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O que significa a Moura Dubeux na B3
Reportagem

O que significa a Moura Dubeux na B3

Com capital aberto na B3 desde esta manhã de quinta-feira (13), a Moura Dubeux começou a desenhar sua entrada na Bolsa há 10 meses como forma de ganhar energia ante fase difícil. O mercado acredita em captação de até R$ 1,25 bilhão, considerando lote suplementar em até um mês.
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Acionistas majoritários e executivos da incorporadora pernambucana Moura Dubeux na cerimônia de IPO na B3 (Foto: divulgação)
Foto: divulgação Acionistas majoritários e executivos da incorporadora pernambucana Moura Dubeux na cerimônia de IPO na B3

São Paulo – A pernambucana Moura Dubeux é um case de fé no mercado de capitais. A incorporadora e construtora, com capital aberto na B3 desde esta manhã de quinta-feira (13), começou a desenhar sua entrada na Bolsa há 10 meses com uma ideia na cabeça: dar dinheiro para os acionistas e não para credores. O mercado acredita em captação de até R$ 1,25 bilhão, considerando lote suplementar em até um mês.

Explica-se: quando em 2006 a empresa decidiu investir na sua expansão pelo Nordeste – Fortaleza e Natal – decidiu fazê-lo não com equity, mas com caixa dos bancos. Fez dívidas. Mas veio a crise, com força e longevidade.

Registrou resultado negativo de R$ 68 milhões até setembro passado e prejuízo anual de R$ 198 milhões em 2018. Em quatro anos, houve perdas de R$ 375 milhões. Com a Selic a 14,25% na Era Dilma o resultado das expansão era sugado pelos bancos. Foram centenas de milhões de reais em juros. Foi quando consideraram dar o cavalo de pau em forma de IPO.

Com endividamento atrelado a projetos, mas com ativos maiores do que a divida, criaram coragem ante a redução dos juros e inflação, algum aumento da confiança e do emprego. As vendas em 2019, se não exuberantes, melhoraram.

Na operação, teve como coordenador o Itaú BBA – a propósito, com anúncio de página inteira no O POVO de hoje para celebrar o trabalho feito para a cearense Arco Educação, na Nasdaq, há um ano. Credit Suisse e Bradesco BBI participaram. Caixa Econômica e Banco do Brasil foram apoiadores. No jurídico, Mattos Filho e White & Case (NYC).

Abrir o capital implica não apenas atrair dinheiro novo, e não é pequena meta, mas implantar uma série de medidas internas de governança e compliance, como ela fez. O mercado vai acompanhar.

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