Joelma Leal assume como ombudsman do O POVO no mandato 2023/2024. É jornalista e especialista em Marketing. Atuou como editora-executiva de sete edições do Anuário do Ceará, esteve à frente da coluna Layout por 12 anos e foi responsável pela assessoria de comunicação do Grupo, durante 11 anos.
Uma das buscas de quem faz newsletter (ou qualquer outro informe) é passar a fazer parte da rotina do leitor, criar um hábito. O leitor que desenvolveu tal costume, ganhou a frustração como resultado, já o veículo desperdiçou tamanha preciosidade
Foto: Divulgação
Uma das peças da campanha de divulgação de estreia do Trem Bala
O Trem Bala retornou ao Grupo de Comunicação O POVO e a (re)estreia no último dia 18 de setembro foi anunciada com estardalhaço, incluindo campanha publicitária e uma série de matérias.
De lá para cá, muitas participações e interações com o público sob o comando de Alan Neto e comentários de Sérgio Ponte, Jota Lacerda e Liuê Góis. No decorrer dos meses, como ombudsman, recebi alguns retornos de espectadores, apontando, por exemplo, que time A tem ocupado mais tempo na grade que o clube concorrente. O que não seria justo, na opinião de um deles. Deixando as paixões e o cronômetro de lado, o último Trem Bala deste ano foi exibido no dia 22 de dezembro, com merecida homenagem ao ídolo do Ceará Sporting Club, Dimas Filgueiras, que havia partido naquela data.
Na segunda-feira, 25, ao meio-dia, nada de notificação no portal indicando o início do programa, como ocorre normalmente. Natural pensar que seria por causa do feriado de Natal. No entanto, nos dias seguintes - terça-feira, quarta-feira e quinta-feira - nada da atração. Ao resgatar a edição de sexta-feira, 22, nada de aviso que haveria tal pausa.
Ao procurar a coordenação do YouTube, soube que o Trem Bala só retornará à grade no dia 8 de janeiro. E o espectador, como será informado? Por que não há o programa? Ah, tem pouco conteúdo para sustentar uma atração com uma hora de duração? Não justifica! Uma hora antes, das 11h às 12h, o Esportes do POVO está mantido e com o mesmo tempo de exibição, que ocorre em várias plataformas do Grupo. Há, inclusive, a presença de convidados na bancada, ao vivo.
Se o titular está de férias, e soube porque vi o informe na edição impressa, que haja um substituto para comandar o programa no período. No fim das contas, o Trem Bala que, a rigor, não para, não para, nem a pau e nem a bala, parou. E sem aviso à audiência.
As newsletters também pararam
Desde 2021, O POVO conta com newsletters enviadas de segunda à sexta-feira aos leitores cadastrados. De acordo com a página dedicada ao assunto, o leitor tem a opção de três newsletter: a geral, a do Leão (voltada aos torcedores do Fortaleza Esporte Clube) e a do Vovô (com notícias exclusivas relacionadas ao Ceará Sporting Club).
No dia 21 de dezembro, um leitor entrou em contato via WhatsApp da ombudsman, questionando o motivo de ele ter parado de receber os boletins. Contou que cadastrou outro e-mail, entretanto, continuou sem receber. Coloquei a observação no comentário interno, enviado aos profissionais do Grupo. Cinco dias depois, o leitor voltou a entrar em contato a fim de ter uma resposta.
Ao procurar uma das responsáveis pela newsletter, o retorno é de que a última edição, de fato, havia sido enviada no dia 18 de dezembro e a previsão é que o material retornaria em janeiro. Ok, mas o leitor foi informado? Resgatei a edição do dia 18 e não havia menção sobre o recesso e nem indicativo de data de retorno. Pois bem, dois dias depois do contato, na sexta, 29, o informativo voltou a chegar na caixa de e-mails dos leitores...
Em tempo: as duas de esportes foram "descontinuadas" bem antes. O editor-adjunto de Esportes, Lucas Mota, conta que "há algum tempo" deixou de ser feita e que a distribuição dos informes relacionados aos clubes locais migraram para os canais do WhatsApp, lançado em setembro deste ano. "Depois que foi criada essa nova ferramenta, os nossos destaques passaram a ser enviados pelo WhatsApp do canal de Esportes", resume.
O leitor que deduza ou fique sem saber sobre o encerramento dos boletins. Uma das buscas de quem faz newsletter (ou qualquer outro informe) é passar a fazer parte da rotina do leitor, criar um hábito. O leitor que desenvolveu tal costume, ganhou a frustração como resultado, já o veículo desperdiçou tamanha preciosidade.
Além disso, tanto a home do portal O POVO como nos destaques do Instagram permanecem com convites para leitores/seguidores realizarem os cadastros para recebimentos dos boletins.
Deslize na comunicação
Por falar em falhas de comunicação, segue outro exemplo também dessa semana que passou: O POVO divulgou uma ação direcionada a assinantes: a Mega da Virada, em que "assinantes O POVO terão bilhete registrado e gratuito".
No trecho de como participar um item chamou a atenção: apresente o CPF. Pode parecer detalhe, contudo foi o suficiente para uma assinante questionar, com toda a razão: "Pessoa jurídica é menos assinante do que pessoa física? O texto menciona 'cada assinante', o que dá a entender que vale para 'todos' os assinantes, mas no 'Confira o passo a passo' tem 'apresente o CPF'. Qual o correto? Se é só para assinante pessoa física, por que essa diferença? Vou ligar para o jornal e saber se há outras vantagens que o assinante pessoa física tem que estamos perdendo por sermos jurídicas".
Sem dúvida, a assinante tem razão. Foi um erro do texto ou da dinâmica da ação, encerrada ontem, 30? O responsável pela área concordou que foi uma falha na comunicação e que, sim, a iniciativa é para todos os assinantes, sem exceção. Tanto a matéria como as peças publicitárias citam única e exclusivamente o CPF.
Em resumo: a ausência de uma palavra, de uma informação faz, sim, toda a diferença no resultado.
Casos Jéssica e PC
Duas trágicas mortes nessa última semana chamam a atenção para o quão parte da sociedade está, de fato, insana.
O primeiro deles foi o caso da estudante Jéssica Canedo, que após ser vítima de fake news, foi importunada e mesmo pedindo para que usuários e um perfil de fofoca parassem os ataques, não foi atendida. A mãe também fez o apelo, de nada adiantou. Resultado: a jovem tirou a própria vida.
Dias depois, foi a vez de o youtuber PC Siqueira fazer o mesmo. Se não bastasse a situação por si lamentável, foi terrível ver pessoas comemorando a morte do rapaz em tudo quanto é rede social. Ademais, muitos justificavam o injustificável, relembrando o caso de ele ter sido acusado de pedofilia, em 2020. Até onde se sabe, o inquérito não foi concluído, porém o tribunal da internet já deu o veredito.
Filtro, respeito e bom senso na internet e na vida real são raros e bem-vindos, sempre.
Feliz 2024
Aos leitores, o desejo de um ano novo leve, feliz e com muita saúde.
Em tempo: a coluna Ombudsman não será publicada no próximo domingo, 7.
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