Coordenadora de política do O POVO. Jornalista formada pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e amante de carros em alta velocidades em pistas
Coordenadora de política do O POVO. Jornalista formada pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e amante de carros em alta velocidades em pistas
Mudanças de regulamento podem ser uma benção ou uma maldição para as equipes da Fórmula 1. Um entendimento correto das regras, e a aplicação delas no conceito do carro, pode garantir uma enorme vantagem, com possibilidade de durar anos. A dinâmica de forças no grid tem tudo para mudar já que as equipes precisam remodelar diversos pontos como o design aerodinâmico e as unidades de potência.
Com carros menores e cerca de 30 quilos mais leves, a categoria caminha para deixar de lado o efeito solo e o DRS. A categoria explica que a mudança seria para deixar os veículos mais rápidos e incentivar o dinamismo nas corridas.
Algumas alterações são "pequenas", mas trazem a promessa de mudarem o jogo. Pneus mais estreitos podem reduzir o arrasto. O aro da roda ainda é de 18 polegadas, mas a parte de borracha que faz contato com o solo é 25 mm menor na dianteira e 30 mm menor na traseira.
Mas o destaque são as grandes, e bem grandes, mudanças. Também mais estreita a partir do ano que vem, a asa dianteira poderá ser aberta pelos pilotos, tal qual a traseira. Isso “mata” o conceito do sistema de redução de arrasto, o conhecido DRS. Será o momento da introdução da “aerodinâmica ativa”.
Dependendo do local da pista, as asas poderão ficar em diferentes posições, abertas ou fechadas, estando disponíveis para todos os pilotos em todas as voltas. Nas curvas, ficam em posição padrão fechada para aderência, enquanto, em algumas retas, os flaps, dispositivos móveis, como "mini-asinhas” na própria asa, são abertos para reduzir o arrasto e, consequentemente, aumentar a velocidade. Não vai ter preciso estar a menos de um segundo do carro da frente para a abertura.
Já outras mudanças vão mexer com a forma de pensar os carros de Fórmula 1. Entre 2022 e 2025, muito se pensava no assoalho. As equipes ficavam temerosas quando acidentes aconteciam na pista e o carro precisava ser içado por um trator e essa parte ficava exposta. O foco agora será as unidades de potência, com espaço também para destaque dos combustíveis sustentáveis, parte do novo regulamento.
O fim do DRS se conecta com a decisão de que as ultrapassagens vão depender de uma combinação envolvendo a potência do carro. Quando os motoristas estiverem a menos de um segundo do carro da frente nos pontos de ativação, poderão utilizar energia adicional para tentar ultrapassar, com um extra de +0,5 MJ disponível, explica a FIA.
“As chances de ultrapassagem também serão aumentadas pelo fato de a energia liberada pelo carro da frente diminuir gradualmente após 290 km/h, enquanto o carro de trás poderá usar o auxílio com potência máxima de 350 kW até 337 km/h”, explica a federação, apontando que “a diferença de velocidade deverá facilitar as ultrapassagens”.
O design mais estreito, por exemplo, poderia corrigir as corridas entediantes de Mônaco que, apesar de sua longa trajetória no esporte, tem proporcionado etapas previsíveis e sem muita emoção. No conceito, tudo parece como o nitro de "Velozes e Furiosos" ou as táticas dos carros da "Corrida Maluca", mas o desejo, até pessoal meu, é que, na prática, possamos ver mais ação com um grid mais compacto e as corridas deixem de parecer todas meio iguais.
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