"Fiba" Doncic pode ser ainda melhor que a versão da NBA
Jornalista formada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Apaixonada por basquete, foi repórter do NBB em Fortaleza. Primeira mulher a comentar uma partida de futebol na TV cearense. Autora do livro A Verdadeira Regra do Impedimento, sobre a história do futebol feminino estadual
É impossível citar as grandes estrelas atuais — e futuras — da NBA sem citar Luka Doncic. Aos 22 anos, o esloveno já soma, em três temporadas, um prêmio de calouro do ano e duas idas ao All-Star Game, além de ter sido eleito ao All-NBA First Team (uma espécie de seleção do campeonato) por duas vezes. Apesar de ainda não ter vencido nenhuma série nos playoffs, o armador do Dallas Mavericks já fez jogos históricos, com direito a game winner (cesta da vitória) sobre os Clippers e recorde de jogador mais jovem a anotar um triplo-duplo com mais de 40 pontos.
Na madrugada da última segunda, a Eslovênia de Doncic fez sua estreia em Olimpíadas e os seus números, claro, chegaram com padrão "Luka Magic" de qualidade. Foram 48 pontos, 11 rebotes, 5 assistências, 3 tocos e 62% de conversão dos arremessos, tudo isso em 31 minutos jogados. Vale ressaltar que Luka fez quase 50 pontos jogando uma partida de basquete Fiba (com regras estabelecidas pela Federação Internacional de Basquete), que tem oito minutos a menos no tempo de jogo em relação à NBA. O adversário era "apenas" a Argentina, atual vice-campeã mundial.
Na sua primeira partida em Jogos Olímpicos, o armador fez a Eslovênia vencer facilmente uma forte seleção na corrida pela medalha e quase bateu o recorde de maior pontuação no torneio, que pertence ao brasileiro Oscar Schmidt, que marcou 55 pontos contra a Espanha na Olimpíada de Seul, em 1988.
Não é novidade para Doncic brilhar fora da NBA. Aos 19 anos, o esloveno foi MVP da EuroLeague na temporada 2017-2018, jogando pelo Real Madrid, clube por onde começou a se destacar ainda adolescente. No mesmo ano, Luka ajudou a Eslovênia a vencer pela primeira vez o EuroBasket, competição europeia de seleções, em cima da Espanha (que viria a ser campeã mundial em 2019, superando justamente a Argentina). Foi praticamente o carimbo de sua ida à liga norte-americana.
Mesmo atuando já pelo mais famoso torneio de basquete, o camisa 77 segue como destaque da seleção eslovena, e a atual Olimpíada (além das próximas edições e dos mundiais) é uma possível demonstração do quão grande pode ser Luka para além da NBA. Ainda que a Eslovênia, décadas atrás, integrasse a Iugoslávia, o que faz o basquete popular na região, as conquistas e classificações recentes são consequência direta da presença de Luka. E um dos motivos que podem ajudar nessa "grandeza" é justamente o fato de o armador não ser americano.
O alto nível de competitividade da NBA faz muitos atletas optarem por uma preparação melhor para a temporada seguinte, em detrimento de disputar uma competição como as Olimpíadas. O título no basquetebol norte-americano traz um sentimento equivalente à conquista do mundo, já que é mais fácil encontrar grandes estrelas na liga do que "espalhadas" em seleções. No entanto, Luka dá indícios de querer construir uma carreira sólida em ambos os espaços, e já afirmou que, entre ganhar um título da NBA e uma medalha de ouro olímpica, prefere a conquista pela seleção.
Vale ressaltar que a comparação, aqui, não é entre Doncic e outro atleta, mas sim no papel e exemplo que a sua carreira pode desempenhar nos dois "basquetes". Hallelluka é uma promessa que já mudou o presente e, mesmo com certa experiência, sua carreira está apenas no início. O maior prêmio pertence aos amantes do esporte, que vão poder acompanhar por completo essa jornada.
Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página
e clique no sino para receber notificações.
Esse conteúdo é de acesso exclusivo aos assinantes do OP+
Filmes, documentários, clube de descontos, reportagens, colunistas, jornal e muito mais
Conteúdo exclusivo para assinantes do OPOVO+. Já é assinante?
Entrar.
Estamos disponibilizando gratuitamente um conteúdo de acesso exclusivo de assinantes. Para mais colunas, vídeos e reportagens especiais como essas assine OPOVO +.