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O fio entre as Enel no Brasil
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Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará

O fio entre as Enel no Brasil

Nas crises a Enel vem sendo fuzilada pela opinião média dos clientes e pelas falas oportunistas de gestores públicos, sob pressão popular. Estes têm uma Geni à mão para satanizar. Ao unificar as marcas no Brasil, a empresa italiana distribui o desgaste paulistano para outras praças, como o Ceará, onde ainda vive reposicionamento com novo presidente desde abril de 2024
Tipo Notícia
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São Paulo (SP), 02/07/2025 - Trabalhadores da Enel trabalham para restabelecer a luz na Freguesia do Ó após rompimento de tubulação da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - Sabesp na rua Chico Paula. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil São Paulo (SP), 02/07/2025 - Trabalhadores da Enel trabalham para restabelecer a luz na Freguesia do Ó após rompimento de tubulação da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - Sabesp na rua Chico Paula. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Quem opera em São Paulo tem para si um mercado monumental. Para o mal e para o bem. Atuar na capital paulista implica uma combinação única de resultados muito acima de qualquer outra praça sulamericana e desafios imensos, próprios de uma metrópole complexa. Esta é a dor e a delícia da Enel em São Paulo.

A italiana tem feito investimentos volumosos na rede elétrica. Leiam-se modernização, digitalização e expansão da infraestrutura. Só em 2025, fala em mais de R$ 1,1 bilhão no primeiro semestre, com foco na melhoria de rede, automação, podas e medidores inteligentes. Não basta. Ela precisa saber lidar com malha de distribuição gigantesca e com entraves diversos. Do trânsito às árvores não podadas pelo Município. 

Nas crises, a Enel vem sendo fuzilada pela opinião média dos clientes e pelas falas oportunistas de gestores públicos, sob pressão popular. Estes têm uma Geni à mão para satanizar. Propor o fim antecipado da concessão é o novo ato diante das falhas nas respostas a eventos climáticos extremos, como tempestades e ventos fortes, com milhões de pessoas sem energia.

No Ceará, a concessionária lida com as dores de seu posicionamento e ainda absorve o desgaste paulistano. A decisão da Enel de unificar marcas no Brasil (Eletropaulo; Ampla, no Rio, e Coelce), tomada em 2016 (São Paulo só em 2018) em um pulvinar romano, mirou na lógica multinacional: auferir ganhos de escala, padronizar a comunicação, baixar custos, gerar maior percepção global e aumentar valor de mercado. Contudo, tem se mostrado discutível. Perde-se a identidade local e herdam-se as crises de outros mercados. Este ano ampliou. Passou a usar oficialmente a identidade “Enel Brasil”.

A decisão de elevar José Nunes à Presidência da Enel Ceará, em abril de 2024, foi uma resposta calculada e eficaz na reconstrução da empresa. Há uma opinião média a confirmar o acerto. Nunes é egresso da…Coelce, quando esta ainda era estatal, aliás. Agora, ante a crise paulistana, a Enel Ceará trabalha com esforço redobrado, por que já parte com o dano herdado. 

Neste final de 2025, montou uma operação especial, envolvendo as áreas técnicas e de atendimento ao cliente, para as festas de fim de ano. Anuncia 440 equipes de plantão em pontos estratégicos de todo o Estado, com atenção especial para as áreas turísticas. Terá 1.000 profissionais, dentre operadores de sistemas e subestações, eletricistas, técnicos e engenheiros a atuar.

Informa que terá duas subestações móveis de até 33 MVA para atender ocorrências de maior porte. Fala em cerca de 200 geradores e 30 inversores reforçados na estrutura, para atendimento emergencial e clientes eletrodependentes. Diz que fará rondas em áreas estratégicas para minimizar o vandalismo e o furto de cabos na rede elétrica.

São números que não terão valor caso a percepção do distinto público, já influenciado pelo que vê em São Paulo, seja a de que a companhia não tem conexão com ele.

