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O mau perdedor Max Verstappen
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Formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). É repórter de Política do O POVO, com passagem pela área de Cotidiano. Apaixonada pela emoção do esporte e entusiasta de carros em alta velocidade nas pistas

O mau perdedor Max Verstappen

O holandês bateu em George Russell no GP da Espanha, uma escolha que só complicou a ele
Acostumado a ganhar, o carro em desvantagem desafia o temperamento de Verstappen (Foto: NELSON ALMEIDA / AFP)
Foto: NELSON ALMEIDA / AFP Acostumado a ganhar, o carro em desvantagem desafia o temperamento de Verstappen

Não que o tetracampeão Max Verstappen seja o único a bater o carro de propósito. Ayrton Senna ganhou o bicampeonato ao atingir Alain Prost na largada do GP do Japão em 1990, uma revanche da batida do francês no ano anterior. Michael Schumacher também coleciona batidas, como em 1994, quando faturou o campeonato, o primeiro dos sete futuros. Ele errou, bateu no muro, voltou para a pista, e vendo as condições, jogou o carro em Damon Hill. Nenhum deles deu declarações de arrependimento.

Parece bem similar às escolhas de palavras de Max Verstappen ao bater em George Russell no GP da Espanha. Ele não pediu desculpas, embora tenha admitido que o movimento de bater em Russell veio de um lugar de “frustração”. “Nossa escolha de pneus para a parte final e algumas manobras depois do safety car alimentaram a minha frustração, levando a uma manobra que não estava certa e que não deveria ter acontecido”, escreveu, bem depois que a corrida acabou.

A punição foi 10 segundos e pontos na carteira, agora estando ele a apenas um de ser suspenso de uma corrida. Na retrospectiva do último ciclo houve duas situações com Lando Norris, não ter respeitado o delta do safety car virtual, pilotar lento demais, uma colisão com Oscar Piastri e outra batida com Russell.

É sabido que, quando a situação aperta, Verstappen tende a perder a paciência. Xinga no rádio, reclama, freia forte. Pode não ser esporte de contato, mas toques e batidas são até normais na Fórmula 1. Mas chama a atenção que, em situações tensas, é possível ver de novo aquele menino que começou na categoria. Era tido como uma promessa do esporte, mas era atrapalhado pelo temperamento.

A sede de vitória é o que move ganhadores. Verstappen, Senna, Schumacher, todos têm campeonatos. E a lista é grande e inclui outros vencedores. Mas chama a atenção porque Russell nem mesmo estava ou está lutando pelo campeonato. Verstappen se prejudicou sozinho. Neste caso da Espanha, com a punição, o holandês terminou em décimo.

Se só tivesse deixado o inglês passar poderia ter chegado em quinto. Bem longe do primeiro lugar, mas pontinhos já definiram campeonatos. Com uma desvantagem no carro, resta à Red Bull estratégia e errar o menos possível. E deixar a frustração causar colisões não parece ser o inteligente a se fazer, ainda mais quando seu adversário é outro. No box da McLaren, alguém deve ter dado um sorrisinho. 

Foto do Júlia Duarte

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