Joelma Leal assume como ombudsman do O POVO no mandato 2023/2024. É jornalista e especialista em Marketing. Atuou como editora-executiva de sete edições do Anuário do Ceará, esteve à frente da coluna Layout por 12 anos e foi responsável pela assessoria de comunicação do Grupo, durante 11 anos.
É mais que necessária a atualização do Guia de Redação e Estilo que vai muito além da ortografia, o que já é muito importante, mas principalmente padrões, condutas, normas e procedimentos. São mais de duas décadas de mudanças
Em pouco mais de um mês na função de ombudsman, a estreia foi dia 15 de janeiro, é natural que a leitura das páginas, telas e os ouvidos funcionem de outra forma. Pois bem, durante este período foi possível observar alguns equívocos relacionados a nomes de fontes.
Os erros são exceções? Sim! E que ótimo, porém há algumas falhas apontadas, internamente, mas na edição impressa do dia seguinte "fica por isso mesmo". O leitor fica com o dado equivocado.
As falhas são as mais variáveis possíveis, entretanto irei me ater a nomes de pessoas, principalmente. Do mais corriqueiro como Roberto Carlos ser citado como Roberto Cláudio, secretária municipal da educação ser identificada como titular da pasta do Estado ou um quase inacreditável: esta semana foi publicada matéria "Casa Azul abre inscrições para acelerar 60 startups". Pois bem, na fala do COO da Casa Azul, a fonte é identificada como Maurício Cardoso. Por estar no Grupo tenho conhecimento que Maurício não faz mais parte da Casa Azul há alguns meses. O atual diretor de Operações da Casa Azul chama-se Rafael Queiroz Silveira. Como explicar o deslize? A checagem, neste caso, seria simples. Afinal, a Casa Azul Ventures é a incubadora de startups do Grupo O POVO e trata-se de uma matéria institucional.
Em seguida, a versão digital, no OP+, retirou todo o parágrafo em que Maurício era citado e no portal O POVO foi publicada uma outra matéria sobre o assunto, ouvindo a fonte adequada. Porém o leitor do impresso ficou sem a informação correta.
Nas colunas também ocorre: na semana que passou, um dos leitores mais participativos no envio de comentários chama a atenção para uma nota na coluna do Eliomar de Lima que identifica Heitor Freire como deputado reeleito, no entanto nem o Freire nem o Férrer venceram as últimas eleições.
Os exemplos anteriores foram apontados em comentários internos enviados à diretoria e profissionais da Redação, de segunda a sexta. Nenhum deles foi ajustado nas edições publicadas nos dias seguintes. Dessa forma, qual a finalidade do "Erramos", então? A seção tem uma identidade visual própria: é apresentada em letras vermelhas e em letras maiúsculas.
Ao consultar OPOVO Doc, área responsável pelo acervo do O POVO, o levantamento mostra que em 2023 foram publicados apenas dois "Erramos" no impresso: um no dia 5 de janeiro: "Cidades (4/1/23, pág. 19) Diferente (sic) do publicado na matéria '3 assassinatos são registrados em 5 dias no São João do Tauape', foram registrados três assassinatos em seis dias no bairro. Já o segundo exemplo foi publicado no dia 12 de janeiro: "Opinião (11/1, pág 5) No artigo sob título 'Sem anistia', assinado pelo advogado Marcelo Uchôa, o termo correto seria "terrorismo contra o Estado", diferentemente do que que (sic) consta no texto publicado".
A diretora de Redação do O POVO, Ana Naddaf, diz que "é permanente o esforço de reconhecer, corrigir e diminuir os erros, inclusive com uma seção específica para correção, publicamente, dos mesmos. Há uma cobrança constante pela publicação desta correção. Uma forma de ficarmos atentos para cometê-los cada vez menos, para não repeti-los e reforçarmos nosso compromisso com a qualidade e a credibilidade do jornalismo que fazemos".
Guia de Redação e Estilo
Sim, de acordo com o Guia de Redação e Estilo do O POVO, de autoria do jornalista Gibson Antunes, na seção "devem ser privilegiados os erros de informação, créditos, fotos e erros graves de português cometidos em títulos e resumos de matérias".
Aliás, quantos dos profissionais da Redação têm acesso ao Guia de Redação e Estilo? Um bom exercício para quem está chegando ou já tem longa estrada no veículo, é conhecer, ter acesso ao material que pode e deve funcionar como fonte de consulta para o dia a dia.
O livro reúne uma série de orientações básicas sobre redação e estilo, padrões, assim como expressões e jargões do universo político, econômico, jurídico, além de informações gerais. Outra sugestão, além de ampliar o acesso ao material, seria checar e providenciar uma edição atualizada. Até o momento, foram lançadas três edições (1998, em comemoração aos 70 anos do O POVO, 2002 a segunda edição, e um ano depois, em 2003, a terceira e última). É mais que necessária a atualização desse material, que vai muito além da ortografia, o que já é muito importante, mas principalmente padrões, condutas, normas e procedimentos. São mais de duas décadas de mudanças.
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