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A vacina de Bolsonaro
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Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará

A vacina de Bolsonaro

Tipo Opinião

Não há razões mais para se chocar com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Chocar no sentido de má impressão, porque confronto não falta. Ele cria a toda hora. O mais curioso é ver oposição entre Jair e Bolsonaro. Isso. Num ringue no qual ele entra sozinho e age com duas faces, logo quando o que mais se espera neste momento da história é um líder com personalidade.

A posição dúbia em assuntos de saúde pública, em meio a uma pandemia, é intencional. Jogada bem primária porque elementares são suas hordas de seguidores. Não precisa muito para alimentá-las. A ração básica é formada pelo que elas querem ouvir e mais alguma pirotecnia, tipo aqueles carros de loucuras de amor. Nada de muito complexo, para não complicar. No séquito tem gente simples, gente bem nascida, gente que casou bem, gente que subiu e até gente bem intencionada. Varia. Em larga medida, aqueles que foram para o outro polo, ante a decepção ou confirmação do ranço pela turma (quadrilha mesmo) que agiu na Era petista.

Sabedor do quão devastadora será a crise econômica e social em função do necessário isolamento, o presidente apenas se protege. Aplica uma vacina (esta existe) para se imunizar perante seus devotos. Dirá que a tragédia será culpa de governadores e prefeitos. E pronto. Ao tempo em que assim atua, posa ao lado da equipe econômica para anunciar um pacote de emergência para pequenos empresários.

A cena do presidente desdenhando de um grupo de jornalistas a trabalhar na porta do Palácio da Alvorada é uma das mais crueis da República. Desoladora. Ele insultou um grupo de profissionais em serviço. Disse estar vendo um programa tosco de TV e fechou a cena com a adoração por meia dúzia de três ou quatro adeptos.

Pobre do país que sai de uma seita para cair noutra. Viramos isso.

LEIA PARA UMA CRIANÇA

Linhas e entrelinhas

Poucos comportamentos são tão patéticos quanto o de atacar veículos de comunicação, na ânsia por impingir rótulos. O alvo logo vira a liberdade. Esta violência costuma ser praticada contra líderes. Seja a Rede Globo (outrora maldita para a esquerda, hoje para bolsonaristas) em nível nacional, seja O POVO no Ceará. O comportamento médio da turma do ódio (minoritários) é marcado pela dificuldade com as entrelinhas. Aliás, com as linhas mesmo.

RICARDO Cavalcante, presidente da Fiec
Foto: Tatiana Fortes
RICARDO Cavalcante, presidente da Fiec

LIDERANÇAS

A arte de ceder

Não é fácil liderar entidades de classe em pleno período depressão econômica como se avizinha. O clamor da base é imenso e nem sempre cabe na sensatez. Mas ao líder se impõe o papel de representar, sabendo onde ceder para não esgarçar a relação com os poderes, notadamente o Executivo, o senhor (e senhora) das decisões fiscais. No Ceará, após levar uma carta com uma lista de pedidos ao governador Camilo Santana (PT), lideranças locais, sobretudo Ricardo Cavalcante (Fiec), Maurício Filizola (Fecomércio) e Assis Cavalcante (CDL Fortaleza), para citar três, tiveram a sabedoria de ajustar a pauta. Grifaram a presteza ante o momento tão dolorido. A campanha liderada pela Fiec, com a arrecadação de dinheiro para compras orientadas pela Secretaria da Saúde, é exemplar.

COMIDA CASEIRA

Home Office para 17% no Ceará

A Ticket fez levantamento entre 20 e 22 passados. Ouviu mais de 7 mil usuários, em todo o Brasil. No Nordeste, 38% revelaram que o seu local de trabalho não conta com uma política de home office, e que não haviam aderido à prática até então. Dos que estavam em esquema remoto na última semana, 28% são da Bahia, seguidos de 22%, de Pernambuco; e 17% do Ceará.

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. (Foto: Divulgação/Globo)

CORONAVÍRUS

Marina Ruy Barbosa passa quarentena no Ceará

A atriz Marina Ruy Barbosa está cumprindo quarentena em Fortaleza. Na noite de quinta-feira, ela conversou com o ator-roteirista Fábio Porchat, em uma live no Instagram. Ela conta que fica dividida entre Rio (onde grava para a Rede Globo), São Paulo e Fortaleza. O marido dela tem uma empresa no Ceará. Alexandre (Xandinho) Negrão é sócio na Aeris Energy. A indústria fabrica pás para aerogeradores e fica no Complexo do Pecém, desde 2010.

ESPANHA, NO MÍNIMO

Análise de conjuntura, a seco

A Coluna ouviu de um observador com acesso às leituras de conjuntura de grandes bancos internacionais no Brasil: "Viveremos no mínimo o cenário da Espanha, com agravantes. Somos 5x maiores e 20x mais pobres. Não tem favela lá. Vai ser feio e sairemos vivos, majoritariamente. Mas custará bem caro".Horizontais

Horizontais

Quase - A cearense Del Rio, de lingeries, em férias coletivas, queria voltar a produzir, mas outra linha. Em vez de moda íntima, máscaras. O Governo não topou. Seriam mais de 1.500 empregados trabalhando.

Aço - A Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) declarou ter doado R$ 1,5 milhão para o combate ao novo Coronavírus no Ceará. A ação de filantropia foi por adesão à campanha "Fiec Salvando Vidas COVID-19".

 

Foto do Jocélio Leal

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