Para além do país do futebol: exibição de basquete nacional e da NBA cresce no Brasil
Jornalista formada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Apaixonada por basquete, foi repórter do NBB em Fortaleza. Primeira mulher a comentar uma partida de futebol na TV cearense. Autora do livro A Verdadeira Regra do Impedimento, sobre a história do futebol feminino estadual
Para além do país do futebol: exibição de basquete nacional e da NBA cresce no Brasil
Televisão aberta, fechada e streaming na internet ampliam possibilidades para o público brasileiro para assistir, ao vivo, partidas de basquetebol norte-americana e nacional
Após a prorrogação do jogo 7 entre Brooklyn Nets e Milwaukee Bucks, que determinou que o time de Giannis Antetokounmpo avançaria de fase, eliminando o "galático" e favorito trio Durant-Harden-Irving, 12 dos 29 assuntos mais comentados no Twitter brasileiro traziam referências à partida. O número nos trending topics se repetiu após o confronto entre Phoenix Suns e Los Angeles Clippers, decidido com um game winner faltando 9 décimos de segundo para o estouro do cronômetro. Claro que o fato de que as partidas fazem parte dos playoffs, com grandes estrelas em quadra, ajuda nessa divulgação espontânea, mas isso poderia não acontecer se não fosse o aumento das transmissões, inclusive com opções gratuitas e em TV aberta.
Hoje, a tecnologia ajuda, já que nem sempre houve essa fartura de informações. O jornalista Álvaro José já relembrou, em entrevista ao extinto blog Bala na Cesta, que a primeira transmissão na Band, em 1987, foi feita a partir de um VT de um jogo da temporada anterior — na época, ele anotava manualmente pontos e rebotes, por exemplo, já que o sistema de estatísticas só foi disponibilizado em 1991. Nos anos seguintes, a NBA seguiu sendo exibida na Band, e o público viu os anos finais da rivalidade entre Magic Johnson e Larry Bird e o início da Era Jordan. O sinal aberto, aliado a um dos melhores momentos da história da NBA, foi fundamental para a popularização do basquete no Brasil, que coincidiu também com bons momentos das seleções brasileiras em grandes competições.
Com a interrupção da transmissão em TV aberta, em 2000, e as muitas críticas à gestão do basquete na Confederação Brasileira nas últimas décadas, o esporte ficou bem distante da exposição ideal. No entanto, o Brasil ainda é visto como um dos mercados mais importantes para a NBA e o crescimento das opções de transmissão nos últimos anos é nítido. Na atual temporada, a liga americana tem jogos transmitidos por sete canais, sendo eles pagos: League Pass, ESPN e SporTV; ou gratuitos: Band (que voltou após 20 anos), e na internet através do YouTube da NBA Brasil, da Twitch no canal Gaules, e no YouTube da TNT Sports (que retorna à modalidade após um hiato de cinco anos, já que era detentora dos direitos de transmissão da NBA no país até 2016).
Essa variedade, porém, não é exclusividade da liga americana. O NBB, principal campeonato nacional de basquete, também pode ser assistido em canais pagos, como DAZN e ESPN, e gratuitos, com opções na TV Cultura, Facebook e Twitch (a aproximação com a Twitch, inclusive, exaltada por ser uma novidade da NBA no Brasil, já acontece no NBB há duas temporadas). Tampouco está restrita ao basquete masculino. A LBF, liga feminina nacional, pode ser encontrada de forma gratuita na TV Cultura e na internet pela TVN Sports. A WNBA, liga americana, pode ser encontrada de forma paga através do League Pass, do Amazon Prime e da ESPN, e gratuitamente por Facebook e Twitter.
Ainda assim, é válido fazer uma ponderação sobre os conteúdos online. Todo mundo “pode” ter acesso à internet, mas nem todo mundo tem, de fato, seja por instabilidade da rede ou pelo valor a ser pago. Não é por estar na internet que, obrigatoriamente, o produto está disponível. No entanto, não se pode negar que o momento é bem favorável aos fãs do basquete, e importante para que o País desenvolva a ideia de que o esporte vai muito além do futebol.
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