
Formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). É repórter de Política do O POVO, com passagem pela área de Cotidiano. Apaixonada pela emoção do esporte e entusiasta de carros em alta velocidade nas pistas
Formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). É repórter de Política do O POVO, com passagem pela área de Cotidiano. Apaixonada pela emoção do esporte e entusiasta de carros em alta velocidade nas pistas
Me peguei bocejando no último GP da Fórmula 1. E, pelo que ouvi, não fui a única. Não foi a primeira vez nesta temporada, e o mesmo já tinha acontecido em algum momento nas últimas três temporadas. É até normal em etapas cujos horários ficam trocados no Brasil — difícil não ficar cansado com corridas na madrugada.
Mas, no GP do Canadá, e em outros neste ano, a falta de atividade na pista, ainda mais em etapas com pouco espaço para ultrapassagem (Mônaco, por exemplo), ganha destaque em um cenário perfeito para uma das maiores alfinetadas à Fórmula 1: são apenas carros correndo em círculo. Às vezes parece mesmo.
O jogo das estratégias — um erro aqui (Ferrari e Sauber, na lembrança), uma entrada antecipada no box para evitar sair atrás, algumas ultrapassagens —, não tem sido suficiente para prender a atenção até de quem acompanha a categoria, imagina para atrair quem não é lá muito fã. E o motivo? Destaco um de vários.
As últimas dominâncias foram maçantes de acompanhar. A corrida começava com a sensação de já se saber quem ia ganhar. Então 2021. Apesar do final minguante, o coração acelerava com a dúvida: Lewis Hamilton ou Max Verstappen? Ufa. E, agora, estamos com um cenário totalmente aberto de novo. Oscar Piastri tem 198 pontos, Lando Norris, 167, enquanto Verstappen soma 155 e George Russell, 136. Charles Leclerc não vem muito longe com 104. Com tantas rodadas para acontecer, tudo (ou nada) pode acontecer.
Mas talvez faltem dois pontos. Uma narrativa e personalidade. Muito da emoção vem do clima fora das pistas. A rivalidade, o jogo mental das equipes e dos pilotos, a sensação de que pequenas ações completam a história daquela temporada. Dos quatro com mais pontos: Piastri não é lá a pessoa mais carismática, com uma personalidade reservada, ninguém sabe se ele está feliz ou com raiva. Ganhou? Perdeu? Quem sabe?
Norris tem seus altos e baixos, apesar do carro dominante. O emocional pesa e aparecem os erros bobos. Classifica mal, calcula mal as manobras e age no impulso. Foge do que se espera de alguém com sete anos na F1 com um carro que garantiria bons resultados. Então, Verstappen e Russell. Os dois têm a própria dinâmica, embora, agora, seus carros não colaborem. Talvez com atualizações nos veículos, ao longo do ano, o 1 contra 1 consiga acontecer na disputa de uma liderança, não de um quarto lugar.
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