Joelma Leal assume como ombudsman do O POVO no mandato 2023/2024. É jornalista e especialista em Marketing. Atuou como editora-executiva de sete edições do Anuário do Ceará, esteve à frente da coluna Layout por 12 anos e foi responsável pela assessoria de comunicação do Grupo, durante 11 anos.
O título desta coluna de estreia pode, a princípio, soar estranho, mas vou explicar. Na matéria da minha apresentação como ombudsman 2023 o título foi "Voz do leitor: jornalista Joelma Leal assume como nova Ombudsman do O POVO". Longe de mim a pretensão de ser a voz de alguém. O leitor tem autonomia. O leitor pensa. O leitor opina. O leitor tem voz. Isso não existe. No passado, a propósito, houve uma campanha do O POVO que tinha exatamente esse mote inadequado.
Naturalmente, as estreias causam ansiedade e adaptações. Ao sair de férias estava na Redação e ao retornar, amanhã, estou como ombudsman, pelos próximos meses. Desde o dia em que recebi a notícia, tenho feito o exercício mental de procurar uma desintoxicação profissional, como cita Lira Neto, ex-ombudsman e autor do livro "Herança de Sísifo", em que traz uma série de colunas publicadas em 1998, ano em que assumiu o cargo no O POVO, e acrescenta: "Aprender a criticar é um processo tão doloroso quanto o de aprender a ser criticado". Ao folhear a publicação é possível observar que os casos do fim da década de 1990 não são tão distantes do que vemos hoje. Afinal, pressa e pressão são características intrínsecas da profissão, fazem parte do dia a dia do jornalista, porém o leitor/ouvinte não tem o porquê de ser apenado. Ele quer o serviço e o serviço bem feito, útil.
O ombudsman não precisa ser resumido a críticas, há avaliação, há reflexão, assim como elogios (por que não?). Desde o dia em que o anúncio foi feito as mensagens (de amigos, colegas e desconhecidos) foram as mais variadas possíveis: desde "boa sorte", "paciência" e "sabedoria". Ao término deste mandato completarei a sequência do "desde o dia".
Não há disciplina da faculdade para as atribuições de ombudsman. Só se aprende fazendo. E foi assim que definiram em bate-papo informal, nos últimos dias, com Daniela Nogueira, Juliana Matos Brito e Regina Ribeiro, amigas que já exerceram essa missão.
A única certeza é a mudança
Estou nesta Casa há pouco mais de 15 anos. Iniciei como estagiária, em seguida repórter, assessora de comunicação, colunista e editora. Assumir este papel não estava na lista pessoal de possibilidades, até então. Desafios surgem. A única certeza é a mudança.
Assumir esta função em um ano em que O POVO celebra 95 anos, além do início de novos governos por si só, já vem acompanhado de simbolismos. Se não bastasse, um dia após o anúncio da nova função, em matéria na versão impressa, houve o terrorismo em Brasília, como dito na capa de segunda-feira, 9, do O POVO.
Além do absurdo do domingo na capital federal, houve ataque do procurador-geral da República, Augusto Aras, à jornalista Míriam Leitão; documento que tentaria reverter o resultado das eleições encontrado na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres; gastos absurdos por meio de cartão de crédito corporativo do ex-presidente. Uma semana, no mínimo, atribulada.
Dizer que estamos em um momento para refletir sobre o Jornalismo ficou velho. Essa reflexão não é de hoje e a cada dia, a cada hora e a cada segundo a necessidade da reflexão e da ação só aumenta. Em um cenário cada vez mais polarizado, proliferação de vozes nas redes e descrença nos veículos, o bom Jornalismo tem sido cada vez mais necessário.
Ler, ver e ouvir a partir de outras formas. Assim será. Por falar em ouvir, no decorrer da última semana, durante uma chamada na rádio O POVO CBN escutei a seguinte afirmação: o ouvido ouve, mas o cérebro escuta e interpreta. Sigamos, portanto.
Diálogo permanente
Desde 1994 O POVO mantém a figura do ombudsman, estreado pela jornalista Adísia Sá e de lá para cá ocupado por tantos outros colegas e amigos, cada um com seu estilo. O profissional não tem "poder executivo", mas está ali para refletir e gerar saudáveis incômodos à Redação. Jornalistas costumam ser refratários a críticas, mas o compromisso primeiro do posto é com a audiência.
Por vezes, o óbvio precisa ser dito e isso vale para muitas esferas da vida. O piloto automático toma conta e acabamos, por vezes, automatizando também o que é publicado, seja pela falta de crédito, seja pela falta de precisão ou revisão. É assim na vida, é assim no trabalho. A rotina da Redação e a luta para cumprir prazos são "aliados" para ir ao encontro de falhas e/ou inconsistências. O POVO é multiplataforma e a audiência é protagonista.
A expectativa é agregar opiniões diversas, dialogar com leitores e suas visões segmentadas, buscando equilíbrio e discernimento. A partir de amanhã, volto de férias e procurarei não ser "apenas" a voz do leitor, mas um canal para promover um diálogo permanente e edificante.
O ombudsmato é possível com a sua participação. Conto com seus contatos, seja por meio do WhatsApp (85) 98893 9807 ou e-mail ombudsman@opovodigital.com
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