Logo O POVO+
A F1 nos ensina sobre machismo, como outros esportes
Foto de Júlia Duarte
clique para exibir bio do colunista

Formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). É repórter de Política do O POVO, com passagem pela área de Cotidiano. Apaixonada pela emoção do esporte e entusiasta de carros em alta velocidade nas pistas

A F1 nos ensina sobre machismo, como outros esportes

Ninguém sabe oficialmente por qual motivo Horner era investigado. Reportagem do jornal holandês De Telegraaf apontou que a conduta imprópria teria cunho sexual
Tipo Opinião
Christian Horner, chefe de equipe da Red Bull na Fórmula 1, em entrevista coletiva na pré-temporada de 2024 (Foto: Andrej ISAKOVIC / AFP)
Foto: Andrej ISAKOVIC / AFP Christian Horner, chefe de equipe da Red Bull na Fórmula 1, em entrevista coletiva na pré-temporada de 2024

Que a Fórmula 1 é o clube do bolinha dos homens ricos, todo mundo já sabe. É de conhecimento também que o espaço no automobilismo para mulher tem sempre que ser conquistado. A estreia da coluna ia ser sobre como Max Verstappen vai ter o caminho limpo para o tetra com um carro ainda melhor, mas a Red Bull acabou tomando o noticiário por outro motivo: saiu o resultado da investigação movida contra Christian Horner, chefe da equipe.

A empresa decidiu inocentá-lo e manter seu cargo. Conforme nota, a investigação independente chegou a um veredito e rejeitou a acusação, mas escolheu manter confidenciais as informações. A falta de transparência já tinha sido questionada até pela Ford, que vai fornecer os motores da empresa a partir de 2026. 

Ninguém sabe oficialmente por qual motivo Horner era investigado. Reportagem do jornal holandês De Telegraaf apontou que a conduta imprópria teria cunho sexual, em que ele teria enviado mensagens sugestivas a uma funcionária. Não vou entrar no mérito, nem na briga interna que travam as alas da direção da Red Bull.

Porque o que salta aos olhos é a posição da FIA. O comunicado da entidade foi na linha “não vamos fazer comentários até a investigação ser concluída”. Não disse se pediu informações. Preocupação? Foi um singelo "fazer o que, né?". Há pouco meses, a história era outra quando um rumor de que Susie Wolff, diretora da F1 Academy, categoria de campeonato feminino, estaria passando informações para o marido Toto Wolff, chefe da Mercedes.

Foi aberta uma investigação e precisou que todas as equipes, em uma demonstração quase sem precedentes no paddock, defendessem Susie. E no tribunal da internet, a torcida era para que a diretora fosse demitida imediatamente, além dos comentários que questionavam sua posição na F1 apenas por causa do marido. Era o desejo de apagar 20 anos de conquistas dela no automobilismo dentro e fora das pistas.

No caso do Horner, não foram poucas as piadas de usuários de que até a denunciante teria recebido fotos da “asa dianteira” do chefe. É bem parecido com o que acontece em outros esportes. É a tentativa de afastar mulheres dos espaços, de demarcar que ali elas não podem entrar. É o clube do bolinha.

Mas sinto dizer para a turma do “hoje tudo é militância”, esse tempo já passou e a corrida já teve início: mulheres vão seguir gostando, assistindo e, melhor ainda, comentando sobre F1. Volto em breve para confirmar se Verstappen vai ser tetra de forma fácil no foguete montado pelo gênio do Adrian Newey.

Confira os horários da rodada dupla:

Bahrein
Quinta-feira, 29/02
Treino Livre 1: 08h30
Treino Livre 2: 12h

Sexta-feira, 01/03
Treino Livre 3: 09h30
Qualificação: 13h

Sábado, 02/03
Corrida: 12h

Arábia Saudita

Quinta-feira, 07/03
Treino Livre 1: 10h30
Treino Livre 2: 14h

Sexta-feira, 8/03
Treino Livre 3: 10h30
Qualificação: 14h

Sábado, 9/03
Corrida: 14h

*As corridas serão no sábado, porque no domingo, 10, começa o Ramadã, mês sagrado para mulçumanos

Foto do Júlia Duarte

Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?