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"The last dance" na Olimpíada: Gasol e Scola se aposentam das seleções
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Jornalista formada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Apaixonada por basquete, foi repórter do NBB em Fortaleza. Primeira mulher a comentar uma partida de futebol na TV cearense. Autora do livro A Verdadeira Regra do Impedimento, sobre a história do futebol feminino estadual

"The last dance" na Olimpíada: Gasol e Scola se aposentam das seleções

Com Espanha e Argentina eliminadas, pivôs encerram último capítulo representando os países deles e deixam em aberto a possibilidade de fim das (brilhantes) carreiras
Luis Scola, da Argentina, gesticula durante a partida de basquete masculino das quartas de final entre Austrália e Argentina dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 na Saitama Super Arena em Saitama em 3 de agosto de 2021.
Foto: Aris MESSINIS / AFP (Foto: Aris MESSINIS / AFP)
Foto: Aris MESSINIS / AFP Luis Scola, da Argentina, gesticula durante a partida de basquete masculino das quartas de final entre Austrália e Argentina dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 na Saitama Super Arena em Saitama em 3 de agosto de 2021. Foto: Aris MESSINIS / AFP

Se a protagonista da coluna de semana passada foi a carreira ainda no início (e que já encanta e faz história a cada partida) de Luka Doncic, é justo que também seja dado destaque a duas trajetórias que se aproximam do fim. As eliminações de Espanha e Argentina nas quartas de final do basquete olímpico em Tóquio trouxeram o zerar do cronômetro para Pau Gasol e Luis Scola, que deixam, aos 41 anos, suas respectivas seleções.

A 51 segundos do fim do último quarto, com a Argentina 40 pontos atrás da Austrália no placar e já virtualmente eliminada da competição, Scola foi substituído. Mais de um minuto de aplausos ininterruptos se seguiu. Aplausos dos companheiros de seleção, da comissão técnica, do time adversário e do ginásio, como um todo, demonstravam o quão grande era aquele veterano — que chorava com a homenagem e emocionava também quem assistia — para o basquete. O pivô foi uma das peças-chave da geração de ouro argentina, que subiu no degrau mais alto do pódio nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, superando a favorita seleção dos Estados Unidos na semifinal e a equipe italiana na decisão.

A carreira de Pau Gasol não fica para trás. Com a Espanha, Gasol pode não ter conquistado o ouro olímpico, mas soma duas pratas e um bronze nas três últimas edições. Bicampeão da NBA pelo Los Angeles Lakers, em 2009 e 2010, e ídolo do Barcelona, ele teve, na seleção, a companhia do irmão mais novo Marc Gasol ao longo da trajetória, e foi acompanhado de Marc também na aposentadoria. Ao final da partida que custou eliminação diante dos Estados Unidos, Pau disse que estava feliz por poder voltar a competir — já que esteve cerca de dois anos afastado por conta de lesões — e Marc falou que, para que os talentos mais jovens possam jogar, era importante que os mais experientes, como eles, cedessem espaço.

Pau Gasol e Luis Scola são, respectivamente, o terceiro e o quarto maiores pontuadores do basquete olímpico. Mais do que isso, os dois ajudaram a trazer considerável destaque aos seus países na modalidade, disputando títulos importantes — com muitos duelos entre si — e tornando-se lendas do basquete Fiba. O legado internacional vai, claro, além da seleção, mas fica principalmente na equipe nacional, e essa é uma virtude que deve ser exaltada. Ainda com a modalidade sendo muito atrelada ao fator norte-americano, os dois "estrangeiros" contribuíram para a difusão do esporte e, hoje, após mais de 20 anos de contribuição, recebem o devido reconhecimento.

 

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