1964. A indisciplina foi recorrente durante a Ditadura. O chamado "emparedamento" consiste em atitudes de rebeldia por militares articulados por lideranças. Na hipótese de não haver punição, o comando é carcomido e os insurretos avançam. Noutros termos, é importante ficar claro quem manda. Elio Gaspari conta bem. Geisel se impôs, Castelo, não.

1997. O então governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), lidou com uma crise do tipo. Determinou a prisão de dois líderes dos policiais civis e militares, anunciou o rompimento das negociações e a demissão sumária dos manifestantes. Isso sufocou o movimento. Fala do então governador aos então correspondentes da Folha de S. Paulo, Paulo Mota e Fábio Guibu: "Não negociamos com facções armadas, policiais bêbados que estão se transformando em verdadeiros marginais". E ainda: "Todos os que participaram da baderna vão ser identificados e demitidos." Os amotinados usavam revólveres e cobriam os rostos com camisas. Tal qual 2011.

2011. No governo Cid Gomes, os policiais pediram anistia, o governador negou. Depois resolveu conceder e então foi exigido mais reajuste salarial. Adiante, a Justiça determinou o retorno imediato ao trabalho, sob pena de multa diária, mas deram de ombros. O Estado cedeu ante a pressão pela tropa e o clima de pânico nas ruas gerado por aqueles ditos policiais. O resultado ainda ecoa. Venceu a insolência.

2020. O governador Camilo Santana (PT) já se comprometeu a investir R$ 440 milhões nos próximos três anos e declarou ter nos últimos cinco anos aumentado em R$ 1 bilhão a folha salarial só com profissionais da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Pefoce e Polícia Civil. Em 2014, disse, o investimento foi R$ 1,36 bilhão. Em 2019, foi 2,54 bilhões. Portanto, aumento de cerca de R$ 1,2 bi. São 86% de aumento com gasto de pessoal. Segundo ele, no limite da capacidade. Na conta não entram equipamentos e edificações. Mas ainda que tivesse feito o dobro, ainda estaria a enfrentar a insatisfação dos servidores da área. O motivo foi criado antes de ele assumir.

CABOTAGEM

Bom para o Maranhão e bom para o Ceará

O gerente nacional de Vendas Cabotagem da Aliança Navegação e Logística, Jaime Batista, saiu de reunião com a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) com uma luneta à mão. A partir deste mês, a Aliança, líder em cabotagem no País, retomará a linha regular de contêineres no Porto do Itaqui, em São Luís, com maior frequência de escalas. Hoje quem mais usa a cabotagem são varejo e construção. As linhas são as mesmas que passam pelo cearense Porto do Pecém, diz a diretora institucional da Complexo Pecém, Rebeca Majó. "O que vai acontecer que ela irá parar também no Maranhão". Como diz Rebeca, isso é bom. Fortifica o hub portuário. "Temos os serviços de longo curso e eles precisam ser redistribuídos no restante do Brasil"

BALANÇO

Catavento da Vestas tem vento

Em 2019, a dinamarquesa Vestas teve receita bruta declarada de 12,1 bilhões de euros e investimentos totais no valor de 729 milhões de euros. Os pedidos de turbinas eólicas cresceram em 3.663 MW, atingindo um total de 17.877 MW em 2019, na comparação com o ano anterior. Para 2020, a Vestas estima que a receita seja em torno de 14 e 15 bilhões de euros. No Brasil, o destaque da Vestas foi a inauguração da fábrica em Aquiraz, no Ceará. Em 2020, um dos focos será a entrega das encomendas após o início da operação cearense: mais de 2.6 GW em pedidos de turbinas V150-4.2M.

Horizontais

De carrinho - O mercado trabalha com iminência da compra do Makro pelo Carrefour. Seria um carrinho de compras com uns R$ 5 bilhões.

Private - O Bradesco Private Bank teria algo como R$ 5 bilhões de ativos administrados no Ceará, Piauí e Maranhão.

Consultoria grátis - Vert Investimentos e R. Amaral Advogados promovem evento sobre o mercado e suas tendências na visão de economistas do BTG Pactual, Ricardo Cavalieri e Álvaro Frasson. O 1º Research Day acontecerá no auditório Carlos Alberto Studart (BS Design), a partir das 18h30min. As inscrições são gratuitas pelo contato@vertinv.com.br.

Salão não - A Hyundai confirmou que irá desviar do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo em 2020. Alega que a estratégia global prefere eventos "com formatos diferenciados e foco maior no ser humano".

Nem um toque - O Santander Brasil começa a emitir cartões de crédito e débito com tecnologia contactless ou NFC (Near Field Communication), que permite o pagamento por aproximação, ou seja, sem o uso físico do plástico. A novidade está disponível para novos clientes do Banco, correntistas ou não.