
Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará
Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará
Fortaleza - Diziam que ela era amarga demais, lembram? A Heineken, segunda maior cervejaria do mundo e segunda maior cervejaria do Brasil desde 2017, chegou a uma marca às vésperas do carnaval, como a imprensa noticiou nesta quarta-feira (12): o País agora é o seu maior mercado. O avanço da cervejaria vem sendo medido pelo que impacta na empresa e na principal concorrente, a líder e brasileira Ambev.
Ainda na segunda quinzena de janeiro, a Capital Research (grupo Red Ventures) divulgou relatório sobre o mercado de cervejas no Brasil. Entre as informações, a casa de análises destacava as mudanças de hábito do brasileiro, influenciadas pela lei seca de 2008 e pela crise econômica de 2014.
Tais fatores levaram à queda do consumo per capita da bebida no País - com pico de mais de 65 litros anuais por pessoa em 2012 e queda para 60 litros em 2017, segundo o Euromonitor. Neste cenário, a casa apontava também a pressão sofrida pela Ambev para controlar suas margens e não perder market share.
No ano passado, a cervejaria Petrópolis (dona da Itaipava) atingiu 14,6% de participação de mercado, avançando 0,6 ponto percentual. Já a Heineken ingeriu fatia de 20,6%, ante 19,9% em 2018. A gigante Ambev em 2019 teve 60,8%, goles a menos que os 62,3% do ano anterior, segundo Nielsen citada por valor em 5 de fevereiro.
“A companhia enfrenta o forte aumento da competição, nos últimos anos, não somente com as cervejarias artesanais, como também com o Grupo Heineken. Vale dizer, ainda, que as margens da gigante estão pressionadas em função do aumento dos custos com matérias-primas, como alumínio e cevada, e do dólar, além de dificuldades de subir os preços para acima da inflação. Por conta desse conjunto de fatores, não recomendamos a compra da ABEV3”, afirmava Samuel Torres, analista de investimentos da Capital Research.
Para tentar contornar a situação, demonstrava, a Ambev optou por iniciativas como expandir o portfólio de cervejas premium (um dos que mais cresce), investir mais em bebidas não alcoólicas e aplicar tecnologia no negócio.
A Capital Research, no entanto, dizia não acreditar na eficácia das medidas como o bastante. “O acirramento da competição tende a dificultar o aumento de preços, que implica em perda de volume, enquanto a mudança de hábitos de consumo pode fazer com que a empresa tenha que sair um pouco de sua zona de expertise. Assim, em nossa visão, as margens devem continuar pressionadas, sendo possível que caiam ainda mais, caso a Ambev decida abrir mão de preço para tentar recuperar uma parte do mercado”, dizia Torres.
IMPACTO NA BOLSA
As ações da Heineken disparavam mais de 6% no pregão desta quarta-feira (12), por conta do bom desempenho do quarto trimestre, puxado pelo crescimento no Brasil, Vietnã e Camboja. Já as ações da Ambev caíram ao tempo em que a Heineken exibiu seus desempenho: queda de 0,89%, ficando em R$ 16,65.
A Heineken antevê receitas mais altas em 2020 com volumes maiores, preços e consumidores optando por cervejas mais caras. Ante aumento não tão elevado nos insumos, a holandesa fala em aumento percentual de um dígito médio no lucro operacional em 2020.
O lucro da empresa em 2019 avançou 13,2%, para € 2,2 bilhões. A receita atingiu € 24 bilhões.
Marcas
A empresa atua no País com as marcas Heineken, Sol, Bavaria, Kaiser, Glacial, Schin, Baden-Baden, Xingu, Desperados, Devassa, Cintra, No Grau e Eisenbahn. Também é detentora dos não-alcoólicos Itubaína, Skinka, Via Schin, Schin (água) e k (bebida energética)
Leia mais
Grupo Heineken anuncia que não fará publicidade para menores de 12 anos. Clique aqui
Informe-se sobre a economia do Ceará aqui. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.