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Além da moção por Palestina, UFC concede honoris causa a Marina Silva e Roberto Macêdo
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Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará

Além da moção por Palestina, UFC concede honoris causa a Marina Silva e Roberto Macêdo

Universidade Federal do Ceará aprova moção de solidariedade ao povo palestino por sugestão do Diretório Central do Estudantes e concede doutora e doutor honoris causa a ministra e empresário
Tipo Notícia
FORTALEZA, CEARÁ,  BRASIL- 22.12.2024: Concerto de Natal na UFC, evento realizado nos jardins da UFC, na Reitoria da UFC. (Foto: Aurélio Alves/Jornal O POVO) (Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL- 22.12.2024: Concerto de Natal na UFC, evento realizado nos jardins da UFC, na Reitoria da UFC. (Foto: Aurélio Alves/Jornal O POVO)

A decisão do Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal do Ceará (UFC) de aprovar moção em solidariedade ao povo palestino, reiterando o que a UFC chama de "repúdio da instituição ao genocídio em curso no Estado da Palestina" e cancelando oficialmente o Acordo para Programa de Intercâmbio e Cooperação Acadêmica com a Universidade Ben-Gurion, de Israel, ofuscou duas outras decisões.

O Consuni também decidiu conceder títulos de doutores honoris causa à ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e ao ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiec), Roberto Macêdo.

Em tempo: a vice-reitora Diana Azevedo, pesquisadora do CNPq nível PQ-1A, o mais alto nível da bolsa de produtividade em pesquisa concedida pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), já integrou delegação cearense com pesquisadores, empresários e autoridades em visita a Israel prospectando parcerias. Uma das instituições foi a Universidade Ben-Gurion.

Macêdo, a propósito, quando presidente da Fiec, foi um entusiasta da aproximação da Federação, do Governo estadual e das universidades cearenses com Israel, via Ben-Gurion. Ele comandou missão à Israel em 2011. A missão serviu como base para estruturar o relacionamento institucional entre a Fiec e a Universidade Ben Gurion, que mais tarde viria a atuar na entidade via consultoria.

A moção de repúdio foi levada por representantes do Diretório Central dos Estudantes da UFC (DCE-UFC). Acabou incluída na pauta da reunião para debate e votação. Foi aprovada com oito abstenções.

O documento final, redigido após ajustes durante a sessão (era mais contundente), incluiu também manifestação de solidariedade à deputada federal Luizianne Lins, professora licenciada do curso de Jornalismo da UFC, ex-prefeita de Fortaleza e ex-dirigente do DCE. Luizianne foi detida pelo exército de Israel ao lado de outros ativistas participantes da missão humanitária Flotilha Global Sumud.

Nesta terça-feira, 7, teve início a deportação de Luizianne e de outros 12 brasileiros do grupo. Eles chegaram à fronteira com a Jordânia. A negociação foi conduzida pela Embaixada do Brasil em Israel.

Acordo nasceu de missão

Firmado em 2022, após a participação da UFC em uma missão internacional em Israel, o Acordo para Programa de Intercâmbio e Cooperação Acadêmica com a Universidade Ben-Gurion chegou a ter como desdobramento um desafio de inovação (2º Innovation Challenge Brasil-Israel). O edital foi cancelado pela UFC pouco tempo após seu lançamento, em 2023. Segundo a UFC, e, nota, por pressão dos estudantes da universidade. Desde então, não houve novas iniciativas derivadas da parceria.

O cancelamento do acordo acontece na esteira de decisões semelhantes tomadas recentemente por outras universidades brasileiras, a exemplo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Federal Fluminense (UFF).

A UFC justifica a decisão por conta da "escalada de violência promovida por Israel contra a população palestina, como resposta aos ataques de outubro daquele ano promovidos pelo grupo palestino Hamas, que mataram mais de 1.200 pessoas e tomaram mais de 200 como reféns". Em nota, a UFC afirma: "Passados dois anos, a ofensiva israelense contabiliza cerca de 67 mil mortes e a destruição quase total da Faixa de Gaza".

Ainda segundo o documento, a UFC compromete-se a promover atividades de conscientização quanto à realidade dos palestinos em atenção ao movimento internacional de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS). 

 

 

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