pela Rede Nordeste do Banco, Paulo César de Lima Alves.
Bolso - O engenheiro de software cearense Marco Antônio Figueiredo Ribeiro desenvolveu o Meu Bolso, um aplicativo web gratuito e de código aberto que ajuda jovens a organizar receitas, despesas e metas financeiras. Entre as funcionalidades, ele aponta o registro de transações e o controle de parcelas de cartão de crédito. A ferramenta pode ser acessada diretamente pelo navegador, sem precisar de instalação, no meubolso.tech/login.
Cartão - O Nordeste obteve o maior crescimento no uso de cartões como forma de pagamento no primeiro semestre. Com um percentual de 16,8%, a Região alcançou quase 7 pontos percentuais acima da média do crescimento nacional que foi de 9,9%, comparado com o mesmo período de 2024. Os dados são da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito (Abecs) e foram analisados pelo Etene-BNB.
Elmo - A primeira tese de doutorado no Brasil dedicada exclusivamente ao capacete Elmo foi defendida no último dia 27 de agosto, pela pesquisadora Betina Santos Tomaz, na UFC. Ela investigou a adição de buraquinhos que facilitam a circulação do ar. Betina representa a equipe de pesquisadores em evento na Holanda esta semana.
Absolute Cinema - Depois de nove anos, o BNDES lançou novo Edital de Cinema para patrocinar 25 longas-metragens, no valor total de R$ 15 milhões. As inscrições ficam abertas até o dia 27 de outubro.
16 toneladas - Dezesseis pesquisadores da UFC aparecem na lista dos cientistas mais influentes do mundo, elaborada anualmente pela Universidade de Stanford (EUA) e publicada no repositório de dados da editora Elsevier. Quem aparece na relação está entre os 2% de pesquisadores cujos trabalhos foram mais citados no mundo.
Nota máxima - O Curso de Finanças, da Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade (Feaac), da UFC, obteve nota máxima do MEC. Em maio, a UFC também obteve nota máxima com o curso de Finanças ofertado no Campus de Sobral. A Federal é pioneira no Brasil na oferta dessa graduação. Começou em Sobral, em 2009, e, na capital cearense, em 2011.
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