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O aço do Governo Bolsonaro
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Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará

O aço do Governo Bolsonaro

Tipo Opinião

O aço que sustenta o Palácio do Planalto é a economia. Isso não muda. Foi assim que Lula balançou, mas não caiu no mensalão. Foi deste modo que Dilma balançou e desabou. No caso de Bolsonaro, a despeito das insistentes demonstrações de inépcia, o Palácio não bambeia tanto por conta da equipe econômica.

No setor do aço, a propósito, a Coluna apurou que o sentimento médio ainda está fincado longe do arrependimento. Os empresários do setor não desistiram do ex-capitão. Não é amor, é pragmatismo. A despeito da postura errática, persiste a compreensão de que Bolsonaro era e ainda é o melhor para o País por conta de Paulo Guedes e grande elenco.

O vídeo da reunião ministerial, exibido na tarde da última sexta-feira, revelou o que a audiência já esperava: um Ministério e um presidente com pouco apego à liturgia, uma sucessão de falas perfunctórias, servis e até conspiratórias. Parece planejar o municiamento de milícias em nome de uma desobediência civil. Isto com o protagonismo do presidente da República. Grave, temerário, bananesco.

Em todo caso, no terreiro bolsonarista, seguidores desde então apenas contemporizam o absurdo, em nome de um mito - "ah, ele é autêntico". Um comportamento semelhante ao outeiro petista diante da fala infeliz de seu mito particular - "ah, ele se expressou mal". Estes formam a parte caricata de nossa tragédia republicana. O mandato do capitão e sua trupe de generais, além de outros menos graduados, estará em xeque sem as respostas na economia. E elas ainda rareiam.

Mercado odontológico

Boca cheia

O mercado da saúde bucal tem a boca escancarada e cheia de dentes ante o desempenho do Nordeste. A região morde 9,38% da adesão a plano odontológico, com 5 milhões de usuários, perdendo apenas para o Sudeste, que tem 15 milhões. Este mês a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou há 26 milhões de brasileiros com algum tipo de plano do tipo.

Já levantamento do Sinog, a entidade das operadoras de planos odontológicos confirma ser o Ceará um dos alicates desse resultado. Nos últimos cinco anos, o Estado aumentou em 62,24% o número de usuários. Já no primeiro trimestre deste ano, o crescimento foi de 2,44% contra média nacional de 0,53%.

O Ceará chega a cerca de 1 milhão de usuários de planos odontológicos. Ok, os dados são positivos, mas não dá para saber como o segmento irá se comportar ao final da pandemia, avalia Marcos Novais, superintendente do Sinog.

Quem conhece o mercado sabe que o crescimento do setor no Brasil está atrelado à formalização, por conta do rigor maior da ANS. O crescimento em larga medida é formal, não apenas real. De todo modo, as operadoras de planos de saúde têm feito trabalho intenso de cross-selling na carteira própria (tinham muita saúde e pouca odontologia). Intermédica e Hapvida reforçaram isso, por exemplo, com preços agressivos.

O diretor da Odontoprev, Marcos Viveiros, vê muito espaço para crescer. "A aquisição da OdontoSystem pela Odontoprev mira em quem não tem plano ainda". Ele lembra que há ainda a busca de clientes de outras operadoras que não têm ainda um plano, até por preconceito.

Severino Neto
Severino Neto (Foto: Divulgação)

Supermercado

São Luiz empurra carrinho com cautela

O diretor-presidente do Mercadinhos São Luiz, Severino Ramalho Neto, mantém o planejamento de expansão para este ano. Leiam-se três lojas - avenida Júlio Ventura com Barão de Studart, Eusébio e Juazeiro do Norte. As obras estão paradas, mas serão retomadas no pós-quarentena.

Entregues as três, Neto vai encher o carrinho da cautela. Pretende estudar melhor o comportamento do mercado em um mundo mais digital. Quer ver como as lojas físicas irão trafegar entre as gôndolas virtuais. Ademais, ele compreende que o bolso do público será menor. "E vamos tentar nos encaixar nele". Outro ponto: as pessoas estarão mais atentas à higienização dos produtos. "Já estamos bem nesse aspecto e ganhamos clientes".

Hoje, no ranking da rede, a loja da Virgílio Távora ainda é a campeã de vendas, mas com diferença menor ante as demais. O motivo foi a divisão dos serviços de entrega via web para outras filiais, porque havia algum congestionamento. "A diferença da maior para a quinta colocada não chega a 10%". Segundo Neto, "Rui Barbosa vai bem, Miguel Dias bem, Edilson Brasil Soárez vai bem e Cambeba também". Em tempo: as vendas estão estabilizadas. O pavor disfarçado de precaução já passou.

Paulo Solmucci, presidente da Abrasel nacional
Paulo Solmucci, presidente da Abrasel nacional (Foto: DIVULGAÇÃO)

O POVO em casa

A conta dos bares e restaurantes

O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel nacional), Paulo Solmucci, é o entrevistado do projeto O POVO em Casa, nesta segunda-feira, 10 horas, pelo Facebook do O POVO on line. Ele conversa com o redator da Coluna sobre "A conta dos bares e restaurantes".

Retomada

Menos

No meio da discussões sobre o plano de retomada da economia do Ceará, houve momentos de impasse por questões prosaicas. Um exemplo: havia a expectativa entre alguns empresários de que o contribuinte bancasse testes de Covid-19 para empregados. Algo em torno de R$ 100 cada. O Governo disse que não.

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