Restaurantes em Fortaleza estão enfrentando uma saia justa com o aplicativo de entregas Uber Eats. O motivo é a inclusão de casas no cardápio do serviço sem que os restaurantes sejam avisados. A princípio, a atitude da plataforma até gera maior demanda, mas na prática causa transtornos para os restaurantes e também para clientes desavisados. A Coluna conversou com dois empresários do ramo. Ele preferiram não se identificar, mas contaram o drama.

No Uber Eats, o cliente pode fazer um pedido de restaurante listado no menu, mas, a rigor, não cadastrado. Assim, ao fazer o pedido, o cliente não sabe, mas ao contrário do que ocorreria em um restaurante cadastrado, o pedido só será feito à Casa no momento em que o entregador for ao balcão e pedir. O entregador paga com cartão corporativo da plataforma e resolve com ela, como é usual. Contudo, isto implica demora acima do normal.

O que seria normal? O pedido começar a ser aprontado na hora em que é disparado pelo aplicativo. Em uma casa ouvida pela Coluna, começou na semana passada, ao tempo em que surgiram reclamações da clientela. "Os restaurantes não brigaram ainda porque não querem se indispor, pelo menos por enquanto", disse um empresário que tem exclusividade com o iFood e ainda estava negociar com o Uber Eats.

Democracia faz bem para a economia

O pedido de desculpas do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) pela declaração abominável sobre a possibilidade de "um novo AI-5", para conter protestos de rua como os do Chile, foi inócuo ante a dimensão do que proferiu. A afirmação intempestiva foi ruim não apenas pelo desprezo manifestado pela democracia, o regime pelo qual o presidente e o deputado, bem como o vereador, chegaram ao Poder e ao Parlamento, mas pelo impacto naquilo que é a principal âncora do Governo, a economia.

Em verdade, há mesmo estudos a demonstrar que a democracia não ajuda ou até atrapalha. A China comunista é um argumento-exemplo do tipo. Mas outros tantos apontam o oposto. A propósito, pétreas são as cláusulas estabelecidas no mundo como condição para o ingresso em organizações e alianças comerciais, tão desejadas pelo Governo, como a OCDE.

Há pouco mais de cinco anos, estudo do National Bureau of Economic Research (NBER) dos EUA apontava não ser o autoritarismo uma via para o desenvolvimento. Ao contrário, fora dos regimes democráticos, frisava, menor a chance de desenvolver. O estudo indicava que a democracia alimenta o PIB por meio do aumento de investimentos, melhora na escolaridade, do ânimo para reformas econômicas, da maior eficiência nos serviços públicos e redução da perturbação social.

FEIRA

Pedras que cantam

A quinta edição da Fortaleza Brazil Stone Fair começa na próxima terça-feira (5), no Centro de Eventos do Ceará, com a intenção de aproximar as riquezas minerais dos profissionais de arquitetura, design e decoração. Vende as pedras com o discurso da valorização dos produtos naturais, com maior ciclo de vida e, portanto, mais sustentabilidade. O Ceará é um produtor importante, mas que ainda assiste seus blocos (ou no máximo chapas) seguirem de navio e voltarem como produto final da Europa. Belos e caros.

VERDE E VERMELHO

Coca-Cola vence briga

O Grupo Heineken no Brasil perdeu para a Coca-Cola e terá de manter seus acordos atuais com a Coca-Cola Brasil e os engarrafadores brasileiros até 19 de março de 2022. A derrota foi em um tribunal de arbitragem, portanto, não pode recorrer. Em julho de 2017, a Heineken comunicou aos distribuidores da Coca-Cola que não mais iria operar com eles porque comprara a Brasil Kirin e iria usá-la. Desde então, porém, teve de continuar com os caminhões vermelhos, detentores de exclusividade. Segue assim até 2022.

TV

CNN em 2020

O dono da CNN Brasil, Rubens Menin, também fundador da construtora mineira MRV, disse à Coluna que o canal começa mesmo em 2020. Segundo ele, o modelo de expansão pelo Brasil, por meio de afiliadas, por exemplo, ainda é muito engessado pela matriz.