WEBMOTORS

Usados perderam preço, mas foi pouco

O mercado de veículos usados no Ceará teve aumento na desvalorização em novembro. Pequeno, mas teve. O índice de -0,533%, ampliou a queda em -0,290 ponto percentual em relação a outubro, quando havia registrado depreciação de -0,243%. A informação é do Índice Webmotors, sobre os carros anunciados na plataforma.

O comportamento do mercado cearense divergiu da tendência nacional em novembro. Na média do Brasil houve redução da retração em 0,123 ponto percentual. A depreciação nacional dos usados foi de -0,424% em novembro, contra -0,547% em outubro.

"Isso pode estar relacionado a fatores regionais específicos, como sazonalidade local ou ajustes de demanda característicos do final de ano no Nordeste. É importante acompanhar se essa tendência se mantém ou se trata de um movimento pontual", analisa a Chief Product Officer (CPO) - diretora de produto - da Webmotors, Mariana Perez.

NOVEMBRO

Financiamento de veículos cai, e não foi pouco

As vendas financiadas de veículos no Ceará caíram -12,3% em novembro versus outubro. Ante novembro do ano passado cresceram 9,1%. São dados da B3. O financiamento de motos registrou aumento de 19,9% em relação a novembro de 2024 e queda de -15,6% em relação a outubro de 2025.

Os veículos leves apresentaram alta de 3,5% em comparação ao mesmo período do ano passado e queda de -10% frente a outubro deste ano. Os autos pesados caíram -9,8% comparado a novembro do ano passado e queda de -6,3% frente ao mês anterior. 

“O volume de financiamentos de veículos acumulado até novembro é recorde desde 2011, reforçando a resiliência do setor e a importância do crédito como impulsionador da economia. A B3 atua como um elo seguro e transparente entre instituições financeiras e consumidores, oferecendo soluções que garantem agilidade, confiança e governança para todo o mercado”, diz o superintendente de Produtos da B3, Daniel Takatohi, Daniel Takatohi.

 

J. MACÊDO

Amarílio é cidadão honorário de Londrina

A Câmara Municipal de Londrina concedeu o título de cidadão honorário a Amarílio Macêdo, acionista da J.Macêdo. Neste ano, a J.Macêdo comemora 50 anos da aquisição feita por ele, do seu primeiro moinho no Sul do País, e celebra a memória de Roberto Macêdo, irmão de Amarílio e falecido em novembro.

Ao receber o título, Amarílio agradeceu a honraria e afirmou "ter convicção de que as relações entre a J.Macêdo e Londrina irão se intensificar e ampliar cada vez mais em benefício do progresso e do bem-estar da cidade e do Estado do Paraná".

Entre as marcas do grupo estão Dona Benta, Sol, Petybon, Brandini e Boa Sorte. companhia conta com cerca de 3 mil colaboradores diretos e indiretos.

MAIOR APRENDIZ

Lei da Aprendizagem completa 25 anos

Hoje, 19 de dezembro de 2025, a Lei da Aprendizagem (10.097/2000) completa 25 anos. Desde sua criação, já beneficiou 6,2 milhões de jovens, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Promove formação técnico-profissional.

Em setembro (dados do Caged), o Brasil alcançou o recorde de 710.875 jovens aprendizes com vínculos formais. O CEO do Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), Humberto Casagrande, diz que entre as agendas prioritárias da aprendizagem está o PL 6461/2019. Altera a Lei da Aprendizagem, aperfeiçoa regras de contratação e, segundo ele, amplia mecanismos de proteção ao jovem trabalhador.

Horizontais

Juízo - A Associação Cearense de Magistrados realiza hoje, 19 horas, no auditório Carlos Alberto Studart (BS Design - Torre Norte) a posse da nova diretoria.

Prato feito - Lei estadual, aprovada na terça-feira na Assembleia de São Paulo, determina a obrigatoriedade do menu impresso. O texto precisa ser sancionado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Deputados do Ceará, quem se habilita?

 

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