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Carta branca agora e depois também?
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Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará

Carta branca agora e depois também?

Tipo Opinião
Presidente da CSP, Cláudio Bastos (Foto: Jonatha Ferreira/divulgação)
Foto: Jonatha Ferreira/divulgação Presidente da CSP, Cláudio Bastos

O presidente da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), Cláudio Bastos, defende ser da União o papel de socorrer o País ante a Pandemia a infectar pessoas e a economia. "Não se trata de transferir o problema para o Governo Federal, mas é o único que pode resolver". Ele descreve o cenário de pessoas sem renda da noite para o dia, empresas acuadas - das micro às grandes - e estados que não podem se endividar. Para cada um destes agentes, defende um tratamento específico.

Cláudio vê a sociedade dando uma carta banca para a União salvar os mais necessitados. "Os R$ 600,00 são muito bem-vindos e a sociedade está dando institucionalmente para o Governo um recado: assuma o papel que nós bancamos, porque não queremos as pessoas passando fome", lê.

Em contrapartida, diz ele, a União merece depois ter crédito para apresentar soluções de caráter estrutural. "Como se o Governo dissesse: ok, vocês me pediram ara fazer isso, mas agora vou precisar aprofundar e revisitar reformas, até a da Previdência". Ele sugere, por exemplo, voltar à meta proposta pelo projeto original do Ministério da Economia. Ademais, antevê ambiente mais acolhedor para as reformas tributária e administrativa.

Cláudio toca a CSP em meio a um ambiente frágil para o aço. O mercado trabalha com redução de consumo na casa dos 50%. Grandes players como ArcelorMittal, Usiminas e Gerdau já anunciaram reduções drásticas na produção. A CSP não pode parar de jeito nenhum. Queima carvão para manter aceso o alto forno, mesmo sem produzir. Daí porque deve até mesmo passar a comprar carvão de menor qualidade.

Hoje as vendas da CSP para os sócios coreanos são pontuais, segundo o presidente. "Os sócios compram para ajudar", revela. A Posco não tem comprado e a DongKuk Steel muito pouco. Cláudio afirma que a companhia está fazendo esforços para não demitir ninguém. Ela espera ver a chapa menos pesada em quatro ou cinco meses. Até lá, a meta é se manter com o time. "São profissionais especializados, não faz sentido demitir e depois recontratar após o esforço de treinar".

Cláudio diz que o maior compromisso da empresa é com as pessoas. No rol de procedimentos, todos já usavam ônibus exclusivos, mas agora com metade da capacidade ocupada. O pessoal senta banco sim e banco não. Antes do embarque cada um tem a temperatura medida pelo motorista. Acima dos 37ºC, não sobe e pede um carro de aplicativo para seguir até o setor médico da empresa, no Pecém. O administrativo está todo a trabalhar de casa. Na operação, mudanças. Foi aumentado o tempo de folga com a criação de mais times no revezamento.

O que esperar da volta? A resposta de Cláudio depende de como como os países irão reagir, leiam-se sobretudo EUA e a Europa. Diferente das outras siderúrgicas brasileiras, a CSP vende para fora quase tudo o que produz. No trimestre, algo como 87% - acima do limite mínimo obrigatório de 80% para quem ocupa uma ZPE.

HUBLOCAL

Capitalizada e em expansão

A HubLocal, startup cearense com um ano de vida, recebeu aporte de investidor privado. Não revela quanto e nem quem. Mas, capitalizada, a empresa dos CEOs Felipe Caezar e Rodrigo Coiffman mira na expansão. O negócio dela é manter as empresas do varejo com elevada presença digital nas plataformas de buscas da internet, como Google Maps, Foursquare e Waze. Tem 12 funcionários e declarados 400 clientes.

NO SHOW

Favor remarcar para...

O Ministério do Turismo está em campanha para as pessoas não cancelarem suas viagens. Pede que apenas remarquem. "Quando este momento passar, as belezas, as cores e os sabores estarão esperando todos vocês", diz a mensagem, voltada para ajudar os hotéis. O Ministério não diz, porque ninguém sabe, quando vai passar.

MARSHALL

Ricardo e a reconstrução

Foi importante a manifestação do presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, no O POVO, em artigo intitulado "Por um Plano Marshall para o Brasil". Ele conclamou a construção de um ambiente político para além dos partidos e usou a expressão "unificador de nação". É tudo que faz falta hoje no País, na política e no ambiente empresarial também. O Fla x Flu é primário.

Claudio Lottenberg, presidente do Hospital Israelita Albert Einstein
Claudio Lottenberg, presidente do Hospital Israelita Albert Einstein (Foto: MATEUS DANTAS)

CLÁUDIO LOTTENBERG

A economia da saúde

O presidente do Conselho da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, de São Paulo, e do Instituto Coalizão Saúde, o médico Cláudio Lottenberg já não discute isolamento e cloroquina, a pauta médica de todo dia no País. Ele está preocupado também com a cadeia produtiva da saúde. Fala de um segmento equivalente a 10% do PIB e algo como cinco milhões de trabalhadores.

Lottenberg alerta para o peso do dólar alto na compra de insumos para medicamentos. "Uma coisa é o preço abusivo, outra é o custo em dólar". Ele critica os confiscos ocorridos pelo País, por governos estaduais. Avisa que isso desorganiza a distribuição. Quem comprou acaba não recebendo. A saída, sugere, é organizar em forma de central de distribuição.

Voltando ao setor privado, ele teme como as operadoras sairão dessa pandemia. E por falar em sair, o SUS não teria como dar conta da demanda a deixar o privado.

Nesta segunda-feira, às 11 horas, pelo Facebook do O POVO, Cláudio Lottenberg conversa sobre as questões econômicas da saúde em uma transmissão ao vivo, também conhecida como Live.

Horizontais

Ônibus - Após 20 dias de férias coletivas, a Marcopolo retoma atividades de forma parcial nas unidades de Caxias do Sul e do Rio de Janeiro nesta segunda-feira. No Espírito Santo, ainda avalia.

No 3 - A catalã Mallory, com fábrica em Maranguape (CE), doou ventiladores para 40 quartos do Lar Torres de Melo. A instituição é exemplar no atendimento de idosos em Fortaleza. Tem 220 moradores.

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